quinta-feira, 17 de dezembro de 2015

Passos apanha bancada de surpresa.

Se há algo que fica bastante claro na “rotura”, agora tornada explícita, entre Pacheco Pereira e o PSD é que essa rotura sempre existiu. Pacheco Pereira cometeu a proeza ao longo dos anos de ser filiado num Partido e ser independente nas opiniões. Isso só foi possível, por um lado, pela miséria paupérrima de inexistência de intelectuais e reflexão no PSD, e por outro lado, pelo facto de o PSD, depois de Sá Carneiro, nunca ter sido um Partido Social Democrata ou portador de qualquer tipo de ideologia.
Isso confirmou-se totalmente e definitavamente na crise, onde o PSD foi apenas um executor da vontade da Troika e guardião do Protectorado.
O CDS como Partido da “Direita” também nunca salvaguardou qualquer princípio da Direita tradicional perante a Soberania ou a Independência e Estratégia Económica, limitando-se a servir servilmente o Calvinismo Financeiro imposto pela Eurocracia.
Perante a evolução Internacional da Europa cada vez mais dividida num fosso identitário entre Globalistas e Patriotas, é curioso verificar a possível reforma e reformulação que Sarkozy vais ser obrigado a desenvolver no seu próprio Partido , integrando muitos temas da Soberania Identitária para poder fazer frente a Le Pen.
Se a “Direita” Portuguesa pensa que poderá ficar num “limbo” ideológico, imóvel , inoperante e ineficaz , vagamente residual de um Neo-Liberalismo em crise, então ela está simplesmente condenada. O contexto Internacional torna simplesmente isto evidente.
OVOODOCORVO  

Passos apanha bancada de surpresa
Dirigentes e deputados esperavam intervenção do líder parlamentar do PSD durante o debate quinzenal desta quarta-feira. Passos informou Montenegro (e Portas) horas antes de que afinal seria ele a falar.

ÂNGELA SILVA
EXPRESSO online / 17-12-2015


Dirigentes e deputados do PSD foram apanhados de surpresa com a intervenção de Pedro Passos Coelho no debate parlamentar com António Costa. O ex-primeiro-ministro só informou o líder parlamentar (e o líder do CDS, ex-parceiro no Governo) de que iria ao confronto com Costa horas antes do debate.

Na véspera, vice-presidentes do PSD e do respetivo grupo parlamentar informavam que seria Luís Montenegro a falar. Passos deveria reservar-se para momentos especiais e evitar desgastar-se no confronto com o novo primeiro-ministro. O assunto vinha a ser discutido internamente, a dúvida sobre o que seria melhor instalara-se e, na terça-feira, fontes da direção do partido e da bancada informaram o Expresso de que Passos não iria a jogo.

O próprio, no entanto, nunca foi claro e só na véspera, dia em que não disse à comissão permanente do PSD, com quem esteve reunido, o que tencionava fazer, comunicou a Montenegro, que chegou a preparar-se para ter de intervir, que iria falar. Paulo Portas também foi informado horas antes. "Entre a noite de ontem e a manhã de hoje (dia do debate)", segundo fonte próxima do líder centrista.


Alertado por alguns barões do partido, entre eles Marques Mendes, de que seria um erro não intervir no primeiro debate quinzenal com Costa, Passos acabou por agarrar a oportunidade. Mas na ex-maioria é consensual não ser fácil encontrar o registo certo para esta fase nova e inesperada da vida política à direita.

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