Marinho estreia-se em Bruxelas.
"Estive a desfazer intrigas e falsidades sobre mim"
No dia em que se apresentou no Parlamento Europeu, o eurodeputado Marinho e
Pinto diz que não põe "à venda" os seus princípios, nem muda de
princípios segundo as conveniências".
Daniel do
Rosário, correspondente em Bruxelas | in EXPRESSO online
Quarta feira, 4 de junho de 2014
"Já me
tinham dito isso, mas não acreditava que isto fosse possível, mas pelos vistos
é", soltou Marinho e Pinto, entre o surpreendido e o indignado, instantes
depois da primeira reunião que manteve esta quarta-feira no Parlamento Europeu
(PE), em Bruxelas. O recém-eleito deputado do MPT e José Inácio Faria, o
segundo da lista, acabavam de sair da reunião com os Verdes europeus para
negociar a sua eventual integração na família política ecologista.
E apesar de ter
declarado previamente que esta formação política seria o seu destino natural,
tal como para o MPT, no final a apreciação era bem mais comedida: "Correu
bem, não era uma reunião deliberativa, vamos ter reuniões com vários grupos e
no final escolheremos um ou seremos escolhidos por um", explicou o cabeça
de lista do MPT, antes de seguir para uma reunião com os representantes do
grupo Liberal, outra família política do PE.
Marinho e Pinto
não quis revelar o teor da conversa, resumindo assim o encontro que durou mais
de uma hora: "Estive a desfazer algumas intrigas, algumas falsidades sobre
mim, sobre o MPT". Quais, não quis dizer, acrescentando que responder a
"mentiras" sobre a sua pessoa é coisa a que já está
"habituado" em Portugal. "Lá [em Portugal] tenho estado na
ribalta para as desmistificar, aqui surpreendeu-me", confessou.
Também em relação
à origem das "mentiras e falsidades" preferiu manter-se vago,
referindo-se genericamente a "alguns deputados" que têm feito um
"trabalho que não os honra": "Haja lealdade na luta política,
para dizer abertamente e não andar com intrigas por detrás das pessoas".
Em causa estão as
posições mais conservadoras de Marinho e Pinto em questões relacionadas com os
direitos dos homossexuais, que constituem precisamente uma das principais
bandeiras políticas dos Verdes europeus. Antecipando o encontro desta
quarta-feira, fonte ecologista confirmou ao Expresso que as posições
"controversas" do ex-bastonário da Ordem dos Advogados sobre estas
questões seriam um dos temas da reunião, a qual esperavam que produzisse uma
"clarificação".
Questionado sobre
se considera ter sido eficaz na tentativa de "desmistificar" as
acusações, Marinho e Pinto deu a entender que os seus esforços podem não ter
produzido o resultado desejado: "É sempre muito mais fácil propalar uma
falsidade do que propalar a verdade, mas a verdade acaba sempre por
prevalecer". De acordo com os eleitos do MPT, os ecologistas deverão tomar
uma decisão no decorrer da próxima semana.
Antes da reunião
com os Verdes, Marinho e Pinto repetiu a sua posição sobre as questões que se
avizinhavam polémicas. "Defendo todos os direitos das minorias, sejam
imigrantes, sejam gays, sejam lésbicas, sejam reclusos." Acrescentando que
no que diz respeito à adoção ou co-adoção coloca "em primeiro lugar"
os direitos da criança: "A minha conceção de direitos da criança impõe que
eles tenham um pai e uma mãe, são regras que foram definidas pela natureza, são
regras da evolução e estas o Homem não pode mudar".
"Os meus
princípios não estão à venda, não mudo de princípios segundo as
conveniências", rematou.
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