"Austeridade está a chegar ao limite"
18/04/2013 in Público
O presidente do Banco Espírito Santo (BES), Ricardo Salgado, disse ontem que a austeridade "está a chegar ao limite", e defendeu que a troika deve mostrar algum "pragmatismo" para ajudar a economia portuguesa. "A austeridade é violenta e está a chegar ao limite", reforçou Salgado, que falava à margem de uma conferência promovida pela Comissão Bancária da Câmara de Comércio Internacional, que junta em Lisboa responsáveis da banca de vários países. "Mas espero que haja algum pragmatismo do lado da troika para ajudar a economia portuguesa", disse o presidente do BES.
Salgado disse ainda que quanto maior for o apoio político interno às medidas alternativas que visam compensar as normas orçamentais chumbadas pelo Tribunal Constitucional, maiores serão os benefícios para Portugal. "Quanto maior for a frente de concordância em relação às políticas a tomar, isso só pode ser bom para o nosso país".
Em relação às declarações do primeiro-ministro sobre a falta de apoio dos bancos às empresas e às famílias, contrapôs que actualmente há pouca procura de crédito. "Os projectos de investimento contam-se pelos dedos de uma mão", disse. "Os bancos portugueses têm ajudado o que podem, mas a preocupação do primeiro-ministro é legítima. Porém, os bancos portugueses enfrentam muitos constrangimentos, alguns deles impostos pela troika, pelo que têm que ter especial atenção à qualidade do crédito", sublinhou. Salgado realçou que os bancos gerem os recursos dos seus clientes, pelo que "têm que tomar muito cuidado na concessão de crédito".
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