Diretor indigitado do SIS recusa
dizer se é maçom ou não
por J.P.H./V.M.
in DN online
Adélio Neiva da
Cruz, indigitado para dirigir o SIS, recusou hoje esclarecer se é ou não maçom,
depois de expressamente questionado pela deputada do PSD Teresa Leal Coelho.
"Tenho
obediência à Constituição da República Portuguesa, à lei, à ética e à minha
consciência", afirmou Neiva da Cruz, quadro dos serviços de informações há
27 anos.
"Pertence a
alguma sociedade secreta de natureza maçónica na qual haja dever de
obediência" e se "essa pertença pode influenciar exercício das suas
funções" ou "poderá em algum momento pôr em causa a prioridade do
interesses público face a outras influências", questionou a deputada do
PSD.
Antes de Neiva da
Cruz responder, o PS veio em seu socorro, através de Jorge Lacão, que recordou
que as obrigações de transparência dos quadros dos serviços prevêem que os seus
registos de interesses se mantenham confidenciais, à guarda do secretário-geral
do Sistema de Informações da República.
Neiva da Cruz
afirmou, na resposta à parlamentar social-democrata, que a lei já o obriga a
"declarar eventuais conflitos de interesses", pelo que ter sido
ingitado pelo primeiro-ministro significa que este não os detetou.
O diretor
indigitado do SIS está a ser ouvido esta tarde numa reunião conjunta (e aberta
aos jornalistas) das comissões parlamentares de Assuntos Constitucionais e de
Defesa.
Neiva da Cruz
acrescentou que existe "uma grande tranquilidade interna" nos
serviços face às novas obrigações de transparência (declaração de todas as suas
filiações) a que estão sujeitos os seus funcionários. Essa - acrescentou - era
já uma prática interna e portanto as mudanças nas leis nada trouxerem de novo.
Teresa Leal
Coelho insistiu, "em nome da transparência": "É maçom, pertence
a alguma sociedade de natureza maçónica?"
Neiva da Cruz
respondeu reafirmando o que tinha dito anteriormente: "Não me sinto
condicionado por absolutamente nada". Também reconheceu ter sido
"negativo" nos últimos anos o debate que associou a Maçonaria aos
serviços secretos. A Maçonaria é "uma associação que nunca senti no meu
percurso profissional", acrescentou.
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