Manuel Salgado
diz que a sua intervenção no processo “não é específica” do Plano da Matinha
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Câmara de Lisboa acusada de
beneficiar projectos imobiliários do GES
JOSÉ ANTÓNIO
CEREJO 04/05/2015 - PÚBLICO
As suspeitas de favorecimento do
Grupo Espírito Santo (GES) voltam a pairar sobre a Câmara de Lisboa. Alguns
deputados municipais classificam os responsáveis do grupo como “felizes
contemplados”. Em causa está um plano de pormenor que, alegadamente, beneficia
o GES, em prejuízo de outras empresas e do próprio município.
A viabilização de
mais uma das quatro grandes operações imobiliárias que o Grupo Espírito Santo
(GES) começou a preparar há uma década nas imediações do Parque das Nações está
a encontrar fortes reservas na câmara e na Assembleia Municipal de Lisboa.
À cabeça estão
suspeitas de favorecimento daquele grupo, através de um plano de pormenor cuja
autoria inicial pertence ao vereador Manuel Salgado, primo direito de Ricardo
Salgado.
Quatro anos
depois de a câmara e a assembleia terem aprovado o Plano de Pormenor da Matinha
(PPM) graças aos votos a favor da maioria socialista e dos seus aliados dos
Cidadãos por Lisboa (CPL), com a oposição e a abstenção dos restantes partidos,
o contrato de urbanização da zona recebeu a luz verde do executivo municipal em
meados de Fevereiro apenas com os votos
do PS.
Embora se trate
de um instrumento essencial para a concretização do plano, a proposta contou
desta vez com a abstenção dos CPL, que juntaram as suas dúvidas às da oposição.
E na Comissão de Urbanismo da assembleia, onde o contrato negociado entre a
câmara e a Gesfimo - empresa controlada pela falida Rioforte, do GES, que gere
o fundo Fimes Oriente, criado pelo mesmo GES em 2004 e proprietário da maior
parte dos terrenos - se encontra em apreciação, já se ouvem deputados do PSD e
dos CPL a dizer que o acordo “favorece claramente” aquele fundo, “em
deterimento de outros proprietários e dos interesses da cidade”.
Quem não
participou na discussão e votação das propostas elaboradas pelos serviços por
si tutelados — o que está longe de querer dizer que não teve intervenção no
processo — foi o vereador do Urbanismo,
Manuel Salgado. Motivo: o plano da Matinha foi-lhe encomendado em 2004 pela
Gesfimo - Espírito Santo Irmãos SA. Todas as peças que o compõem, estipulando
em detalhe o que pode ser feito no local, são da sua autoria e da equipa que
dirigia no atelier Risco — de que era o principal accionista — e que passou a
ser coordenada por um dos filhos, quando em 2007 integrou o primeiro executivo
de António Costa.
Com cerca de 25 hectares , encravada
entre a linha do Norte e o Tejo, e entre o limite do Parque das Nações (Av.
Marechal Gomes da Costa) e a zona da antiga Fábrica Militar de Braço de Prata,
a vasta zona da Matinha esteve em grande parte ocupada até meados da década
passada com o que restava da antiga fábrica do gás, pertencente à Lisboagás.
Embora o Plano Director Municipal (PDM) classificasse aquele e outros espaços
da zona oriental como área Industrial/portuária, as mudanças induzidas pela
Expo-98 levaram a câmara, logo em 2000, a avançar com um ambicioso plano de
urbanização da zona ribeirinha (PUZRO), desde o Parque das Nações até Santa
Apolónia.
Terrenos já valem
mais 45 milhões
A ideia era, de
acordo com o discurso camarário da época, consolidar a ligação do Parque das
Nações ao resto da cidade, enquadrando a transformação de zonas industriais
desactivadas e degradadas em espaços “integrados e de qualidade”, e respondendo
às expectativas criadas ao sector imobiliário. Foi nessa época que grandes
grupos como o GES, empresas como a Inland, de Luis Filipe Vieira, ou a
Obriverca, entretanto falida, aí apostaram forte na compra de terenos.
