Caso BPP. Bens no valor de 4,7
milhões de euros arrestados a João Rendeiro
6/5/2015,
OBSERVADOR
Para acautelar que haverá
dinheiro para pagar indemnizações aos lesados do Banco Privado Português, o
Tribunal da Relação exigira o pagamento de uma caução. Rendeiro não pagou.
O Tribunal
Judicial da Comarca de Lisboa ordenou o arresto de bens de João Rendeiro, fundador
e ex-presidente do Banco Privado Português (BPP). A notícia foi avançada pelo
Público e pela TVI, que referem que entre os bens arrestados estão uma moradia
na Quinta Patino, em Cascais, dois apartamentos em Lisboa e Paço de Arcos e
ainda as contas bancárias de Rendeiro. Além do ex-banqueiro, também Paulo
Guichard e Salvador Fezas Vital viram os seus bens arrestados, depois de todos
terem falhado o pagamento de uma caução no valor de sete milhões de euros.
Segundo o
Público, o valor do arresto a Rendeiro chega aos 4,7 milhões de euros e a
medida foi tomada, já a 24 de março, com “natureza preventiva”. Ou seja, caso
Rendeiro, Guichard e Fezas Vital sejam condenados judicialmente no âmbito dos
processos de que são arguidos, fica desde já garantido que “determinado direito
de crédito” é satisfeito, o que poderia não acontecer mais tarde. É o próprio
tribunal que o admite, escrevendo que poderiam não se encontrar, depois, “no
património do devedor, bens suficientes para o pagamento”.
A caução de sete
milhões de euros imposta aos três gestores foi decretada pelo Tribunal da
Relação de Lisboa em janeiro, quando foram considerados “não fiáveis” e foi
dada razão a um conjunto de 21 investidores de uma empresa do universo BPP, a
Privado Financeiras, que se queixam de um prejuízo de 41 milhões de euros
devido a uma alegada burla. O arresto agora decidido a Rendeiro não entra já em
vigor, no entanto. Isto porque o ex-banqueiro tem os bens já penhorados pelo
Fisco e só quando regularizar a situação junto das finanças é que o arresto se
torna eficaz.
A moradia em que
João Rendeiro vive na Quinta Patino (perto do aeródromo de Tires, em Cascais) é
de uma offshore propriedade do próprio Rendeiro. Segundo a TVI, a casa situa-se
num lote de meio hectare que está avaliado em 5 milhões de euros. O lote
contíguo, também de Rendeiro, está igualmente abrangido na decisão judicial
agora conhecida.
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