quinta-feira, 25 de abril de 2013
Que fazer com esta democracia?
Que fazer com esta democracia?
Um maior exercício da cidadania é uma das sugestões que diversas personalidades colocam na mesa.
EDITORIAL / Público /25/04/2013
Neste 39.º aniversário do 25 de Abril, o PÚBLICO fez uma simples pergunta a mais de meia centena de cidadãos com conhecida actividade em várias áreas: professores, escritores, historiadores, poetas, actores, músicos, artistas plásticos, sociólogos, juízes, advogados, cineastas, bispos, médicos, cientistas, filósofos, coreógrafos, dirigentes de associações. A tal pergunta simples foi: "O que melhoraria na democracia portuguesa?" E as respostas, sem que delas se ambicionasse qualquer conclusão "científica", dão-nos conta de um sentimento quase comum: à liberdade faltam alicerces e o mais citado é a urgência de dar um novo impulso à cidadania. Se alguns contestam abertamente os líderes políticos e o actual sistema partidário, havendo apenas uma minoria que acentua claramente a importância (apesar todas as suas conhecidas falhas) da democracia representativa na qual se baseia o nosso sistema político, quase metade das 55 respostas ao inquérito falam em múltiplas formas de incentivar a chamada "democracia participativa". E isso é sugerido a diversos níveis: não apenas nos processos eleitorais (contra a "partidocracia"), mas também na educação, na família, nas comunidades, nos movimentos cívicos, nas associações locais e regionais, nas empresas, em todo o lado onde, para que haja resultados, seja bem vinda uma menor apatia. Se esse poder for exercido com empenho e conhecimento das causas, se uma melhor educação e uma melhor cultura ajudarem a alicerçá-lo, se os portugueses forem cada vez mais cidadãos e menos autómatos (e, sendo-o, também cada vez mais vítimas), a incompetência, a corrupção, a mediocridade e a mentira terão menos campo livre. E a Justiça poderá, pelo contrário, funcionar como deveria. A liberdade, que há 39 anos foi conquistada contra um poder ditatorial e arrogante, fica por si só incompleta, se o país assentar numa sociedade civil amorfa. Que, como se sabe, é a melhor base para os piores governos.
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