De tal forma que
ainda o PUZRO dava os primeiros passos e já o Fimes Oriente estava a negociar
com a Lisboagás parte dos terrenos da Matinha. Logo nesse ano — o mesmo em que
a câmara começou a preparar o lançamento do PPM, o primeiro dos vários que
deveriam concretizar as orientações do PUZRO em áreas mais reduzidas — celebrou
com a Lisboagás um contrato de promessa de compra e venda de mais de 16 hectares .
Mas em 2005,
quando o município, então com maioria PSD, aprovou os termos de referência do
PPM, o Fimes ainda não era proprietário de nenhum dos 25 hectares da área do
plano. Apesar disso, foi a Gesfimo, sua representante, quem contratou nesse
mesmo ano o Risco para fazer o plano com o “acompanhamento” dos serviços
municipais.
Já em 2007,
Salgado foi escolhido por António Costa para vereador do Urbanismo e um dos
seus filho, Tomás Salgado, sócio do Risco, assumiu a coordenação dos trabalhos
do PPM. No ano seguinte, a câmara abandonou a ideia de concluir o PUZRO,
prosseguindo normalmente a elaboração do PPM. Em Outubro de 2010, a maioria socialista
e os CPL aprovaram todas as suas peças, sendo que o Fimes continuava nessa
altura, segundo os documentos do plano, a deter apenas 1,4 hectares dos 25,2
incluídos na área do plano.
Passados três
meses, o fundo do GES tornou-se finalmente proprietário de perto de 20 hectares , a grande
maioria deles prometidos comprar à Lisboagás em 2004. Ao todo, o fundo investiu
cerca de 122 milhões de euros para se tornar proprietário de quase 80% da área
do plano que a assembleia municipal aprovou pouco depois. Alguns dos deputados
da oposição argumentaram então que o PPM criaria “um gueto para abastados” na
freguesia de Marvila. De acordo com a carteira de activos do Fimes Oriente,
disponível no site da Comissão do Mercado de Valores Mobiliários, os terrenos
em causa foram avaliados em Dezembro passado por 167 milhões de euros (mais 45
milhões).
De acordo com o
PPM deverão ser construídos na Matinha 340 mil m2 de superfície de pavimento em
29 edifícios, 260 mil dos quais para habitação, 64 mil para comércio e serviços
e 15 mil para um hotel. Este resultará da transformação de dois dos quatro
antigos reservatórios de gás ali existentes. Um outro será relocalizado para
deixar passar uma rua e o quarto será desmantelado.
Dois mil novos
apartamentos
A área
habitacional corresponderá a quase dois mil apartamentos, em 25 prédios, que
receberão cerca de 4700 habitantes. Os edifícios mais baixos, com seis pisos,
ficarão junto ao rio, enquanto que as sete torres previstas, com 18 a 22 andares, ocuparão a
parte mais alta do terreno. Os lugares de estacionamento a criar, parte deles
subterrâneos, serão 1820.
Para a instalação
de equipamentos ficarão reservados três hectares, um dos quais, perto do Tejo,
se destina à construção da futura basílica de Lisboa. Entre os restantes cinco
espaços para equipamentos — parte deles cedidos obrigatoriamente ao município
pelos proprietários —, o plano apenas identifica uma escola básica integrada. A
sua construção só acontecerá quando o número de habitantes o justificar e será
feita num lote actualmente ocupado por serviços de várias empresas. Este
edifício terá de ser demolido e o terreno expropriado pela autarquia. O
documento refere também uma “estufa” a criar no reservatório de gás que será
relocalizado.
