Marinho
e Pinto está a transformar-se num “falso profeta”, acusa Eurico
Figueiredo
Fundador
do PDR rompe, em público, com o presidente do partido que foi criado
há menos de um ano e hoje elege dirigentes
Paulo Pena /
20-6-2015 / PÚBLICO
As eleições para o
conselho nacional do PDR estão marcadas para hoje. Da primeira vez
que foram tentadas, no congresso de Lisboa, em 24 de Maio, foram
adiadas por não estarem “reunidas as condições necessárias para
garantir um acto eleitoral isento”. O problema é que, passado
quase um mês, as condições não parecem ter melhorado.
Quem o afirma é
Eurico Figueiredo, um dos fundadores do partido — criado em 5 de
Outubro de 2014 — e que retirou a sua candidatura numa das listas
candidatas ao conselho nacional que se opõe à apoiada por Marinho.
“Sem o menor respeito pela democracia dentro PDR, o senhor
presidente está a transformar-se num ‘falso profeta’, a
proporcionar a saída do PDR dos democratas que acreditaram em si, e
a avançar inexoravelmente, de um partido que já é caudilhista,
para um partido fascista.”
A acusação não é
branda. Num texto colocado na sua página do Facebook, Figueiredo
deixa um repto final a Marinho e Pinto: “Repita as eleições em
condições de respeito pelas diferentes listas.” No entanto, não
parece acreditar muito nessa possibilidade. “Conhecendo a sua falta
de bom senso, espero, contudo que o Espírito Santo (do céu, e não
da terra) o inspire.”
Na base das críticas
de Figueiredo está o método da eleição, que prevê o voto por
correspondência em termos que o ex-deputado considera não
salvaguardarem o direito ao voto secreto. Se Marinho não der ouvidos
a estas críticas, Figueiredo, que é um histórico ex-dirigente do
PS que já apoiara publicamente a candidatura do ex-bastonário ao
Parlamento Europeu pelo MPT, ameaça sair: “A iniciar-se esta
transição, eu, que o acompanhei desde o início, do MPT até a
criação de um novo partido, vou ser obrigado a denunciá-lo
publicamente.” O PÚBLICO tentou, sem sucesso, ouvir Marinho e
Pinto sobre estas críticas.
O PDR deverá eleger
hoje o conselho nacional num congresso no qual votam os cerca de 1700
filiados inscritos até 24 de Maio, altura em que esta eleição foi
adiada. O congresso decorre na sede do PDR, em Lisboa, e “só
entram as pessoas que estavam inscritas nos cadernos eleitorais até
24 de Maio”, data da primeira assembleia geral do partido, avançou
o presidente do PDR à Lusa. Marinho e Pinto referiu também que,
depois de eleito, o conselho nacional vai designar a comissão
política e o conselho jurisdicional do PDR. Ao conselho nacional
concorrem duas listas: a lista A, encabeçada por Fernando Condesso,
e a lista B, por Alexandre Almeida. Marinho e Pinto foi eleito
presidente do PDR na primeira assembleia geral de filiados, que
aprovou também a declaração de princípios e os estatutos do
partido. A eleição do conselho nacional foi adiada por dúvidas nos
cadernos eleitorais.
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