EDITORIAL / PÚBLICO
A semana decisiva do Partido
Socialista
Poderosa distrital do Porto reúnese hoje. Se vencer a ideia de um
congresso, Seguro fica muito frágil
Hoje à noite,
quando a maior parte dos portugueses tiver já jantado, a comissão política
distrital do Partido Socialista do Porto, uma das mais poderosas estruturas do
partido, inicia uma reunião decisiva.
O encontro faz
parte das rotinas da comissão, mas face à crise interna do partido é muito
improvável que a pergunta que anima o país político não seja discutida e votada:
quer o PS-Porto um congresso extraordinário e eleições directas agora para
escolher entre António José Seguro e António Costa para a liderança ou prefere
o PS-Porto ter eleições primárias dentro de quatro meses, tal como anunciado
pelo secretário-geral?
A comissão do
PS-Porto é composta por 71 militantes. Destes, 60% são tidos como sendo
próximos do líder da distrital, José Luís Carneiro, que por sua vez é muito
próximo de Seguro. O resultado – se a votação chegar a ter lugar – é por isso
particularmente esperado.
Desde que o
presidente da Câmara de Lisboa anunciou que iria disputar a liderança do maior
partido da oposição, já quatro distritais aprovaram moções a pedir à presidente
do partido, Maria Belém Roseira, a convocação de um congresso. António Costa –
que esteve duas vezes no Porto na semana passada, a última das quais para
apresentar a sua estratégia nacional e tentar vincar as diferenças em relação a
Seguro – precisa de que 11 distritais votem pelo congresso extraordinário.
Segundo os
estatutos do partido, essa é a forma que as bases têm de forçar a realização de
um congresso que o líder não quer. No sábado, para surpresa de muitos
socialistas, Faro, que tem um líder próximo de Seguro, votou pelo congresso. Todas
as distritais que votaram até agora – quatro – pediram um congresso. Esta
semana, além do Porto, reúnem-se mais cinco. O impasse poderá estar resolvido
dentro de dias. Ou não.
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