MOÇAMBIQUE / http://www.dw.de/mo%C3%A7ambique-e-angola-s%C3%A3o-palco-de-exterm%C3%ADnio-de-elefantes/a-16738275
Moçambique e Angola são palco de extermínio de elefantes
É o que diz a administração de uma comuna no sul de Angola, ao citar o abate indiscriminado dos animais. Nos últimos dois anos, 2.500 elefantes e rinocerontes foram mortos em Moçambique, cuja economia fica prejudicada.
Tanto Moçambique quanto Angola apelam por mais fiscalização e um combate efetivo à caça furtiva de elefantes e rinocerontes. Cristina Kapapo, administradora da comuna de Luiana, na província de Cuando Cubango, no sul de Angola, afirma que Luiana contabilizou mais de dez elefantes abatidos ilegalmente, desde o fim de 2012 até ao início deste ano.
A caça furtiva, segundo a administradora, tem que ser efetivamente combatida pelos poderes locais e centrais angolanos, para se salvaguardar o equilibrio biológico da zona.
Em Angola, os efeitos desta perseguição são claros para a as autoridades de Luiana. Muitos animais estão a migrar para países vizinhos como Namíbia, Botswana e Zâmbia, à procura de paz.
Contudo, para Julho Vidigal, o administrador municipal de Rivungo, vila e município do Cuando-Cubango, no sudeste do país, este abate indiscriminado não é visível e não está a provocar consequências ecológicas para Angola. "Acho que é uma preocupação que a administradora tinha, no sentido em que fossem tomadas algumas medidas para se evitar assistir ao abate indiscriminado de elefantes, sobretudo numa zona ou outra, mas são casos que têm sido muito isolados", avalia Vidigal.
O administrador de Rivungo diz ainda que, diariamente, a região recebe manadas "enormes" de elefantes. "Todos os dias entram pelo território de Angola e sobretudo pelo parque de Luiana, grandes manadas, tanto de elefantes, búfalos como outras espécies, e isso não alterou nada na correlação numérica da fauna do parque do Luiana", afirma Vidigal.
Caça ilegal de elefantes prejudica economia de Moçambique
Já em Moçambique, o cenário parece ser ainda mais preocupante. Nos últimos dois anos, são mais de 2.500 elefantes e rinocerontes abatidos pelas mãos de caçadores furtivos, principalmente em áreas de conservação. A denúncia vem da organização ambiental internacional WWF.
Segundo a WWF, Moçambique acabou por perder cerca de 21 milhões de dólares em receitas relacionadas com o turismo, pois esta perseguição aos animais está a provocar efeitos no equilibrio biológico nacional, mas também se está a traduzir em desequilíbrios económicos. "As indústrias do turismo desta região estão baseadas nos grandes mamíferos, na megafauna, que é única nesta zona", explica Helena Motta, diretora nacional da WWF em Moçambique.
"A partir do momento em que o turista começa a ter a imagem de que estes países são campos de matanças dessas espécies que são icónicas, é claro que isso começa a ter impacto na indústria, na indústria do turismo. As indústrias dependem basicamente dessas duas espécies", afirma Motta.
Para a diretora da WWF em Moçambique, este abate ilegal que busca explorar o marfim dos animais pode comprometer a população de rinocerontes no mundo. Em relação aos elefantes, Motta acredita ser uma espécie mais resistente, mas estratégias têm que ser definidas para controlar a caça furtiva porque "a caça não é seletiva. O que acontece é que são abatidas fêmas, são abatidos machos, são abatidos animais mais velhos, mais jovens. Os bebés são abatidos em primeiro lugar porque eles sabem que as mães ficam por perto do bebé morto e depois são um alvo mais fácil a abater", esclarece Helena Motta.
De acordo com a ambientalista, todo o sistema populacional de elefantes de Moçambique é afetado pela caça ilegal. "No momento em que começa a caça furtiva a perturbar uma determinada população, provoca um distúrbio imenso porque o elefante tem laços sociais muito fortes", afirma ainda a diretora da WWF Moçambique. "Então a caça não é só aquele momento físico em que uma série de animais são mortos (sic) naquele momento. A caça tem depois impactos que se vão sentir durante muitos anos", diz Helena Motta.
06/03/2013 - 05h02
Comércio on-line de marfim ameaça elefantes africanos, dizem ambientalistas
DA ASSOCIATED PRESS
Ambientalistas afirmam que há uma nova ameaça à sobrevivência dos elefantes africanos, quase tão mortal quanto as balas dos caçadores: o mercado negro de marfim pela internet.
Presas retiradas ilegalmente são compradas e vendidas em fóruns na internet e em sites de leilão pelo mundo com cada vez mais frequência e isso inclui a gigante Google, segundo os ativistas. Grupos de defesa da vida selvagem reunidos na Convenção sobre Comércio Internacional de Espécies Ameaçadas em Bancoc, na Tailândia, nesta semana, pedem leis mais duras para coibir esse comércio.
