quarta-feira, 10 de abril de 2013

Contentores na Trafaria chegaram a São Bento.


Contentores na Trafaria chegaram a São Bento



Delegação de autarcas do concelho de Almada entregou ontem petição no Parlamento contra projecto governamental
10/04/2013 in Público online


Cerca de 6400 pessoas consideram, numa petição ontem entregue pelos autarcas de Almada na Assembleia da República, que a intenção governamental de construir um terminal de contentores na Trafaria é um "crime de lesa-pátria". O abaixo-assinado, que recolheu as assinaturas em perto de um mês, foi entregue no Parlamento pela presidente da Câmara de Almada, Maria Emília de Sousa (CDU), o presidente da Assembleia Municipal de Almada, José Manuel Maia (CDU), e os presidentes das 11 juntas de freguesia do concelho. O documento transmite uma "profunda convicção de que a concretização da construção deste terminal corresponderá a um crime ambiental de "lesa-pátria", incidindo numa zona de grande riqueza ambiental e paisagística".
Em declarações aos jornalistas, Maria Emília de Sousa afirmou que a contestação ao projecto anunciado em Fevereiro - que deverá ocupar 200 a 300 hectares - visa "defender a beleza natural do concelho e o seu potencial para o turismo, para o desenvolvimento tecnológico e das indústrias criativas".
"Somos pelo desenvolvimento, mas temos o nosso rumo traçado. A estratégia de desenvolvimento para aquele território no quadro da Área Metropolitana de Lisboa seria completamente esmagada com esta ideia", declarou a autarca comunista, que se mostrou preocupada com a previsão de construção de uma linha de caminho-de-ferro entre a Trafaria e o Setil (Cartaxo), "com comboios de mercadorias de 700 metros, para levarem depois os produtos para o Norte do país". A presidente do município chamou a atenção para a "necessidade de explorar Sines, cujo potencial está muito aquém de ser aproveitado".
A questão ambiental também preocupa os autarcas: "Temos ali uma área de reprodução de fauna marinha que é muitíssimo importante, e que seria destruída", disse a autarca, alertando ainda para a destruição de centenas de postos de trabalho entre a comunidade piscatória, que não seria compensada pelos cerca de 400 criados pelo terminal de contentores.



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