Lisboa. Taxa turística sempre
avança
Por jornal i com
agência lusa
publicado em 11
Dez 2014 in
(Jornal) i online
A partir de Abril do próximo ano, todas as pessoas que visitarem Lisboa por
via área, e não residirem no país, vão estar sujeitas à taxa de um euro
A Taxa Municipal
Turística de Lisboa, que prevê a cobrança de um euro pelas chegadas ao
aeroporto e ao porto da capital e sobre as dormidas, foi hoje aprovada pela
Câmara, com os votos contra da oposição.
A proposta foi
debatida em reunião de Câmara (de maioria socialista), após ter sido adiada na
quarta-feira, e foi aprovada com os votos contra do PSD, PCP e CDS-PP e os
votos favoráveis do PS e movimento Cidadãos por Lisboa (eleitos nas listas
socialistas).
A partir de Abril
do próximo ano, todas as pessoas que visitarem Lisboa por via área, e não
residirem no país, vão estar sujeitas à taxa de um euro. Inicialmente, a Câmara
disse que apenas se exceptuavam os residentes da capital.
A entrada em
vigor da cobrança no porto de Lisboa também foi alterada, passando para 01 de
Janeiro de 2016.
Na quarta-feira,
o vice-presidente do município, Fernando Medina, afirmou que a Câmara dá assim
“resposta ao fundamental das objecções levantadas” durante o período de
consulta pública, entre 20 de Novembro e 03 de Dezembro, tentando não abranger
“pessoas que não estão na condição de turista”.
Fernando Medina
referiu que ainda não está definida a forma de cobrar a taxa no aeroporto, que
dependerá de um protocolo com a ANA – Aeroportos de Portugal. Mas, à partida,
“o pagamento será feito directamente no bilhete de avião” e, caso não seja
possível aplicar logo as isenções, haverá “um mecanismo de reembolso”.
Em declarações à
agência Lusa, o vereador social-democrata António Prôa questionou “como é que é
possível [a Câmara] não cobrar a quem vem de automóvel e de comboio” a Lisboa,
na condição de turista e que não reside no país.
Para o António
Prôa, a designação de taxa não se adequa: “Quem chega a Lisboa e vai para
Sintra, Cascais e Fátima, não tem nenhum serviço prestado só por aterrar no
aeroporto”.
Também o
centrista João Gonçalves Pereira tem “dúvidas se é uma verdadeira taxa, se não
é um imposto”, por não implicar nenhum serviço.
Quanto às dormidas,
a taxa só entra em vigor a 01 de Janeiro de 2016, tendo um custo máximo de sete
euros por pessoa e vai isentar “os hóspedes cuja estada seja motivada pela
obtenção de serviços médicos”, de acordo com os anexos à proposta hoje
discutida.
Do lado do PCP,
Carlos Moura, perguntou se “um advogado de uma outra parte do país que tem de
pernoitar em Lisboa” é considerado turista, já que terá de pagar a taxa de
dormida.
A Taxa Municipal
Turística vai financiar o Fundo de Desenvolvimento Turístico de Lisboa, que
também foi aprovado no encontro de hoje, com os votos contra do CDS-PP e PCP,
abstenção do PSD e votos favoráveis dos socialistas.
Na reunião, foi
ainda aprovada a criação de uma Taxa Municipal de Protecção Civil, que visa
financiar investimentos no sector, contando com os votos contra da oposição.
Esta taxa vem substituir a de conservação e manutenção dos esgotos, que se
junta à do saneamento.
Quanto à criação
de uma tarifa de resíduos urbanos e do reajustamento de uma tarifa de
saneamento, a proposta foi aprovada com o voto contra do PCP e abstenções do
CDS-PP e PSD.
Em Lisboa, apenas
existe uma taxa que engloba o saneamento básico e a recolha de resíduos urbanos
e que está incluída na factura da água, pelo que a autarquia vai autonomizar
estas tarifas.
Estas taxas e
tarifas constam do orçamento municipal para 2015, aprovado na quarta-feira com
os votos contra de toda a oposição.
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