União
Europeia deve rever código de conduta, diz Schulz sobre caso Durão
Barroso
PÚBLICO
14/09/2016 –
PÚBLICO
O
presidente do Parlamento Europeu diz que "é estranho" que
Barroso seja consultor da Goldman no caso Brexit.
O presidente do
Parlamento Europeu, Martin Schulz, afirmou que a União Europeia deve
rever o código de conduta, depois das polémicas originadas pela
saída de Durão Barroso para a Goldman Sachs.
“Devíamos adaptar
o código de conduta para clarificar o que é que os antigos
presidentes da Comissão Europeia e os antigos comissários europeus
podem fazer”, respondeu Schulz numa entrevista ao jornal alemão
Die Welt.
Questionado sobre as
regras da União Europeia e se estas seriam demasiado brandas ou
vagas, Schulz respondeu que “não são suficientemente precisas”.
“É normal que um antigo presidente da Comissão Europeia procure
um novo emprego. Ninguém terá qualquer problema se ele escrever um
livro ou ensinar numa universidade. Mas é estranho que [Durão]
Barroso queira aconselhar o maior banco de investimento no caso
'Brexit'”, analisou Schulz.
No domingo, o
sucessor de Durão Barroso e presidente da Comissão Europeia desde
2014, Jean-Claude Juncker, abriu uma investigação para averiguar se
tinha existido alguma quebra no protocolo e algum conflito ético, na
decisão de Barroso de assumir a frente do banco de investimento
norte-americano. Durão Barroso já respondeu à decisão de Juncker,
dizendo que se sente “discriminado” e considera que está a ter
um tratamento diferente dos anteriores representantes europeus.
“Apesar de
respeitar que todos tenham direito à sua própria opinião, as
regras são claras e devem ser respeitadas. Estas acusações são
infundadas e totalmente imerecidas. São discriminatórias contra mim
e contra a Goldman Sachs", defendeu o antigo primeiro-ministro
português, que deixará de ser recebido em Bruxelas como antigo
presidente da Comissão.
O banco de
investimento nomeou Durão Barroso como consultor, duas semanas
depois de os britânicos terem escolhido a saída da União Europeia.
À data, o PÚBLICO soube que o convite foi feito antes do referendo
britânico.
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