sexta-feira, 7 de junho de 2013

Mistérios de Lisboa.


Onde está o Seara ?
Ontem, através de uma intervenção pública do Autarca de S. Nicolau e da Vereadora Mafalda Magalhães de Barros no Público, o PSD manifestou-se tímidamente ... enquanto hoje, o mesmo jornal cobre a essência do discurso de "inauguração" da Campanha, por António Costa.
No jogo da Democracia Representativa cabe aos Partidos Políticos apresentar Candidatos que "representem" de forma convicente e autêntica uma alternativa de conteúdos incontestável à situação presente ... se nào o fizerem não cumprem a sua vocação, e pelo contrário, só empobrecem a Democracia e a sua capacidade de propor / oferecer num processo de alternância, uma solução ...
Tudo indica que a principal dificuldade de António Costa vai ser a de encontrar "alguém" para dialécticamente derrotar ... pois o "Candidato" parece estar tímidamente escondido à espera da "Luz Verde" determinada pela "Luz Branca" de um Movimento Cívico que efectivamente soube manifestar o seu espírito crítico na Vida Política.
Deixa-nos uma profunda impressão de prudência calculista, de um profundo vazio camuflado de silêncio, de um "gladiador" cuja divisa é : "Tirem-me deste Pesadelo".
Se a verdadeira Paixão, Preocupação, Genuíno Interesse e Dedicação à Causa de Lisboa existisse ... o "Candidato" Seara, para utilizar uma imagem que ele compreenderá, não estaria na Bancada Lateral, no banco dos suplentes, à espera da bandeirada de um Movimento Cívico e do apito do Adversário ...
O Movimento Cívico cumpriu a Democracia ... O Partido Político, até agora, só demonstrou a sua incompetência e incapacidade de Representar ... e assim empobreceu a própria Democracia.
António Sérgio Rosa de Carvalho.


"Até a minha mãe me diz que já não pode ir à Avenida da Liberdade"

Por Inês Boaventura in Público
07/06/2013

António Costa fez ontem um balanço dos seus últimos quatro anos à frente da Câmara Municipal de Lisboa e assumiu que não quer carros na Av. da Liberdade. O discurso prolongou-se por duas horas
António Costa assumiu ontem, durante um discurso de praticamente duas horas em que fez um balanço dos últimos quatro anos enquanto presidente da Câmara de Lisboa, que quer banir os veículos particulares da Avenida da Liberdade "por uma questão de saúde pública". "O meu objectivo é que as pessoas não vão lá de carro", afirmou, reconhecendo que a posição que defende é impopular, incluindo entre aqueles que lhe são próximos.
"Até a minha mãe já me diz que não pode ir à Avenida da Liberdade", disse António Costa, como forma de introduzir o tema das alterações de circulação iniciadas em Setembro entre o Marquês de Pombal e a Baixa - tema que, reconheceu, tem gerado grande polémica". "Não podemos é ir de carro", completou logo depois o autarca, frisando que, nesta zona da cidade, o que não falta são transportes públicos, havendo até, em sua opinião, um excesso de autocarros.
Com a afirmação de que a introdução de fortes restrições ao trânsito neste eixo "é polémica, é difícil", mas é necessária "por uma questão de saúde pública", o presidente da câmara arrancou um aplauso da assistência. O mesmo tinha acontecido minutos antes, quando referiu "a grande batalha que o município tem de travar para voltar a ter o controlo efectivo dos transportes públicos".
O Fórum Lisboa, na Avenida de Roma, encheu-se ontem de pessoas, algumas das quais tiveram de permanecer de pé, para ouvirem o que tinha o autarca a dizer sobre o trabalho feito desde 2009. Na plateia estavam nomes como Carlos do Carmo (fadista) e Paulo Pires (modelo e autor), o atleta Carlos Lopes e ex-governantes como Mário Lino, José Magalhães e Ferro Rodrigues. Os que resistiram até ao fim do longo discurso de Costa puderam levar consigo uma publicação de 90 páginas profusamente ilustrada, com uma tiragem de mil exemplares e um balanço do mandato.
No arranque da sua intervenção, o autarca deixou alguns agradecimentos, por exemplo "às oposições", com quem "foi possível ir encontrando consensos sobre questões estruturantes", como o plano director municipal, a reorganização administrativa da cidade e a política fiscal do município.
Entre as "conquistas" de um mandato que considerou ter decorrido "num contexto quase impossível", marcado pela crise, o socialista elencou a requalificação do Terreiro do Paço e da Ribeira das Naus, estando esta última ainda em curso. Para lá dessas "obras emblemáticas", António Costa mencionou "a preocupação com a qualificação do espaço público, que envolveu toda a cidade", incluindo os bairros tradicionais e os municipais.
O investimento de 20 milhões de euros na recuperação de calçadas e pavimentação de ruas foi também destacado pelo presidente da câmara, que admitiu que este é um capítulo em que "a vida não é fácil". Um lamento que o autarca estendeu ao domínio da higiene e limpeza, que, em sua opinião, "vai melhorar muito" com a transferência para as juntas de freguesia das competências de limpeza e varredura das ruas.
Também ao nível da mobilidade António Costa admitiu que há um longo trabalho por fazer, mas frisou que este vai muito para lá das competências municipais: "Há uma batalha cultural que temos de travar contra nós próprios", disse. O autarca reconheceu ainda que nestes quatro anos (a que se somam dois de um primeiro mandato) ficou por resolver o problema existente no Bairro Alto entre moradores e frequentadores dos estabelecimentos nocturnos, mas rejeitou responsabilidades, considerando que está em causa "um problema civilizacional".

