Medina apresenta candidatura a Lisboa
no dia 26
Apadrinhado mais uma vez por Costa,
Medina anuncia na próxima semana aquilo que toda a gente já sabe: é o candidato
socialista à Câmara de Lisboa.
São José Almeida
SÃO JOSÉ ALMEIDA 17 de Junho de 2017, 7:12
Fernando Medina vai anunciar a sua candidatura à Câmara
Municipal de Lisboa na segunda-feira da próxima semana, dia 26 de Junho. A
apresentação será feita por António Costa, na qualidade de secretário-geral do
PS, e decorrerá às 18 horas, no Palácio Galveias.
A formalização da candidatura de Medina não é uma novidade
já que, no início do ano, a direcção socialista aprovou que todos os
presidentes de câmaras em exercício e que não tivessem atingido os 12 anos de
limitação de mandato disputariam de novo o cargo. Mas esta é a primeira vez que
Medina se candidata como número um da lista do PS a eleições autárquicas.
A composição das listas à câmara e à assembleia municipal da
coligação que junta o PS e ao movimento Cidadãos Por Lisboa só deverá ser
conhecida no final de Julho, de forma a que os actuais vereadores terminem sem
perturbações os seus mandatos, mesmo aqueles que se recandidatem.
Há quatro anos, Medina integrou pela primeira vez a lista
socialista autárquica, tendo aparecido como número dois, logo atrás de Costa,
num claro sinal de que o PS estava a preparar a sucessão do então presidente da
Câmara desde 2007.
A escolha de Medina foi uma decisão pessoal de António
Costa, que assim garantiu o perfil de quem o iria suceder quando optasse por
deixar os Paços do Concelho. Até então Medina integrara o gabinete de António
Guterres no seu segundo Governo e ocupara as pastas de secretário de Estado do
Emprego e Formação Profissional e depois de secretário de Estado Adjunto, da
Indústria e do Desenvolvimento, sempre com o ministro Vieira da Silva, nos
governos de José Sócrates. Em 2013, era há dois anos deputado e vice-presidente
do grupo parlamentar do PS.
No primeiro mandato, Medina foi responsável pelo pelouro das
Finanças, outro sinal da importância que o vereador adquiria dentro da
arquitectura da Câmara. A sucessão anunciada verificou-se em Abril de 2015,
quando Costa deixou a Praça do Município para se instalar no Largo do Rato e se
dedicar em exclusivo à campanha para as legislativas de 4 de Outubro.
Quando deixa a Câmara de Lisboa, Costa Já era
secretário-geral do PS desde 22 de Novembro de 2014, quando foi candidato único
às eleições directas. Era o fim da ascensão à liderança, depois após as
eleições europeias desse ano de ter aberto hostilidades contra o então líder do
PS, António José Seguro, por os socialistas terem tido 31,5% dos votos. Logo na
noite eleitoral Costa considerou que “quem ganha por poucochinho, faz
poucochinho”, acrescentando que era preciso “uma vitória clara, inequívoca”,
traçando o objectivo de uma maioria absoluta que até hoje nunca alcançou, tendo
perdido as legislativas de 2015 e só conseguindo ser primeiro-ministro fruto
dos acordos com o BE, PCP e PEV.
O confronto entre Costa e Seguro deu-se a 28 de Setembro de
2014, nas primeiras e únicas eleições primárias realizadas no PS para a escolha
de um candidato a primeiro-ministro. Costa ganhou com 67,88% dos votos dos
militantes e dos simpatizantes contra 31,65% de Seguro, que se demitiu de
seguida.
Durante os dois anos como vereador, Medina preparou-se para
a substituição e quando em Abril de 2015 assumiu o cargo, assumiu também a
herança. Além dos projectos para a cidade, herdou a vereação, na qual poucas
peças mexeram. Apenas entrou João Paulo Saraiva, dos Cidadãos por Lisboa, que
ficou com as Finanças.
Já depois das legislativas de 2015, a vereadora Graça
Fonseca, que detinha os pelouros da economia, inovação, educação e reforma
administrativa, integrou o Governo como secretária de Estado Adjunta e da
Modernização Administrativa, sendo substituída por Catarina Albergaria. Esta
nova vereadora do PS ficou apenas com a educação, tendo os restantes pelouros
de Graça Fonseca sido redistribuídos - Medina ficou com a inovação, que
considera estratégica para a câmara.
