segunda-feira, 9 de junho de 2014

AQUELE ABRAÇO !

EDITORIAL / PÚBLICO
A semana decisiva do Partido Socialista
Poderosa distrital do Porto reúnese hoje. Se vencer a ideia de um congresso, Seguro fica muito frágil

Hoje à noite, quando a maior parte dos portugueses tiver já jantado, a comissão política distrital do Partido Socialista do Porto, uma das mais poderosas estruturas do partido, inicia uma reunião decisiva.
O encontro faz parte das rotinas da comissão, mas face à crise interna do partido é muito improvável que a pergunta que anima o país político não seja discutida e votada: quer o PS-Porto um congresso extraordinário e eleições directas agora para escolher entre António José Seguro e António Costa para a liderança ou prefere o PS-Porto ter eleições primárias dentro de quatro meses, tal como anunciado pelo secretário-geral?
A comissão do PS-Porto é composta por 71 militantes. Destes, 60% são tidos como sendo próximos do líder da distrital, José Luís Carneiro, que por sua vez é muito próximo de Seguro. O resultado – se a votação chegar a ter lugar – é por isso particularmente esperado.
Desde que o presidente da Câmara de Lisboa anunciou que iria disputar a liderança do maior partido da oposição, já quatro distritais aprovaram moções a pedir à presidente do partido, Maria Belém Roseira, a convocação de um congresso. António Costa – que esteve duas vezes no Porto na semana passada, a última das quais para apresentar a sua estratégia nacional e tentar vincar as diferenças em relação a Seguro – precisa de que 11 distritais votem pelo congresso extraordinário.
Segundo os estatutos do partido, essa é a forma que as bases têm de forçar a realização de um congresso que o líder não quer. No sábado, para surpresa de muitos socialistas, Faro, que tem um líder próximo de Seguro, votou pelo congresso. Todas as distritais que votaram até agora – quatro – pediram um congresso. Esta semana, além do Porto, reúnem-se mais cinco. O impasse poderá estar resolvido dentro de dias. Ou não.

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