domingo, 7 de junho de 2015

Metro Mondego diz que agiu legalmente quanto a gastos de ex-administradores


Metro Mondego diz que agiu legalmente quanto a gastos de ex-administradores

Seis ex-administradores são arguidos por administração danosa. Cartões de crédito da empresa pública pagaram despesas pessoais

Pedro Sales Dias / 8-6-2015 / PÚBLICO

A Metro Mondego (MM) defende que foi legal a actuação do seu departamento financeiro quanto aos milhares de euros da empresa pública gastos em despesas pessoais por ex-administradores que estão a ser investigados pelo Ministério Público. “Confirma-se a actuação, à data, dos serviços da MM, que se considera correcta e esclarece-se que nenhum dos actuais membros do conselho de administração está citado na matéria referida”, sublinhou a empresa em comunicado.
O PÚBLICO noticiou no sábado que seis ex-administradores, dois anteriores presidentes e quatro antigos vogais executivos, são arguidos num inquérito do Departamento de Investigação e Acção Penal de Coimbra em que estão em causa crimes de administração danosa, peculato e participação económica em negócio, que terão ocorrido entre 2004 e 2010.
Um dos administradores usou o cartão de crédito, que lhe tinha sido distribuído pela empresa para despesas inerentes ao cargo, para gastar 72 mil euros em jogos de computador, perfumes, artigos de decoração, estadias em hotéis, compras no supermercado, vinho, material de surf, serviços numa empresa organizadora de eventos e uma conta de 139 euros num bar de striptease.
A MM espera que o caso seja rapidamente decidido pela justiça “de modo a não perpetuar uma situação de repetida suspeita que pode pôr em causa o nome da instituição” e sublinha ser essencial que sejam “definidos os termos de conclusão do projecto e reiniciados os trabalhos”.
Foi o próprio departamento financeiro da Metro Mondego que detectou a situação e informou os administradores que as despesas, não tendo justificação profissional nem tão-pouco existindo os respectivos recibos, eram pessoais. Por isso, os dois viriam a devolver o valores, mas não de forma total, e vários anos após saírem dos seus cargos. Um deles fê-lo em 2010, três anos após deixar funções.
“Os factos retratados ocorreram num período entre 2004 e 2006 (em relação à utilização de cartões) e 2009 (em relação a concurso e contratação de estudo)”, acrescenta a empresa lembrando que se tratam de “questões referidas no relatório do Tribunal de Contas de 2011”, como já fora noticiado.




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