Director-adjunto do Expresso
queixa-se de ter sido "atacado" num SMS de António Costa
Na sua coluna de opinião deste
sábado no suplemento de Economia do Expresso, o director-adjunto João Vieira
Pereira publica um SMS que lhe foi enviado por António Costa no passado dia 25
de Abril e que o jornalista qualifica como “um ataque inadmissível” à sua
liberdade profissional.
JORNAL I/ 01/05/2015
“Senhor João
Vieira Pereira. Saberá que, em tempos, o jornalismo foi uma profissão de gente
séria, informada, que informava, culta, que comentava. Hoje, a coberto da
confusão entre liberdade de opinar e a imunidade de insultar, essa profissão respeitável
é degradada por desqualificados, incapazes de terem uma opinião e discutirem as
dos outros, que têm de recorrer ao insulto reles e cobarde para preencher as
colunas que lhes estão reservadas. Quem se julga para se arrogar a legitimidade
de julgar o carácter de quem não conhece? Com não vale a pena processá-lo,
envio-lhe este SMS para que não tenha a ilusão que lhe admito julgamentos de
carácter, nem tenha dúvidas sobre o que penso a seu respeito. António Costa”.
Esta foi a
mensagem de texto que João Vieira Pereira diz terlhe sido enviada pelo
secretário-geral do PS em reacção à sua crónica “Perigosos desvios do PS à
direita”, em que acusava Costa de “falta de coragem” e “ausência de pensamento
político consistente”, numa análise ao relatório “Uma década para Portugal”,
apresentado pelos socialistas.
Na sua crónica de
hoje "É a liberdade, António Costa", Vieira Pereira diz que hesitou
em publicar o SMS de Costa e que só o fez depois de consultar “os camaradas da
direcção do Expresso” dirigido por Ricardo Costa, irmão do líder dos
socialistas.
“Nunca fui
atacado ou me senti tão condicionado por alguém com responsabilidades políticas
ou públicas. Nem à esquerda nem à direita. Nunca um secretário de Estado, um
ministro ou um prinmeiro-ministro, putativo ou em exercício, me dirigiu tais
palavras”, queixa-se o director-adjunto do semanário.
E termina:
"A António Costa, a quem não pedir desculpa por existir, peço desculpa
pelo incómodo de ser jornalista."
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