segunda-feira, 1 de abril de 2013

Renovação em vez de reabilitação.

Icomos-Portugal receia continuação do mesmo modelo de acção




Renovação em vez de reabilitação

Depois do primeiro relatório, de Março de 2012, o Icomos realizou um outro, em Junho desse ano, a pedido da UNESCO, sobre a Área de Reabilitação Urbana do Centro Histórico e a sua principal operação, a do Morro da Sé. O texto, a que o PÚBLICO teve acesso, denota preocupação por a Porto Vivo considerar que a intervenção nas Cardosas "está a produzir bons resultados, pretendendo-se continuar a aplicar a mesma metodologia nas restantes áreas a reabilitar". Apesar de reconhecer que "é urgente travar a degradação" do centro histórico, o Icomos defende que "deverá ser privilegiada uma actuação especializada, edifício a edifício, obedecendo às normas de actuação a que Portugal está obrigado" e não o "processo de emparcelamento de dezenas de imóveis de grande valor histórico, de modo a preparar grandes operações ditas de reabilitação, mas que, como se verificou no quarteirão das Cardosas, não passam de operações de renovação, onde se procura, na maioria das vezes, apenas manter as fachadas". O organismo defende "uma total alterações das práticas para o futuro" e refere ainda ainda que o impacto que estas grandes intervenções estão a ter no turismo "é bastante grave e mal avaliado pelas entidades gestoras", uma vez que, defende, se está a proceder à "descaracterização" do centro histórico, com um "crescimento desmesurado" das áreas comerciais e de animação nocturna. Sobre o Morro da Sé a Câmara do Porto garante não ter recebido qualquer pedido de informação. E à "enorme preocupação" do Icomos o município responde dizendo ter um trabalho "reconhecido como um exemplo de uma boa prática a nível internacional".



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