Carlos Santos
Silva, João Perna e Gonçalo Trindade Ferreira
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Advogado diz que motorista viajou
para fora de Portugal às ordens de Sócrates
PAULO PENA
21/12/2014 – PÚBLICO
Segundo a investigação, o motorista João Perna terá transportado malas de
dinheiro para José Sócrates em paris
Ricardo Candeias garante, em entrevista à RTP, que o seu cliente só cumpriu
“ordens” do ex-primeiro-ministro.
Um dia depois de
João Araújo, advogado de José Sócrates, ter desmentido a alegação de que o
motorista João Perna saía do país, ao serviço do ex-primeiro-ministro, Ricardo
Candeias, advogado de Perna, veio acrescentar outra versão sobre o mesmo
assunto: “João Perna saiu, efectivamente, de Portugal.”
A julgar pela
forma como declinou comentar as declarações de Araújo, à TVI, Candeias está
convencido de que essa viagem não terá sido, como o advogado de José Sócrates
sugeriu, apenas para ir “a Badajoz fazer a revisão do carro”.
A tese de
Candeias é simples: “O João Perna ignora, de todo, que tenha havido transporte
de dinheiro. Ignora porque exerceu as suas funções de motorista e fê-lo às
ordens de alguém que era ex-primeiro-ministro.”
Questionado,
acrescentou ainda que em qualquer cenário não existe razão para acusar o seu
cliente: “Poderá não haver transporte de dinheiro e havendo transporte ele
poderia não saber o que transportava”. Ou seja, o advogado pretende afirmar que
em qualquer situação, haja ou não “transporte de dinheiro” (uma das questões
centrais para a acusação), João Perna nunca poderia ser acusado precisamente
porque desconhecia esse facto.
O advogado
anunciou que pretende recorrer das medidas de coacção aplicadas ao seu cliente.
O juiz Carlos Alexandre já autorizou, por proposta do Ministério Público, que a
prisão preventiva fosse substituída por prisão domiciliária - uma decisão que
aguarda apenas um parecer técnico para ser cumprida.
Recorde-se que
Ricardo Candeias não foi o primeiro advogado do motorista neste processo, uma
vez que o patrocínio jurídico inicial, durante o interrogatório realizado pelo
juiz Carlos Alexandre, pertenceu a um advogado do escritório de Daniel Proença
de Carvalho, que é advogado de José Sócrates noutros processos.
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