Em matéria de
acessibilidades, a futura urbanização articular-se-à com o Parque das Nações
através do prolongamento da Alameda dos Oceanos, paralelo ao Tejo, que obrigará
a construir uma rotunda no início da Av. Marechal Gomes da Costa — onde agora
está um viaduto. Perpendicular à alameda surgirá uma via rápida que assegurará
a ligação para Norte, atravessando a urbanização e constituindo um
prolongamento da Av. Marechal Spínola, no seguimento da Av. dos EUA. Reservado
ficará também um canal para a hipótese de um dia haver um eléctrico rápido a
ligar o Parque das Nações a Santa Apolónia e espaço para um parque urbano —
perpendicular ao rio e ao parque Ribeirinho que para aí está previsto.
Além dos 20 hectares
pertencentes ao Fimes, os restantes terrenos são constituídos essencialmente
por um lote de 4,1
hectares cuja propriedade a Administração do Porto de
Lisboa (APL) e a Lisboagás disputam em tribunal há vários anos; por cerca de 9
mil m2 do edifício a demolir e expropriar; por cerca de 400 m2 da EDP e por quase 6
mil m2 pertencentes à empresa Aermigeste e a uma sua associada.
Estas duas
sociedades opõem-se frontalmente, desde há uma década, à inclusão das suas
parcelas no perímetro do PPM, ao qual estão ligadas apenas por um estreito
canal de uma dezena de metros de largura, e têm alegado, em sucessivas
exposições e reclamações, que “quase todo o valor criado” pelo plano “reside
dentro da área de intervenção dos principais promotores e futuros
urbanizadores”. A título de exemplo referem que nas suas parcelas, onde o PDM
permitia a construção de habitação, apenas poderão ser construídos edifícios de
escritórios, menos rentáveis que os residenciais.
Vizinhos dizem-se
lesados
Além disso,
sustentam que o plano lhes exige uma participação desproporcionada nos encargos
de urbanização e nas cedências de espaços ao município, face às vantagens que o
mesmo lhes traz e que consideram nulas. Argumentam ainda que são
sobrecarregados com lugares de estacionamento excessivos, o que interpretam
como uma forma de favorecer os grandes proprietários (Fimes e Lisboagás/APL).
Fica-lhes assim reservada, afirmam, a função de “porteiros” entre uma zona
“mais pobre” e uma zona “bastante mais rica”, numa operação que parece ter “um
cariz mais de especulação imobiliária do que de requalificação urbanística”.
Mas não foram só
estas empresas a manifestarem-se, em vão, contra o PPM, nomeadamente no período
da sua discussão pública em 2010. No ano seguinte, os deputados do PSD na
assembleia municipal consideraram mesmo que o plano desrespeitava os termos de
referência aprovados em 2005 e violava o PDM. Mesmo asssim, abstiveram-se na
sua votação, tal como os eleitos do PCP, do MPT, do PEV e três independentes. O
CDS/PP e o Bloco de Esquerda votaram contra, mas o plano passou com os votos a
favor do PS e de três independentes, consagrando uma única unidade de execução,
coincidente com a totalidade da área por ele abrangida.
No Verão de 2012,
o Fimes passou à fase seguinte. A questão que se punha era a de saber se
poderia avançar com as obras de urbanização, projectos e pedidos de
licenciamento para algumas das suas parcelas sem que a Aermigeste e a
Lisbogás/APL fizessem o mesmo nas suas. A resposta não era clara para os
serviços da câmara, mas o promotor tratou de a encontrar.
Para isso
contratou um professor de Direito, João Miranda, e encomendou-lhe um parecer. O
jurisconsulto não hesitou: a execução do plano “pode ter lugar numa ou mais
vezes, num único momento ou em momentos subsequentes através de operações
urbanísticas que incidam sobre terrenos da entidade que iniciar o respectivo
procedimento.” Ou seja: o plano pode ser executado por fases, através de
distintos loteamentos.
Foi este parecer
que sustentou o requerimento então apresentado pelo Fimes/Gesfimo. “Impõe-se
que o município assuma a condução do procedimento de execução do PPM (...)
praticando todos os actos e procedimentos necessários a garantir a execução do
referido plano, designadamente reconhecendo a oportunidade e o interesse no
início da sua execução por parte dos proprietários que desde já estejam
disponíveis para promover as respectivas operações urbanísticas nos terrenos de
que sejam proprietários”, lê-se no documento.
