Leiam os seus lábios: Costa vai
descer o IRS
Está feita a promessa que qualquer eleitor quer ouvir. Em entrevista à TVI,
esta quarta-feira à noite, o líder do PS garantiu que vai aliviar a carga
fiscal sobre os trabalhadores portugueses se for eleito primeiro-ministro.
CRISTINA
FIGUEIREDO / 06.05.2015 23h23 / EXPRESSO
Falta exatamente
um mês para a apresentação do programa eleitoral do PS, mas António Costa já
antecipou: o documento irá propor uma alteração dos escalões do IRS, de forma a
aumentar a progressividade do imposto e, com isso, "diminuir seguramente o
encargo fiscal sobre o trabalho", afirmou esta noite, em entrevista na
TVI. Está, pois, feita a promessa. Com a garantia, que o secretário-geral do PS
fez questão de enfatizar, desta vez rimando: "Nenhum compromisso iremos
assumir que não estejamos em condições de cumprir".
Na entrevista, muito focada sobre o cenário
macroeconómico apresentado há duas semanas pelos economistas, Costa sublinhou
que o documento não propõe apenas diminuição de impostos, também prevê a
criação de um novo imposto sobre as grandes heranças e de uma taxa sobre o
recurso excessivo a contratos precários de trabalho. Assegurou que, uma vez
aplicado, o conjunto de medidas propostas pelo grupo de 12 liderado por Mário
Centeno vai resultar num maior crescimento económico, numa diminuição do
desemprego, num défice compatível com os compromissos internacionais.
"Temos de virar a página da austeridade", justificou.
Questionado sobre
a TAP, o líder socialista lamentou que o Governo não tenha esgotado junto da
Comissão europeia a possibilidade de capitalização pública da empresa
(nomeadamente através de dispersão em Bolsa). Acusando o Executivo de
"irresponsabilidade total" na condução do processo e dizendo esperar
que nenhuma decisão "irreversível" seja tomada até final da
legislatura, assegurou que não permitirá que a TAP tenha mais de 51% do capital
privatizado.
SAMPAIO DA NÓVOA
E SÓCRATES
Sobre as
presidenciais, e questionado especificamente sobre Sampaio da Nóvoa, António
Costa não quis assumir qualquer compromisso. Embora referindo-se de forma
positiva ao ex-reitor da Universidade de Lisboa, por quem diz ter
"pessoalmente, uma grande estima", limitou-se a dizer: "No
momento próprio o PS pronunciar-se-á sobre candidatos presidenciais".
Frisou, porém, que o dossiê não está fechado: "Não lhe posso dizer se
haverá ou não outros candidatos, inclusivamente de dentro do próprio PS".
Para já, repetiu: "O PS está concentrado nas legislativas".
Na última
pergunta, sobre o processo judicial que envolve José Sócrates, o
secretário-geral do PS manteve anteriores declarações suas sobre o tema:
"É um assunto que diz respeito à justiça". Dizendo confiar
"integralmente" no funcionamento do sistema de justiça, reiterou:
"A justiça apurará a verdade que tiver de apurar" e "ninguém
está acima da lei". Para deixar a garantia: "Não seremos nós a
condicionar de forma alguma o processo, nem a deixar que o processo nos
condicione".
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