Resta agora esperar pelo fim de Julho para ver quem fica e
quem sai da lista socialista e qual o grau de renovação na distribuição de
pastas que vai ser imprimido pelo PS em coligação com o movimento Cidadãos por
Lisboa.
Na Minha Rua Lx: mais poder nas mãos
dos lisboetas
16, junho 2017
A partir de agora é mais fácil reportar um problema em
Lisboa, pelo smartphone ou na internet. A nova app permite comunicar com
rapidez problemas em área como a higiene urbana, passeios, arruamentos, espaços
verdes, habitação, equipamentos culturais, ou outros, e acompanhar o
desenvolvimento do processo. “Uma aplicação verdadeiramente democrática”, diz
Fernando Medina.
Foi apresentada em 16 de junho, nos Paços do Concelho, a
nova app para o portal Na Minha Rua Lx, uma aplicação disponível para os
sistemas Adroid e iOS que permite a comunicação mais rápida e eficaz de
diversos problemas na cidade – dos espaços verdes ou arruamentos aos
equipamentos culturais, higiene urbana ou habitação. “A manutenção da cidade é
um grande desafio e nós assumimo-lo”, afirmou Fernando Medina, que considera
tratar-se de uma aplicação “que vai mudar a forma como as pessoas se relacionam
com a cidade”.
Após a Reforma Administrativa de Lisboa e de várias mudanças
levadas a cabo nos serviços municipais, incluindo a aquisição de novos
equipamentos e recrutamento de trabalhadores, “este é o momento certo de
avançar com esta plataforma para uma cidade mais amiga”, disse o
vice-presidente da autarquia, Duarte Cordeiro, que explicou o funcionamento da
app, perante uma plateia que integrava alunos da Escola Básica Parque Silva
Porto.
Mais perto do munícipes
O funcionamento é simples e intuitivo. Após ser descarregada
a aplicação, é apresentado um menu que permite ao utilizador reportar
ocorrências, fazer o acompanhamento das ocorrências que já reportou e conhecer
as que estão em curso, bem como aceder a dados estatísticos. Para além de uma
breve descrição, a nova ocorrência pode ser comunicada com fotografia do local
e será imediatamente georreferenciada. O utilizador ficará de imediato a saber
qual serviço responsável, ou, sendo o caso, a junta de freguesia.
“Uma nova realidade nas relações do cidadão com a
autarquia”, sublinha Duarte Cordeiro, “um grande projeto para a cidade de
Lisboa, adianta Fernando Medina. Na sessão esteve também o vereador com o
pelouro dos Sistemas de Informação, Jorge Máximo, que salienta tratar-se de
“mais um passo no vasto processo de transformação tecnológica” em curso na
cidade, lembrando que a aplicação resulta do desenvolvimento da plataforma municipal “na minha Rua”, que recebeu um
prémio em 2014 e já permitia reportar diversas ocorrências.
O candeeiro com a lâmpada fundida durante meses a fio, os
passeios estreitos com carros estacionados, a calçada por arranjar durante
semanas, os grafittis ou os vidros partidos são alguns exemplos que o
presidente da Câmara adianta para a utilidade desta aplicação. “Uma imensidão
de pequenos problemas que constituem um grande desafio”, diz, para sublinhar
que desta forma “damos às pessoas uma forma de utilização do seu poder e esse é
um dos melhores contributos que podíamos dar para a melhoria da cidade.”
Trata-se, adianta, de um projeto de transformação da forma
como os munícipes se relacionam com a câmara e a juntas de freguesia, “uma
aplicação verdadeiramente democrática” que foi inteiramente desenvolvida pelos
serviços municipais e “permite resolver uma lacuna que tínhamos na cidade”.
Ao mesmo tempo que acarreta mais responsabilidade para os
serviços envolvidos, da higiene urbana à proteção civil ou aos jardins, e para
mostrar as suas implicações estiveram estacionadas frente aos Paços do Concelho
diversas viaturas. Que o grupo de alunos da Escola Básica Parque Silva Porto
visitou, podendo mesmo experimentar como são prestados alguns serviços, como o
arranjo das calçadas atualmente a cargo das Brigadas Lx.
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