A pedido do
Director do Departamento de Planeamento da autarquia, o requerimento foi objecto
de apreciação por uma jurista da câmara, a qual também não teve quaisquer
dúvidas: “Estas questões jurídicas, e ainda a indicação de quais os
instrumentos e o procedimento de execução do PPM que deverão ser adoptados pelo
município de Lisboa, foram objecto de resposta no parecer do jurisconsulto
Prof. Doutor João Miranda, Professor da Faculdade de Direito da Universidade de
Lisboa que o requerente entregou, em mão, na reunião que se realizou no passado
dia 2 de Outubro de 2012.”
O jurisconsulto e
a jurista
De seguida, a
jurista enuncia as nove conclusões de João Miranda, e acrescenta que o
requerente, com base nelas, “pretende, desde já, apresentar uma proposta para o
primeiro loteamento dentro dos limites da sua propriedade e acordar com o
município os termos de um contrato de urbanização”.
Citando depois
algumas “reflexões” saídas de um encontro promovido pelo Departamento de
Planeamento, a autora conclui que “é possível admitir o faseamento da unidade
de execução prevista no PPM, desde que o contrato de urbanização seja celebrado
entre os diversos proprietários (...) com possibilidade de dispensa daqueles
que vão ser alvo de expropriação (...) e daqueles que não aderirem à sua
execução”. Uma segunda condição indicada é a de que seja assegurada “a proporcionalidade
da participação de cada proprietário na assumpção dos encargos de urbanização,
o que pode acontecer em períodos cronológicos distintos”.
As portas ficavam
assim abertas à aprovação do faseamento das obras, mesmo contra a vontade de
alguns proprietários, requerido pelo Fimes/Gesfimo. Os dirigentes dos serviços
de urbanismo concordaram e, em Novembro de 2012, Manuel Salgado, que se
considerara impedido de participar nas discussões e votações dos vereadores
sobre o assunto, devido à sua ligação ao Risco, despachou: “Concordo,
proceda-se em conformidade”.
Questionado pelo
PÚBLICO sobre se a sua intervenção neste processo, participando em reuniões com
os requerentes e assinando este despacho, não contraria o Regime Jurídico de
Incompatibilidades e Impedimentos dos Titulares de Cargos Políticos, sendo
susceptível de determinar a nulidade de todas as decisões posteriores e
acarretar a perda do seu mandato autárquico, Salgado respondeu através do seu
gabinete. “O despacho de concordância do sr. vereador incide sobre uma
informação técnico-jurídica a qual corrobora o entendimento expresso pelo
Professor João Miranda quanto à possibilidade de as unidades de execução serem
faseadas. Entendimento este que é transversal a todas as unidades de execução e
não específico do Plano da Matinha.” A mesma nota do gabinete acrescenta: “Foi,
aliás, por esse motivo — ter carácter orientador genérico — que [o asasunto]
foi submetido à concordância do sr. vereador Manuel Salgado.”
Resolvido assim o
problema, a câmara pediu ao Fimes que elaborasse uma proposta de faseamento da
execução do plano. A proposta apresentada prevê a realização de quatro
loteamentos em diferentes momentos, não especificados, e foi aprovada pelo
Director Municipal de Planeamento. Deste loteamentos, o primeiro a ser
executado ocupa uma área de 8,9 hectares pertencente ao Fimes, a mais
próxima do Parque das Nações, seguindo-se, sem prazo definido, um outro numa
parcela de 10,4
hectares do mesmo fundo e depois os do lote da
Lisboagás/APL e o da Aermigeste.
Felizes
contemplados?
Para que o
processo pudesse avançar a câmara pediu ao Fimes para preparar um contrato de
urbanização, que foi depois afinado com os serviços municipais. Concluído o
complexo documento, que estabelece a reparticão dos custos e benefícios
decorrentes da execução do plano entre o município e os proprietários, a
Aermigeste reiterou as suas posições anteriores, recusando-se a subscrever o
contrato e a contribuir para os encargos da urbanização.