A matança de elefantes, que tem aumentado muito nos últimos 20 anos, está ganhando força por causa da maior demanda pelas presas na Ásia, onde são entalhadas e viram ornamentos e suvenires.
"A internet é anônima, está aberta 24 horas por dia. A venda de marfim on-line é uma atividade de baixo risco e alto lucro para os criminosos", afirma Tania McCrea-Steele, do Fundo Internacional para o Bem-Estar Animal.
Em uma investigação no ano passado, a entidade achou 17.847 produtos de marfim listados em 13 sites chineses. O país é o principal destino para o "marfim de sangue" exportado da África por contrabandistas e milícias rebeldes fortemente armadas.
O fundo afirma que o comércio on-line ilegal também é um problema nos EUA, incluindo o site de leilões eBay, e também na Europa, especialmente em países com ligações coloniais com a África.
Os vendedores usam códigos como "osso de búfalo", "ouro branco", "frio ao toque" e mandam o produto por correio.
Segundo a Agência de Investigação Ambiental, o site de compras da Google no Japão tem 10 mil anúncios de marfim.
Cerca de 80% dos anúncios são de "hanko", pedaços de madeira com letras de marfim usadas para colocar selos em documentos oficiais. Os demais são de entalhes e outros objetos.
Segundo a agência, as vendas dos selos criam uma demanda grande para o marfim dos elefantes.
"Enquanto os elefantes estão sendo massacrados na África para a produção de bugigangas de marfim, é um choque descobrir que a Google, com recursos enormes à sua disposição, não faz cumprir suas próprias políticas para ajudar a proteger os animais ameaçados", afirmou Allan Thorton, presidente da entidade.
A Google afirmou, por e-mail, que "anúncios de produtos obtidos a partir de animais ameaçados não são permitidos". "Assim que detectados que um anúncio viola nossa política de anúncios, nós o removemos."
Segundo estimativas, havia 5 milhões de elefantes no continente africano há cerca de 70 anos. Hoje, só sobraram alguns milhares.
Nos últimos 12 meses, acredita-se que 32 mil elefantes tenham sido mortos da África, segundo dados da Fundação Born Free. O negócio é lucrativo: 450 g de marfim são vendidos por US$ 1.300, de acordo com a fundação.
Presas de elefantes apreendidas em 2012 pela alfândega em Hong Kong
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Sala na agência filipina de vida selvagem cheia de presas de elefante, parte de um carregamento ilegal que passou pelo país vindo da Tanzânia
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Cilindros de madeira e marfim em loja japonesa de selos para documentos; grupo ambientalista afirma que Google no Japão abriga milhares de anúncios de marfim ilegal
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Artesão tailandês trabalha em imagem de elefante entalhada no marfim para vender como souvenir
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Chaos and Confusion Following Elephant Poaching in a Central African World Heritage Site
Posted by Laurel Neme in A Voice for Elephants on May 13, 2013
As poachers fired on forest elephants inside the Dzanga-Ndoki National Park, a World Heritage Site in the Central African Republic (CAR), the impotence of foreign governments and non-governmental organizations in preventing the slaughter of wildlife amid political chaos was, once again, revealed.
Earlier this week, the World Wildlife Fund (WWF) reported that on May 6 a group of 17 heavily armed poachers, who presented themselves as part of the transitional Séléka government but were of Sudanese origin, entered the Dzanga-Ndoki National Park.
They then headed to Dzanga Bai, a large clearing where between 50 and 200 elephants gather at any given time during the day and night for the mineral salts. Ecoguards later reported that they saw these poachers fire at elephants from the observation platform used by scientists and tourists.
Located in southwestern CAR, the Dzanga-Sangha reserve (which includes the Dzanga-Ndoki National Park) is part of the Sangha River Tri-National Protected Area (TNS), which includes Nouabalé Ndoki National Park (NNNP) in the Republic of Congo (Brazzaville) and Lobéké National Park in Cameroon. Dzanga-Sangha is home to rare western lowland gorillas and more than 1,000 forest elephants. (This population is part of several thousand that share habitat with NNNP.)
While most World Heritage sites in elephant range states are seriously affected by poaching, the remoteness of the Dzanga-Ndoki National Park, combined with on-the-ground support by WWF and the Wildlife Conservation Society (WCS), have helped protect it from major poaching incidents. Until now.
For the past 30 years WWF, WCS, and the CAR government have collaborated on programs within the Dzanga–Sangha protected areas that both protect wildlife and support livelihoods for hundreds of local people.
For nearly 25 years, the U.S. Fish and Wildlife Service (FWS) also has supported efforts in the park, including funding research on the forest elephants that use Dzanga Bai.
Dozens of Elephants Dead
Following the retreat of poachers on the evening of May 8, ecoguards explored Dzanga Bai the next day and found more than 26 elephant carcasses: 20 adults and four youngsters in the clearing itself and two in the river nearby. All their tusks had been hacked off.
