Metro
Mondego diz que agiu legalmente quanto a gastos de ex-administradores
Seis
ex-administradores são arguidos por administração danosa. Cartões
de crédito da empresa pública pagaram despesas pessoais
Pedro Sales Dias /
8-6-2015 / PÚBLICO
A Metro Mondego (MM)
defende que foi legal a actuação do seu departamento financeiro
quanto aos milhares de euros da empresa pública gastos em despesas
pessoais por ex-administradores que estão a ser investigados pelo
Ministério Público. “Confirma-se a actuação, à data, dos
serviços da MM, que se considera correcta e esclarece-se que nenhum
dos actuais membros do conselho de administração está citado na
matéria referida”, sublinhou a empresa em comunicado.
O PÚBLICO noticiou
no sábado que seis ex-administradores, dois anteriores presidentes e
quatro antigos vogais executivos, são arguidos num inquérito do
Departamento de Investigação e Acção Penal de Coimbra em que
estão em causa crimes de administração danosa, peculato e
participação económica em negócio, que terão ocorrido entre 2004
e 2010.
Um dos
administradores usou o cartão de crédito, que lhe tinha sido
distribuído pela empresa para despesas inerentes ao cargo, para
gastar 72 mil euros em jogos de computador, perfumes, artigos de
decoração, estadias em hotéis, compras no supermercado, vinho,
material de surf, serviços numa empresa organizadora de eventos e
uma conta de 139 euros num bar de striptease.
A MM espera que o
caso seja rapidamente decidido pela justiça “de modo a não
perpetuar uma situação de repetida suspeita que pode pôr em causa
o nome da instituição” e sublinha ser essencial que sejam
“definidos os termos de conclusão do projecto e reiniciados os
trabalhos”.
Foi o próprio
departamento financeiro da Metro Mondego que detectou a situação e
informou os administradores que as despesas, não tendo justificação
profissional nem tão-pouco existindo os respectivos recibos, eram
pessoais. Por isso, os dois viriam a devolver o valores, mas não de
forma total, e vários anos após saírem dos seus cargos. Um deles
fê-lo em 2010, três anos após deixar funções.
“Os factos
retratados ocorreram num período entre 2004 e 2006 (em relação à
utilização de cartões) e 2009 (em relação a concurso e
contratação de estudo)”, acrescenta a empresa lembrando que se
tratam de “questões referidas no relatório do Tribunal de Contas
de 2011”, como já fora noticiado.
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