Começou
corrida ao "multibanco" na Grécia
Logo
que o gregos ouviram o primeiro-ministro anunciar na televisão um
referendo sobre as propostas dos credores oficiais, saíram para a
rua em mais uma corrida às caixas automáticas para levantar
dinheiro vivo
JORGE NASCIMENTO
RODRIGUES / EXPRESSO
27-6-2015
As redes sociais
foram inundadas com imagens de filas de gregos em frente de caixas
automáticas para levantarem dinheiro vivo durante esta madrugada de
sábado.
Após o anúncio
televisivo da convocação de um referendo para 5 de julho sobre as
propostas dos credores pelo primeiro-ministro Alexis Tsipras, os
gregos saíram à rua para repetir mais um episódio na corrida aos
bancos que já sangrou a banca local em mais de 38 mil milhões de
euros desde dezembro passado.
Alguns bancos já
haviam avisado que limitariam as operações este fim de semana. As
transferências imediatas não estarão disponíveis, por exemplo no
Alpha Bank que já tinha avisado os clientes, mesmo antes da
comunicação de Tsipras. No fim-de-semana anterior, os gregos
levantaram 400 milhões de euros nos "multibancos". A
experiência dos cipriotas, que foram surpreendidos com controlo de
capitais e "corte de cabelo" (hair cut) nos seus ativos
bancários da noite para o dia em março de 2013, ficou registada
como lição na memória dos gregos.
A convocação pelo
Banco Central Europeu (BCE) de uma teleconferência para domingo
colocou na agenda a questão da situação da banca grega na próxima
segunda-feira, depois de Tsipras convocar um referendo e da reunião
do Eurogrupo convocada para este sábado provavelmente aprofundar o
impasse com o governo grego a rejeitar a última proposta dos
credores oficiais.
Este sábado uma
delegação de alto nível do governo grego reunir-se-á com Mario
Draghi, o presidente do BCE.
O cenário de um
"corralito" grego tem sido colocado por muitos analistas em
virtude do aprofundar da crise bancária. A iminência de uma decisão
impondo o controlo de capitais a partir de segunda-feira foi
prontamente negada por Euclid Tsakalotos, ministro-adjunto para as
Relações Económicas Internacionais e coordenador da equipa de
negociadores gregos com os credores oficiais.
Os depositantes
gregos correm aos bancos como medida preventiva a um feriado bancário
e imposição de medidas de controlo de capitais, ao contrário do
otimismo cauteloso dos investidores na dívida soberana da zona euro.
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