An assessment of additional damage, possibly including other elephant carcasses in the surrounding forest and smaller clearings, is ongoing. It is reported that at least one of the camps in the park has been ransacked.
A Surprise
The violent incursion took conservationists by surprise. Months earlier, groups of poachers originating from Sudan, who were killing elephants in the Ngotto forest (some 60 miles from Dzanga Sangha), had been successfully blocked from advancing toward Dzanga-Sangha by government troops supported by WWF.
WWF staff in the area thought the poachers had left the region and started their trek back to Sudan in order to beat river levels rising in the rains; their donkeys and camels would be unable to cross the swollen rivers.
While lawlessness in the area had increased over the last two months—rebels repeatedly pillaged park headquarters and WWF offices, and there had been some local elephant poaching—nobody was ready for the methodical attack.
Since 2010, poachers had sought the Dzanga Bai elephant clearing, but conservationists had managed to prevent them from reaching it.
“We didn’t expect to find our worst nightmare: the most experienced elephant killers of these parts of Central Africa,” said Bas Huijbregts, who leads the Illegal Wildlife Trade Campaign for WWF in Central Africa.
“With our staff evacuated after the pillaging,” Huijbregts said, “our main priority was maintaining a minimum protection presence to stop local poachers from going on a rampage in the park while continuing to try to mobilize reinforcements from central government troops in Bangui. We were not prepared for this.
Who Are the Poachers?
Who are the poachers? The answer is unclear. The vehicle carrying the group into the park was branded as Séléka. The poachers did not speak the local language or French.
“We understand that these Sudanese poachers came with a mission order from Séléka powers in Bangui,” Huijbregts said.
In March, Séléka, which means “union” in the local Sango language and is an alliance of seven opposition groups, finally ousted former CAR President François Bozizé. Chaos has reigned since then.
There have been many reports of looting, rapes, killings, and other human rights abuses since the takeover. On April 29, the UN Security Council issued a statement expressing strong concern about the worsening humanitarian and security situation and the weakening of CAR institutions.
The Séléka-dominated government is having a very difficult time establishing control over the country. There are many fighters who report to no one, and many splinter groups, who refer to themselves as Séléka but who may or may not be part of the “official” alliance. It seems that each of the seven members of the alliance has its own chief of staff and armed fighters.
One such subsidiary of Séléka is currently stationed in Bayanga, a town near the park, where they’re in charge of protecting Chinese diamond prospectors. Unlike previous groups who sacked the region, these men are reportedly well-disciplined. They have helped reestablish some rule of law and have had meetings with local authorities and ecoguards.
On Wednesday, this subsidiary delivered a message to the poachers in the park from the Séléka leadership in Bangui asking them to leave the park immediately and report to the Bayanga-based Séléka.
It appears that the poachers obeyed. According to WWF, by the evening of May 8, they had left the park with their truck fully loaded with ivory.
Since the shooting, WWF reports that no elephants have been seen in the area.
What Is Happening Now?
The CAR ministry of environment in Bangui was expected imminently to announce a mission to secure the area in and around the Dzanga-Sangha protected areas. But when that announcement will be made, what such a mission would be, and who would be involved is unclear.
It would likely be made up of agents from the ministry of environment, plus some compilation of other forces. These could include members from one or more of the seven groups that make up Séléka and perhaps some of the official armed forces, who reportedly have little or no weapons or equipment.
As of May 10, most of the park’s 42 ecoguards are back at their posts—watching and waiting.
“We’re at war right now, and it’s foggy,” explains Richard Ruggiero, Chief, Branch of Asia and Africa at the U.S. Fish and Wildlife Service. Ruggiero has worked on the ground in Central Africa for over 20 years. “The possibility exists that we can turn this around in the very near future.”
Indeed, it’s not the first time conservationists have faced this situation. In 1997, rebels threatened to wipe out elephant herds in the Nouabalé-Ndoki National Park in the Republic of Congo (Brazzaville), and a group of dedicated conservationists and government rangers successfully prevented it.
“We are considering all options,” Huijbregts said. “We urge the government in Bangui to send the support troops to the area that were promised almost two weeks ago. In the meantime, we continue to support the local rangers, who, against all odds, are still doing their job.”
The Greater Malady
Whatever actions are taken to resolve this crisis, the larger issue is the underlying incentive for the elephant poaching: high demand and high ivory prices.
“What we’re seeing in Dzanga-Sangha is a symptom of a greater malady,” Ruggiero said. “The malady is human selfishness and ignorance that produces the market that causes all of this demand. We’re seeing the symptoms being played out in CAR. The disease is greater and comes from elsewhere.”
“At the end of the day, one of two things will end poaching,” Huijbregts added. “Either there is no more demand, or there are no more elephants. The choice is up to us.”
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