Em Espanha o Rei deseja e pede outro tipo de “PROSPERIDADE” ...
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Rei de Espanha pede “grande
impulso moral e colectivo” contra a corrupção
MARIA JOÃO
GUIMARÃES 25/12/2014 - 12:58 (actualizado às 16:32)
As figuras públicas não merecem “lucrar ou ficar ricas” por causa dos
cargos que ocupam, disse Felipe, dias depois de ser conhecida a acusação de
crimes fiscais contra a sua irmã.
Na sua primeira
mensagem de Natal, o rei Felipe de Espanha disse que o país precisa de “uma
profunda regeneração da sua vida colectiva” para que “a corrupção não ganhe
raízes” e de medidas para promoção do emprego já que a actual taxa de
desemprego, de 24%, é “inaceitável”.
Felipe, que herdou
o trono este Verão após a abdicação do seu pai, Juan Carlos, não se referiu
directamente à acusação da sua irmã mais velha, a infanta Cristina, e do
marido, Iñaki Urdangarin. O diário espanhol El País diz que o rei não alterou o
discurso, que já estava escrito antes da notícia, esta semana, de que Cristina
seria também acusada por crimes fiscais (Urdangarin, soube-se já no início de
Dezembro, era acusado de vários crimes de fraude, branqueamento de capitais e
evasão fiscal no âmbito do caso Nóos, a organização sem fins lucrativos para
promoção do desporto que serviria para obter contactos inflacionados com
entidades públicas e autarquias).
Mas o rei disse
que “não deve haver tratamento favorecido para os que ocupam uma posição de
responsabilidade pública” e que “desempenhar um cargo público não pode ser um
meio para ser aproveitado ou que sirva para enriquecer”.
A investigação a
Cristina e Urdangarin foi um dos motivos para a abdicação de Juan Carlos. O
antigo monarca disse que a justiça era igual para todos, mas o discurso do novo
rei é muito mais directo ao falar do tema. “A luta contra a corrupção é um
objectivo irrenunciável”, declarou Felipe. Para que “a corrupção não ganhe
raízes”, é necessário “um grande impulso moral colectivo”.
Felipe deixou, no
entanto, uma nota positiva: “É certo que os responsáveis de condutas
irregulares estão a responder por elas, essa é uma grande prova de
funcionamento do nosso Estado de Direito.” Mas acrescentou: “Os cidadãos têm de
ter a certeza de que o dinheiro público se administra para os fins legalmente
previstos.” Por isso, “devemos cortar pela raiz e sem contemplações a
corrupção. A honestidade dos funcionários públicos é um pilar básico da nossa
convivência numa Espanha que todos queremos sã, limpa”.
De seguida, Felipe
falou no que é a principal preocupação dos espanhóis, a economia. “Os índices
de desemprego são inaceitáveis e frustram as expectativas dos nossos jovens e
de muitos mais homens e mulheres que estão há algum tempo no desemprego”,
disse. Esta luta deve ser “a grande prioridade”, defendeu. “O sacrifício e o
esforço dos cidadãos durante toda a crise exigem que os agentes políticos,
económicos e sociais trabalhem unidos nesta direcção, tendo em conta o
interesse da cidadania. Porque a economia deve sempre estar ao serviço das
pessoas.”
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