Em resposta, a
autarquia fez notar que “o município pode, através da expropriação, substituir
os proprietários que não subscreverem o acordo”. Finalmente, a sete de
Fevereiro deste ano aprovou, com sete votos a favor e sete abstenções,
incluindo as dos CDL, a minuta do contrato que se propõe celebrar com o Fimes.
Antes disso,
ainda em 2013, já o fundo tinha requerido à câmara o licenciamento do primeiro
loteamento, aquele em que haverá mais construção e menos cedências de terrenos
ao município, “condicionado à prévia celebração do contrato de urbanização”.
A minuta deste
contrato, que não esclarece se a Lisboagás/APL e a EDP estão de acordo com ele,
encontra-se agora para apreciação pela assembleia municipal, mas a controvérsia
está longe de terminar. Uma das preocupações já expressas na comissão de
urbanismo por deputados do PSD, do BE e dos CDL prende-se com o pagamento das
dispendiosas infra-estruturas urbanísticas previstas, embora sem prazos de
construção. Isto porque, em alguns casos, o contrato fixa um tecto para os
encargos a assumir pelos privados. Quem pagará o excedente, caso aqueles tectos
sejam ultrapassados, pergunta o Bloco de Esquerda num requerimento que aguarda
resposta do presidente da câmara.
E se os restantes
proprietários se recusarem, como já fez a Aermigest, a subscrever o contrato de
urbanização? Nesse caso, quanto é que custarão as expropriações (ou compras
amigáveis) que a câmara terá de fazer? E em quanto é que ficarão os encargos de
urbanização que terá de assumir ao tomar lugar dos expropriados no contrato,
tornando-se sócia do Fimes/Gesfimo?
Estas e muitas
outras perguntas ainda não têm resposta. Mas alguns deputados municipais, como
Victor Gonçalves (PSD) e Nunes da Silva (Cidadãos por Lisboa) garantem não
perceber a lógica do faseamento aprovado, que “acaba, na prática, por favorecer
claramente um dos proprietários em deterimento de outros e dos próprios
interesses da cidade”. E perguntam mesmo: “Será que a identidade dos ‘felizes
contemplados’ ajuda a perceber alguma coisa deste processo?”
Medina tira oito
milhões ao GES
Mas se estes
deputados já consideram o fundo do GES como um “feliz contemplado”, mais razões
teriam para o fazer se o novo presidente da câmara, Fernando Medina, não
tivesse decidido recuar em relação a uma polémica proposta que Manuel Salgado
levou à assembleia municipal no fim de Março. Graças a essa proposta, que em
certos casos alterava a forma de cálculo das compensações urbanísticas devidas
ao município pelos promotores imobiliários, o Fimes beneficiaria, só na Matinha,
de um bónus de 8,3 milhões de euros.
As contas foram
feitas pelo gabinete de Salgado, em resposta a uma pergunta do Bloco de
Esquerda, e mostravam que, ao abrigo das regras em vigor até então, as
compensações devidas pelos promotores da Matinha seriam da 20,7 milhões de
euros. Caso os deputados municipais aprovassem a proposta do vereador já
aprovada pela câmara, o valor devido cairia para 12,4 milhões.
Com as bancadas
da oposição em pé de guerra, alegando que a alteração em discussão se destinava
fundamentalmente a beneficiar os promotores de cinco grandes projectos
imobiliários, entre os quais o da Matinha, e ameaçando remeter o assunto para o
Ministério Público, Fernando Medina resolver retirar a proposta do vereador e
determinou a sua revisão.
A nova versão
respondeu a grande parte dos receios da oposição e o texto foi entretanto
aprovado. Em resposta ao PÚBLICO, o gabinete de Salgado garantiu há duas
semanas que, de acordo com a proposta aprovada, a compensação a pagar na área
do plano da Matinha será de 20,7 milhões de euros, tal como acontecia
anteriormente.’
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