domingo, 18 de setembro de 2016

AfD deals fresh blow to Angela Merkel in Berlin vote

Extrema-direita marca pontos e Merkel perde votos em Berlim

Clara Barata
18/09/2016 – PÚBLICO

Partido da chanceler tem o pior resultado de sempre nas eleições da cidade. Alternativa para a Alemanha (AfD) garante entrada no parlamento da capital.

O partido de Angela Merkel teve a sua votação mais baixa de sempre na cidade-estado de Berlim, nas eleições deste domingo: 18% dos votos. O partido anti-imigração de extrema-direita Alternativa para a Alemanha (AfD) conseguiu entrar no Parlamento estadual, obtendo cerca de 11%, dizem as projecções após o encerramento das urnas.

Os sociais-democratas do SPD ganharam, tal como em 2011, com 23%, mas os maus resultados da CDU não permitem que se mantenha no poder a coligação destes dois partidos. Para governar, o presidente da câmara social-democrata Michael Müller terá fazer uma aliança com outros partidos – provavelmente Os Verdes, que ficaram em terceiro, com 16,5%. Mas o partido Die Linke, que agrega antigos comunistas a outros sectores da esquerda, deverá ter um resultado equivalente.

O Partido Pirata, que em 2011 tinha entrado no parlamento berlinense, com 8,9% dos votos, desaparece desta vez. E o Partido Democrático Liberal (FDP), que nas últimas eleições não tinha conseguido o mínimo de 5% dos votos para conseguir representação parlamentar, regressa este ano ao parlamento, com uma votação que se espera que atinja 6,5%.

Para a CDU de Merkel, é a segunda desfeita eleitoral em duas semanas, depois de ter sido ultrapassada pela AFD, no início de Setembro, no estado-federado de Mecklemburgo-Pomerânia Ocidental – que, para agravar a humilhação, sempre foi o bastião eleitoral da chanceler alemã.

Estes resultados são vistos como uma punição do eleitorado, insatisfeito com os resultados da política de abertura de portas aos refugiados no ano passado. A AFD, com um discurso claramente racista, tem sabido capitalizar o descontentamento, sobretudo na Alemanha de Leste, pouco habituada a lidar com fenómenos de migração. O resultado disto é que o partido com três anos, que começou por ser anti-euro e agora é contra a imigração e contra o Islão, embora não esteja no Bundestag conseguiu já entrar em dez parlamentos regionais.

A entrada no parlamento berlinense da AFD, bem como em alguns municípios dos subúrbios da capital alemã, tem um forte valor simbólico: esta metrópole cosmopolita tinha até agora resistido às tendências populistas e xenófobas. O presidente da câmara não tinha hesitado em afirmar, durante a campanha, que se a AFD tivesse mais que 10% dos votos, “isso seria interpretado no mundo inteiro como um sinal do renascimento da extrema-direita e dos nazis na Alemanha”, relata a AFP.

Ainda que nos últimos 15 anos a CDU não tenha tido grandes resultados eleitorais em Berlim, este novo revés nas urnas vem aumentar as interrogações sobre se estará a chegar ao fim a vida política da chanceler – ela ainda não anunciou a sua recandidatura para as eleições legislativas do Outono de 2017.

Mas a CDU também não tem outra figura agregadora, alguém que se destaque como possível rival de Merkel. No entanto, quando ela se apresentou como sucessora de Helmut Kohl, o seu mentor político, a candidatura também foi vista como uma surpresa.

AfD deals fresh blow to Angela Merkel in Berlin vote

Even in cosmopolitan Berlin, the far-right party capitalizes on backlash against chancellor’s migration stance.

By
Janosch Delcker
9/18/16, 8:37 PM CET

BERLIN – Angela Merkel’s conservatives suffered a heavy defeat in state elections in Berlin on Sunday, after voters, disaffected with the chancellor’s refugee policy, embraced the populist Alternative for Germany (AfD) at the expense of traditional parties.

Based on early projections, the Social Democrats (SPD) will remain the strongest party in the capital, which counts as one of Germany’s 16 federal states, after receiving 22.8 percent of the vote, down from 28.3 percent in 2011. Merkel’s Christian Democrats (CDU) fell from 23.3 to 17.8 percent while the far-right AfD reached 12.2 percent, easily passing the five-percent threshold to enter the state assembly for the first time.

“This result is not satisfactory,” Peter Tauber, the CDU general secretary, told a press conference in Berlin. “The atmosphere on the national level was of no […] great help for our friends on the ground.”

The results add pressure on Merkel, who has defended her refugee stance while taking personal responsibility for her party’s withering defeats in regional elections, including in her home state in the northeast of Germany two weeks ago.

AfD deputy party chief Beatrix von Storch was ecstatic at the exit polls, telling public broadcaster ARD the voters gave the party a good reason to celebrate: “We’ve arrived in the [German] capital.”

Voter turnout rose to 67.3 percent from 60.2 percent five years ago, according to projections by public broadcaster ZDF, a sign of voters’ eagerness to have their voice heard as Merkel’s government struggles to integrate a million refugees, who had entered the country last year.

While new arrivals have dropped significantly since the beginning of the year, migration dominated the campaign in Berlin, which has been dubbed by media as Germany’s “failed state” for its dysfunctional administration. And even in cosmopolitan Berlin, the AfD successfully capitalized on the backlash against Merkel’s open-door refugee policy.

Founded only three years ago, the far-right party has been making steady gains in regional votes, beating Merkel’s CDU for the first time in the state of Mecklenburg-Vorpommern two weeks ago. In addition to Berlin, the party also has seats in nine other parliaments nationwide.

In the past five years, the CDU has been the junior coalition partner to the Social Democrats in Berlin, which gave the SPD the right to appoint the state premier. Their poor performance, as well as the AfD’s strong showing, means the two main parties now need a third partner to join a coalition.


“The last year of this coalition was dominated by quarrelling … and our citizens don’t like this,” Monika Grütters, Merkel’s government commissioner for culture and the media, told ARD after the polls closed.

If Merkel’s CDU remains out of the ruling coalition, they will lose influence in the Bundesrat, the upper house of the German parliament composed of state representatives.

Other parties that made it into Berlin’s regional parliament are the Green Party with around 16.4 percent, the far-left Die Linke with 16.2 percent, and the liberal FDP with 6.4 percent, according to projections by ARD.

The Social Democrats scored about 5.5 percentage points less than five years ago, the worst result for any winner in the history of election in Berlin. Still, they threw a party on Sunday night.

“We’ve reached our goal,” SPD state premier Michael Müller told the party faithful. “We’re the strongest party in the state.”

Nevertheless, the poor showing will haunt the SPD’s national party chief, Sigmar Gabriel. On Monday, the deputy chancellor and German economy minister will meet with about 200 delegates in the city of Wolfsburg in an effort to get support for his stance in trade negotiations between the EU and Canada.

The outcome of the Canada tradetalks could seal the fate of the 57-year-old politician, many SPD officials say. Gabriel hopes to be the party’s candidate for chancellor in next year’s national elections.

Authors:

Janosch Delcker

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