Vereador
lisboeta defende fecho da estação de Santa Apolónia para dar lugar
a jardim
por Lusa in DN /
21-6-2015
Manuel Salgado
considera que é uma área com enorme potencial" para acolher um
espaço verde.
O vereador do
Urbanismo da Câmara de Lisboa, Manuel Salgado, defendeu hoje, "numa
visão de futuro", o encerramento da estação de comboios de
Santa Apolónia para dar lugar a um espaço verde com ligação ao
rio Tejo.
"Pensando no
longo prazo, é uma área com enorme potencial" para acolher um
espaço verde, afirmou Manuel Salgado, relacionando-o com a possível
concretização do porto de contentores do Barreiro, o que permitiria
"desativar a área portuária em conjunto com uma reorganização
da área ferroviária" na capital.
O autarca falava à
agência Lusa à margem de uma convenção autárquica do PS Lisboa,
que juntou esta tarde militantes e simpatizantes do partido no
Pavilhão do Conhecimento (Parque das Nações) sob o tema "Um
futuro virado ao rio".
Salgado acrescentou
que esta seria também "uma oportunidade única para fazer a
ligação dos vales de Santo António e de Chelas ao rio".
Também na sua
intervenção "A requalificação da frente ribeirinha -- do rio
à cidade", o responsável disse que "se for viável e
oportuno transferir" para o Barreiro a atividade portuária de
Santa Apolónia, "isso iria libertar a área".
A seu ver, "não
faz sentido" que a estação esteja no centro da cidade, já que
grande parte dos passageiros que chegam a Lisboa saem na gare do
Oriente.
Além destas
estações, a de Entrecampos também recebe comboios com ligações
para fora da região de Lisboa.
"O centro de
Lisboa era até aos anos 60 a Baixa e depois migrou para norte, para
a Avenida da Liberdade. No mapa de Lisboa, o centro geométrico é
Entrecampos, que é onde está a estação com mais afluência"
da capital, precisou Salgado, referindo que "no futuro"
este será considerado o centro da cidade.
O vereador assinalou
também que a estação de Santa Apolónia é mais usada para
"estacionar e lavar os comboios".
Definindo a frente
ribeirinha e o Tejo como o "maior ativo que Lisboa tem",
Manuel Salgado referiu que "é inadmissível que o rio não
tenha muito maior utilização do ponto de vista da náutica de
recreio".
Para o autarca, urge
também apostar no transporte fluvial por ser "muito menos
poluente" do que o rodoviário.
Falando à Lusa,
Manuel Salgado sublinhou que "em várias cidades dos mundos
existe esta forma de utilizar os rios, que é fazer transporte
fluvial não margem com margem mas ao longo da margem".
"Acho que era
de se estudar isso. Não só de pessoas como também de mercadorias",
rematou.
Também presente na
ocasião, o presidente da Câmara de Lisboa, Fernando Medina, referiu
que ainda existem "muitos e muitos quilómetros de rio a serem
devolvidos à cidade".
O socialista falou
também na modernização da linha de Cascais: "Não
concordaremos nem aceitaremos uma solução que signifique retirar à
cidade de Lisboa a hipótese de serem devolvidos oito quilómetros de
rio que estão a ser usados para a linha férrea".
Questionado pela
agência Lusa sobre o resultado do concurso de subconcessão da
rodoviária Carris e do Metro de Lisboa, levado a cabo pelo Governo e
ganho pela operadora espanhola Avanza, Medina recusou-se a comentar.
O responsável disse
apenas que foram entregues na sexta-feira as ações principais que
estão na base das providências cautelares interpostas pelo
município para travar o concurso.
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