terça-feira, 4 de junho de 2013

Controlinveste vendida em bloco a fundo de capital de risco.




 Depois dos 48 do Público, agora com a venda da Controlinveste a Capital Angolano será no Diário de Notícias a proxima avalanche de despedimentos : “o novo fundo de capital de risco aponta para uma saída de cerca de 200 colaboradores da Controlinveste, com uma incidência particular no diário da Avenida da Liberdade.”

Com os Partidos Políticos a revelarem uma crise profunda na sua capacidade de contribuirem para o enriquecimento/ credibilidade e efectiva representatividade da Democracia … e com o processo de empobrecimento progressivo da Imprensa Escrita, e da sua insubstituível missão e vocação contínua, de divulgar/ escrutinar/ reflectir e assim estimular e salvaguardar a qualidade da mesma Democracia … é o Sistema Representativo Democrático, ele mesmo, que irá sofrer as consequências.
Resta-nos a Internet.

António Sérgio Rosa de Carvalho


 Controlinveste vendida em bloco a fundo de capital de risco.

Por António Ribeiro Ferreira
publicado em 4 Jun 2013 in (jornal) i online

António Mosquito, empresário angolano, fica com 51% do capital. BCP, BES, bancos credores do grupo e Joaquim Oliveira com 49%

Agora é de vez. O grupo Controlinveste, proprietário do "Diário de Notícias", do "Jornal de Notícias", de "O Jogo" e da rádio TSF, foi vendido a um grupo de capital de risco em que a maioria do capital fica nas mãos de António Mosquito, empresário angolano, com 51%, e os restantes 49% na posse do BCP, do BES, dos bancos credores do grupo e de Joaquim Oliveira, presidente do conselho de administração.
O i sabe que as negociações se desenvolvem há vários meses lideradas essencialmente pelo BCP, o banco que detém os maiores créditos sobre a Controlinveste desde 2005, altura em que a Portugal Telecom decidiu vender os referidos jornais e a rádio a Joaquim Oliveira. O BCP, cujo maior accionista é a Sonangol, representada na administração por Carlos Dias, há muito que tinha o dossiê Controlinveste entre os mais difíceis de resolver pela incapacidade total de ver não só amortizada a dívida como o próprio pagamento de juros. Os períodos de carência foram--se prolongando no tempo até ao momento em que, com a entrada do Estado no capital do banco e a reestruturação imposta pela troika, se tornou inevitável encontrar uma solução.
A criação deste novo fundo de capital de risco vai implicar, a curto prazo, a venda de activos do grupo que podem servir para amortizar a dívida, casos do "Jornal de Notícias", do desportivo "O Jogo" e da rádio TSF.
Já o "Diário de Notícias" é diferente. Com quebra de vendas e de publicidade muito acentuadas nos últimos anos, o jornal será, em conjunto com os outros títulos, sujeito a uma profunda reestruturação, que implicará a dispensa de muitos colaboradores.
O i sabe também que o novo fundo de capital de risco aponta para uma saída de cerca de 200 colaboradores da Controlinveste, com uma incidência particular no diário da Avenida da Liberdade. Além da saída de colaboradores, outra matéria que está cima da mesa é a substituição da actual direcção, liderada pelo jornalista João Marcelino.

QUEM É ANTÓNIO MOSQUITO

O empresário angolano António Mosquito está ligado ao sector petrolífero e da distribuição automóvel, com a representação das marcas Volkswagen e Audi em Angola. Em 2007 esteve também envolvido na entrada da Caixa Geral de Depósitos em Angola, projecto que viria a cair anos mais tarde.
Segundo o "Africa Monitor", a paixão de António Mosquito é o sector mineiro, os diamantes em particular. A inclinação foi conhecida há cerca de 15 anos, quando ante uma hipótese de alienação da participação da SPE-Sociedade Portuguesa de Empreendimentos na SML-Sociedade Mineira do Lucapa, apresentou-se como candidato ao negócio. O IPE, entidade que então geria as participações do Estado português, de cujo universo fazia parte a SPE, deu-lhe preferência, mas o negócio acabou porque o governo português recuou na intenção de se retirar do sector dos diamantes em Angola.

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