PSD e CDS acusam câmara de favorecer privado em permuta

Por Inês Boaventura
07/06/2013

Em causa está a permuta de um terreno municipal por uma propriedade particular, ambos na Avenida 5 de Outubro. O vereador do CDS considera que a permuta de um terreno da Câmara de Lisboa na Avenida 5 de Outubro por uma propriedade privada na mesma artéria, negócio que o vereador Manuel Salgado pretende aprovar na reunião do executivo da próxima semana, "configura um autêntico escândalo de favorecimento dos interesses de um particular". António Carlos Monteiro falava numa conferência de imprensa conjunta do CDS e do PSD, que se realizou ontem com o objectivo de denunciar o negócio, que ambos os partidos consideram ser prejudicial para a autarquia. Em causa está uma proposta, do vereador Manuel Salgado, que prevê que um terreno municipal na Av. 5 de Outubro que hoje funciona como zona de estacionamento tarifado (localizado entre a linha férrea e o jardim de um imóvel designado como Moradia António Bravo) seja permutado por um terreno particular, situado no lado oposto da referida moradia, classificada como imóvel de interesse público, e onde havia um prédio que entretanto ruiu.
Para o terreno particular foi apresentado, em 2001, um pedido de licenciamento para a instalação de uma unidade hoteleira, que foi aprovado em 2003 mas acabou por caducar sem o hotel ser construído. Depois disso deu entrada na câmara um novo pedido, que esbarrou no chumbo do projecto, em 2006, pelo então Instituto Português do Património Arquitectónico. Na proposta que deverá ser discutida na quarta-feira acrescenta-se que esse segundo pedido foi também indeferido pelos serviços municipais "pelo facto de o Estudo de Urbanização da Quinta do Ferro", aprovado em 1970, "prever a abertura de um arruamento de acesso ao interior da área de urbanização, através do prolongamento da Avenida António Serpa e da demolição do prédio". Manuel Salgado diz que o município pretende concretizar essa via pedonal, para fazer a ligação à Rua Ivone Silva.
Essa argumentação não convence os eleitos do PSD e do CDS, que sublinham que o terreno municipal é maior e tem uma capacidade construtiva superior à do terreno privado. "É absolutamente incompreensível a câmara dar três mil m2 que não têm qualquer impedimento para um particular construir um hotel, em troca de mil m2 encravados ao lado de um edifício classificado e onde a Direcção do Património disse que não se podia construir. Está-se a usar bens do erário público para resolver o problema de um particular", acusa António Carlos Monteiro.
Tanto o vereador centrista como Mafalda Magalhães de Barros e Victor Gonçalves, ambos do PSD, consideram que a via pedonal foi apenas a "desculpa" encontrada pela autarquia para tentar viabilizar a permuta. Victor Gonçalves acrescenta que não é sequer possível discutir a necessidade dessa obra, sem que ela surja enquadrada num plano que abranja toda a área em questão.

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