Don’t
look now, Venice tourists – the locals are sick of you
This
week, Venetians have taken to the water to protest agaiinst the
cruise ships that swamp their city. It’s just the latest fightback
against the endless waves of visitors
Simon Usborne
Tuesday 27 September
2016 16.34 BST
Imagine a packed
Emirates Stadium emptying its stands on a town the size of Margate
every day and you begin to get a sense of how swamped sinking Venice
has become. Now tensions that have simmered for decades are boiling
over as the city’s vanishing population of 55,000 fight back
against the tourist tide.
On Sunday, members
of the Comitato NO Grandi Navi, a group campaigning against the giant
cruise ships that daily disgorge visitors into the fragile lagoon,
took to dinghies to get in the way. Or at least to make a noise while
some of the estimated 30,000 peak-season daily cruise visitors peered
down at them from the upper decks.
More than 60,000
people descend on Venice each day, with less than half staying the
night. “At least the tourists in the hotels are easier to manage,
and bring richness to the city,” says Marco Caberlotto, a member of
Generation 90, a campaign group established this summer. “Most
people just want to take a selfie in St Mark’s Square before they
go back to their ships.”
Caberlotto, 25,
represents a generation of Venetians being priced and crowded out of
their city by tourists who come in search of history and bad pizza.
They have had enough. The city’s population is now shrinking by
about 1,000 people a year as property prices and rents soar.
Landlords are increasingly renting space via Airbnb.
For those who remain
– Caberlotto, a masters student, lives in a small apartment owned
by his parents – daily life can be an assault course of choked
streets and overloaded vaporetti. Last month, more than 500 members
of Generation 90 staged a march. They held up shopping trolleys and
push chairs and chanted in Venetian dialect: “Watch your legs, I’m
coming through with a trolley.”
A demonstration
against cruise liners being allowed into the city. Photograph:
AFP/Getty Images
The longer-term
threats are graver still. In July, Unesco’s world heritage site
committee voted to postpone a decision on whether to put Venice on
its list of endangered sites. The decision followed a damning 2015
report into the effects of overcrowding, construction and pollution
on Venice’s teetering foundations and ecology.
Campaigners are
calling for visitor caps, a cruise ship cordon and measures to tackle
the housing crisis. Generation 90 want at the very least a version of
an Airbnb tax introduced in Florence this year (€2.50 per person
per night). But the city government, which could not respond in time
for publication, has been beset by accusations of inaction and the
fallout of a 2014 corruption scandal related to the building of flood
defences.
As for the cruise
companies? Nobody at P&O, Cunard, Royal Caribbean or Thomson
could explain how they plan to respond to the problem of overcrowding
when contacted by the Guardian. Cruise Lines International
Association, the industry body, says it is urging the Venetian
authorities to find a solution, insisting that it already
self-imposes a ban on the biggest ships. It also points out the
economic benefits of cruising to the region.
“The problem is
that these tourists think this is a kind of Disneyland,” Caberlotto
says in a break from studying at a library on the Zaterre promenade,
where many of the cruise ships dock. “They should remember that
this is a living city.”
A
Manhattan flutuante
ANTÓNIO SÉRGIO
ROSA DE CARVALHO 03/03/2016 – PÚBLICO
Vamos ter garantida,
mesmo em frente a Alfama, a dominadora e esmagadora omnipresença de
uma verdadeira Manhattan.
Há alguns anos
atrás, a possível construção da Manhattan de Cacilhas, preocupava
aqueles que se indignavam com a possibilidade de ver crescer na
Margem Sul, mesmo em frente ao Centro Histórico, uma selva de torres
que iriam dominar e esmagar o horizonte de Lisboa.
No entanto, com o
completar em breve do Terminal de Cruzeiros vamos ter garantida,
mesmo em frente a Alfama, a dominadora e esmagadora omnipresença de
uma verdadeira Manhattan, constituída por colossos flutuantes em
volume e altura, com uma capacidade gigantesca e renovada de despejar
avalanches de turistas, confirmadoras da transformação de Lisboa
numa Monocultura e da sua redução a uma Monofuncionalidade.
Veneza tornou-se no
exemplo extremo de como uma Turistificação maciça pode destruir
toda a autenticidade e identidade de uma cidade.
Assim, a população
residente de Veneza foi reduzida a 59.000 habitantes. No entanto,
recebe num dia de Verão 130.000 turistas. Veneza recebe anualmente
entre 14 a 15 milhões de habitantes.
Todo o edificado do
centro histórico foi transformado em residência secundária de
aposentados milionários ou está ao serviço da residência
turística, seja em hotéis ou residência temporárias.
É quase impossível
de encontrar uma loja de comércio local.
Veneza luta há anos
contra os navios de cruzeiros de alta tonelagem, e, depois de uma
breve vitória em Novembro de 2014, onde parecia que os mesmos iriam
ser banidos do Centro, com o desenvolvimento de um porto alternativo,
a nomeação de um novo presidente da Câmara anulou esta aparente
vitória.
Enquanto Fernando
Medina afirma que o centro histórico está a ser recuperado e Manuel
Salgado se declara impotente, depois de ter entregue a cidade aos
especuladores, todos os dias recebemos notícias confirmadoras de que
o mesmo processo se está a desenrolar em Lisboa.
A sede do Diário de
Notícias, a da antiga Rádio Renascença, o edifício do Brás e
Brás, o Palácio Costa Cabral, etc., etc., numa interminável lista
crescente.
Vem agora a CML
declarar oficialmente a intenção de implementar o seu programa de
Lojas com História acrescentando ao seu conselho consultivo, um
grupo de trabalho a fim de analisar, com rigor, caso a caso, os
processos.
Ora atenção a esta
formulação: O grupo de trabalho será chamado a emitir um “parecer
prévio não vinculativo” quando estiverem previstas “operações
urbanísticas que tenham impacto directo sobre as lojas
distinguidas”. Um parecer, portanto, Não Vinculativo.
Isto mereceu
comentários e moções na Assembleia Municipal, assim como as
perguntas das Juntas de Freguesia sobre o efeito da Turistificação
e Gentrificação para as populações locais, e as perguntas do
Público ao Vereador Manuel Salgado sobre o prometido relatório
sobre os efeitos dos excessos de Turismo sobre a cidade, ficaram sem
resposta.
Aguarda-se e
espera-se agora do Conselho Consultivo e do Grupo de Trabalho do
programa Lojas com História (ou é isto a mesma coisa?) um rigor e
uma exigência confrontadora, uma consciência portanto, do perigo de
neutralização por integração que a sua missão implica.
Estes grupos de
notáveis e conhecedores têm portanto uma grande responsabilidade.
Especialmente, na
tradição de um País que não ousa exigir ou confrontar, habituado
a uma dependência sistemática, e aqui, também “flutuante”.
A frase que ficou
nestes dias foi a proferida em síntese por António Coimbra de
Matos: “Somos um País de Medrosos”.
Historiador de
Arquitectura
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