segunda-feira, 5 de junho de 2017

PSD quer Câmara de Lisboa a recolher o lixo doméstico todos os dias de semana


PSD quer Câmara de Lisboa a recolher o lixo doméstico todos os dias de semana

POR O CORVO • 6 JUNHO, 2017 •

O Partido Social-Democrata (PSD) quer que a Câmara Municipal de Lisboa (CML) comece a recolher o lixo doméstico também nas madrugadas das segunda-feira e dos feriados, passando assim a assegurar tal serviço todos os dias da semana. A proposta é feita através de uma recomendação, intitulada “Lisboa sem Lixo”, a discutir na sessão extraordinária da Assembleia Municipal de Lisboa (AML) que se realiza na tarde desta terça-feira (6 de junho). “Temos que reorganizar os serviços de Higiene Urbana da câmara para que possa ser possível recolher, entre domingo e segunda-feira, o lixo produzido pelas pessoas que vivem na cidade. Qualquer pessoa que circule pela cidade na manhã de segunda-feira percebe que existe uma lacuna neste aspecto”, diz a O Corvo Luís Newton (PSD), presidente da Junta de Freguesia da Estrela e responsável pela reivindicação.

 A recomendação propõe à câmara “reorganizar-se por forma a assegurar que, nos dias supra referidos, não exista uma substancial redução do nível de serviço e consequente acumulação de lixo nas ruas”. No texto que sustenta o pedido de mudança na organização dos serviços com o objectivo de alargar o horário de recolha do lixo, refere-se que o facto de Lisboa ser cada vez mais uma metrópole moderna, “crescendo em objectivos e em popularidade”, faz com que as exigências tenham aumentado. Não só porque quem cá vive deseja uma melhor qualidade de vida, como o assinalável aumento dos turistas, visível em monumentos e jardins, vida de rua e comércio, tem as suas consequências. “Lisboa, capital Europeia de Cultura, Desporto, mas sobretudo capital de Portugal não pode continuar a acumular lixo, seja em que dia da semana ou do mês for”, escreve o presidente da junta.

 “Este crescimento resulta numa maior acumulação de detritos e lixo, acumulando-se em cada esquina e prejudicando toda esta vivência. Uma cidade moderna não pára, nem pode reduzir os seus níveis de serviço à Comunidade que serve e que a visita, não sem compreendendo por isso que um elemento estratégico tão relevante e tão impactante como a recolha de lixo, tenha uma substancial redução do seu nível de serviço aos domingos (nomeadamente na recolha de domingo para segunda) e aos dias feriados”, diz o documento. Isto sem deixar de reconhecer que tal interrupção se deve à necessidade de assegurar os descanso dos trabalhadores daquele sector. Não deverá ser, contudo, esse direito inquestionável a funcionar como justificação para nada fazer, diz Luís Newton.

“Temos que mudar a organização dos serviços, que continuam a trabalhar como se ainda estivéssemos nos anos 70. Todas as grande cidades hoje asseguram a recolha do lixo, todos os dias da semana. As metrópoles modernas, como Lisboa ambiciona ser, não param, funcionam 24 horas por dias. O grau de exigência mudou. E se na minha junta consigo assegurar o funcionamento dos serviços de recolha de lixo nos sete dias da semana, não vejo razão para a câmara não conseguir”, afirma a O Corvo o autarca, explicando que as mudanças “não podem ocorrer à custa dos direitos dos trabalhadores do município”, mas sim de um melhor e mais eficaz “funcionamento por turnos”. “Não podemos querer ser a Capital Verde da Europa, mas ter as ruas cheias de lixo”, diz.


 Luís Newton considera ser esta mudança de paradigma não apenas exequível, como fundamental, uma vez que decorre da realidade verificável no espaço público. “Nas zonas históricas e no primeiro anel imediatamente a seguir, as casas não têm condições para que as pessoas mantenham o lixo mais do que um dia. Foram construídas numa época em que essa exigência não se punha. Por isso, as pessoas vêem-se obrigadas a meter o lixo da na rua”, afirma o autarca, argumentando ainda que as campanhas de comunicação feitas pela CML, nas duas últimas décadas, para que os munícipes guardem os detritos domésticos de domingo para segunda se têm mostrado pouco eficazes. A que se junta “a incapacidade da Polícia Municipal para fiscalizar a infracções relacionadas com esta questão”.

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