Edgar
Silva acusa António Costa de continuar “política do antigamente”
LUSA 26/12/2015 -
PÚBLICO
Candidato
apoiado pelo PCP criticou duramente a opção do Governo socialista
para resolver o caso do Banif com as mesmas receitas do PSD/CDS e da
troika.
O candidato a
Presidente da República Edgar Silva acusou o primeiro-ministro
António Costa de continuar a "política do antigamente" e
de pôr de novo o povo a pagar por "actos tresloucados" dos
grandes capitalistas.
Questionado pelos
jornalistas à entrada de um convívio com apoiantes na Escola
Secundária de São Pedro da Cova (Porto) sobre a mensagem de Natal
de António Costa, que se mostrou confiante num tempo novo e de
prosperidade, o candidato apoiado pelo PCP afirmou que as medidas
agora assumidas pelo Governo "não são de um tempo novo, são
da velha política, são da política do antigamente e o que menos
Portugal agora precisa é das políticas do antigamente, do anterior
a 4 de Outubro".
Edgar Silva
referia-se à decisão de resolução do Banif, que obrigou o Governo
a apresentar um orçamento rectificativo para acomodar os cerca de
2,2 mil milhões de euros públicos injectados no banco. O PCP, o
PEV, o Bloco de Esquerda, o CDS e o PAN votaram contra o
rectificativo, que foi viabilizado com a abstenção do PSD.
"Precisamos de
medidas novas, que sejam de justiça social, que reponham direitos,
que permitam reconquistar a dignidade, a esperança e a confiança.
Portugal do que menos precisa é de medidas à maneira do que o PSD e
o CDS vinham a impor, à maneira das receitas da troika nacional e
estrangeira", acrescentou o candidato comunista à Presidência
da República.
"O que nós
vimos na decisão do Governo liderado por António Costa não trouxe
nada de novo; bem pelo contrário, trouxe tudo o que de velho e pior
tinha o antigo tempo", criticou Edgar Silva, revelando-se
"apreensivo" com o Governo da "responsabilidade do PS
" que aprovou essas medidas. Para Edgar Silva a solução do
Governo para a questão do Banif "nada tem a ver com um tempo
novo", porque quem continua a pagar é "povo e os
trabalhadores".
"Aqueles que já
foram massacrados e asfixiados, aqueles para quem a vida já tanto
azedou, é sobre esses (...) que vai recair mais este encargo de
pagar as loucuras que os grandes capitalistas andaram a fazer em
Portugal, para que seja de novo o Estado português a pagar por esses
actos tresloucados de irresponsabilidade, da ganância atrás da
ganância e da sede do lucro a qualquer custo. Quando foi para ganhar
ninguém chamou o povo", disse no seu discurso em São Pedro da
Cova.
O candidato do PCP
pediu ao Governo de António Costa "respostas concretas, mais
audazes, mais exigentes, muito mais avançadas para responder aos
problemas concretos". "Nós queríamos que os direitos, a
dignidade, os rendimentos e os salários que têm sido roubados ao
povo e aos trabalhadores fossem plenamente repostos (…) [mas] têm
sido sucessivamente usurpados."
O candidato apoiado
pelo PCP revelou "muita preocupação" caso este "tempo
novo [de que falou Costa na mensagem de Natal] não seja sobretudo de
medidas concretas para responder aos grandes problemas",
especialmente na área da saúde. "Vemos homens e mulheres que
morrem nas urgências porque não têm resposta médica. O que é
preciso são respostas na área da saúde para responder a um Serviço
Nacional de Saúde (SNS) que está a ser insuficiente", disse,
acrescentando que "os Governos até agora têm cortado nas
soluções sociais, têm desresponsabilizado o Estado das suas
obrigações na defesa do SNS".
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