segunda-feira, 22 de dezembro de 2014

Advogado diz que motorista viajou para fora de Portugal às ordens de Sócrates

Carlos Santos Silva, João Perna e Gonçalo Trindade Ferreira

Advogado diz que motorista viajou para fora de Portugal às ordens de Sócrates
PAULO PENA 21/12/2014 – PÚBLICO

Segundo a investigação, o motorista João Perna terá transportado malas de dinheiro para José Sócrates em paris
Ricardo Candeias garante, em entrevista à RTP, que o seu cliente só cumpriu “ordens” do ex-primeiro-ministro.

Um dia depois de João Araújo, advogado de José Sócrates, ter desmentido a alegação de que o motorista João Perna saía do país, ao serviço do ex-primeiro-ministro, Ricardo Candeias, advogado de Perna, veio acrescentar outra versão sobre o mesmo assunto: “João Perna saiu, efectivamente, de Portugal.”

A julgar pela forma como declinou comentar as declarações de Araújo, à TVI, Candeias está convencido de que essa viagem não terá sido, como o advogado de José Sócrates sugeriu, apenas para ir “a Badajoz fazer a revisão do carro”.

A tese de Candeias é simples: “O João Perna ignora, de todo, que tenha havido transporte de dinheiro. Ignora porque exerceu as suas funções de motorista e fê-lo às ordens de alguém que era ex-primeiro-ministro.”

Questionado, acrescentou ainda que em qualquer cenário não existe razão para acusar o seu cliente: “Poderá não haver transporte de dinheiro e havendo transporte ele poderia não saber o que transportava”. Ou seja, o advogado pretende afirmar que em qualquer situação, haja ou não “transporte de dinheiro” (uma das questões centrais para a acusação), João Perna nunca poderia ser acusado precisamente porque desconhecia esse facto.

O advogado anunciou que pretende recorrer das medidas de coacção aplicadas ao seu cliente. O juiz Carlos Alexandre já autorizou, por proposta do Ministério Público, que a prisão preventiva fosse substituída por prisão domiciliária - uma decisão que aguarda apenas um parecer técnico para ser cumprida.


Recorde-se que Ricardo Candeias não foi o primeiro advogado do motorista neste processo, uma vez que o patrocínio jurídico inicial, durante o interrogatório realizado pelo juiz Carlos Alexandre, pertenceu a um advogado do escritório de Daniel Proença de Carvalho, que é advogado de José Sócrates noutros processos.

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