Primeiro-ministro
diz que Portugal resistirá a uma saída da Grécia do euro
LUSA 16/06/2015 -
PÚBLICO
Passos
Coelho afirma que que é "perturbador" que a Grécia esteja
novamente perto de uma situação de bancarrota e diz que há "lições
políticas" a serem retiradas.
Pedro Passos Coelho
afirmou nesta terça-feira que Portugal está em condições para
enfrentar até ao final do ano qualquer volatilidade nos mercados
externos provocada pela situação da Grécia.
"Nós temos
condições para poder dizer que o Tesouro português está, até ao
final do ano, em condições de poder enfrentar qualquer volatilidade
no mercado externo e temos boas razões para pensar que nos próximos
meses teremos, com certeza, uma boa resposta também para o primeiro
semestre de 2016", afirmou o primeiro-ministro, durante o
encerramento do seminário “Investimento e Financiamento às
Empresas -- Uma Ideia para Mudar Portugal", organizado pelo
Fórum para a Competitividade, na Porto Business School.
O primeiro-ministro
realçou que é da responsabilidade do Governo prevenir as eventuais
restrições de financiamento que possam advir da situação grega,
mas diz que Portugal está prevenido, pelo que, "se alguma coisa
de mais grave acontecer com a Grécia, Portugal não cai a seguir".
Segundo declarou
Pedro Passos Coelho: "Hoje estamos, depois de vários meses de
impasse, sem saber se vamos ter ou não vamos ter um incumprimento
dentro da zona euro e isso tem causado um efeito que não se
dissipará com facilidade. O que é que se passa? Há um país que
está à beira novamente da bancarrota e ao cabo de quase quatro
meses de negociações não há uma saída, uma solução para o
problema? Julgo que isto é, no mínimo, perturbador.”
O governante
salientou que "aqueles que pensam que a situação se resolve
simplesmente no plano político, ignorando todos os outros, mostram
ter um desconhecimento muito grande do que é a política e do que é
a realidade".
Isto porque, para
Passos Coelho, "os políticos têm uma palavra muito importante
em todos estes processos, mas quando decidem ao arrepio das condições
e da realidade, o que fazem é vender ilusões às pessoas e não
resolver os problemas".
"Julgo que há
muitas lições políticas que um dia se poderão tirar deste
processo, mas o que quero sublinhar é que julgo que hoje nós temos
condições em Portugal para passar por um período de maior
perturbação nos mercados financeiros como não tivemos nos anos
precedentes e creio que isso deve reforçar a nossa confiança",
declarou ainda o primeiro-ministro.
Na segunda-feira, o
presidente do Banco Central Europeu (BCE), Mario Draghi, admitiu que
é impossível prever as consequências a médio e longo prazo de um
eventual incumprimento por parte da Grécia, já que se entraria "em
águas desconhecidas".
À semelhança dos
mercados bolsistas, o euro caiu hoje em relação ao dólar,
pressionado pela incerteza sobre a situação da Grécia, a dois dias
de uma reunião do Eurogrupo.
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