Entrevista.
Passos rejeita coligação com o PS e volta a desmentir Portas sobre
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JORNAL I
15/05/2015 00
"Quanto àquilo
que se passou no Verão de 2013, a versão que o livro narra e no que
narra em discurso directo feito por mim corresponde à verdade."
O primeiro-ministro,
Pedro Passos Coelho, defende numa entrevista ao jornal Sol que a
opção nas legislativas é entre dar maioria à coligação
PSD/CDS-PP ou ao PS, considerando que um Governo a três não teria
"condições para funcionar".
Contudo, o
presidente do PSD não assume nenhuma posição absoluta sobre
soluções de Governo: "Em teoria, todos nós não podemos
deixar de nos sujeitar ao resultado das eleições, e depois das
eleições então veremos o que é que se fará. E eu não vou a este
tempo das eleições pôr-me a traçar cenários".
Nesta entrevista, o
primeiro-ministro reitera o relato que fez da crise governativa de há
dois anos na sua autobiografia autorizada, “Somos o que escolhemos
ser”, declarando: "Quanto àquilo que se passou no Verão de
2013, a versão que o livro narra e no que narra em discurso directo
feito por mim corresponde à verdade".
Esta entrevista será
publicada na íntegra na edição desta sexta-feira do jornal
semanário Sol.
Ainda relativamente
à governação conjunta com o CDS-PP nos últimos quatro anos,
Passos Coelho diz que houve "divergências reais" e que
"não foi fácil ultrapassá-las" e traça diferenças
entre os papéis desempenhados por cada um dos partidos: "Uma
vez que as coisas correram bem, também o PSD pode dizer que, no
essencial, as coisas resultaram porque o PSD não se importou muitas
vezes de ser visto pelas pessoas como o mau da fita".
No que respeita às
legislativas, questionado sobre o cenário de um Governo a três, com
PSD, CDS-PP e PS, responde: "O que vai estar em jogo nas
próximas eleições é saber se damos maioria ao atual Governo, ou
se damos maioria ao PS, e eu espero que uma destas coisas aconteça.
Espero, evidentemente, que este Governo possa ter uma maioria".
O primeiro-ministro
justifica esta posição afirmando: "Porque não me parece que
haja, no actual contexto, nenhuma ideia de que um Governo juntando
CDS, PSD e PS pudesse sequer funcionar".
Passos Coelho
acrescenta que "todos os sinais" que existem hoje indicam
que uma solução dessas "não tem nenhumas condições para
funcionar", e salienta as diferenças em termos de política
económica: "O programa económico é divergente, o modelo
económico é diferente".
"A forma como o
PS - e já vão em duas lideranças - vem colocando o problema
político e económico mantém o mesmo perfil e não é conciliável
com os objetivos que temos, quer com as regras europeias, quer com o
que tem sido o esforço de modernização e de reforma estrutural da
sociedade portuguesa", completa.
Nesta entrevista ao
Sol, Passos Coelho declara ter "uma visão muito positiva"
do mandato de Carlos Costa à frente do Banco de Portugal e considera
que "no caso do BES o país lhe deve o facto de ele não ter
fingido que não via o que se estava a passar e de ter intervindo de
forma a salvaguardar a estabilidade financeira".
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