sexta-feira, 27 de junho de 2014

Ana Gomes denuncia "irregularidades" no Espírito Santo / Ana Gomes: "Ninguém, chame-se Salgado ou Espírito Santo, pode ser demasiado santo para não ir preso"



CARTAS

Ana Gomes denuncia "irregularidades" no Espírito Santo
por Miguel Marujo19 junho 2014 in (jornal) i online

Eurodeputada do PS escreveu carta ao presidente do BCE, Mario Draghi, onde pede que sejam fiscalizadas as "irregularidades" no Espírito Santo Financial Group.
A deputada socialista no Parlamento Europeu, Ana Gomes, escreveu esta quinta-feira duas cartas dirigidas a Mario Draghi, presidente do Banco Central Europeu (BCE), e a Andrea Enria, presidente da Autoridade Bancária Europeia, onde denuncia "irregularidades" no Espírito Santo Financial Group (ESFG).
Nas cartas, divulgadas no seu site de eurodeputada, Ana Gomes recorda que "recentemente foram reportadas 'sérias irregularidades' em contas" da Espírito Santo Internacional, que passaram por "omissões na contabilidade de passivos" ("segundo a imprensa", no valor de 1,2 mil milhões de euros, explica a eurodeputada) e "sobrevalorização de ativos".
Outra irregularidade apontada relaciona-se com o Banco Espírito Santo Angola (BESA), que terá perdido o rasto a 5,7 mil milhões de dólares (cewrca de 4,2 mil milhões de euros).
Avisando que estas "irregularidades" colocam "em risco" os sistemas bancários europeu e português, Ana Gomes insiste numa investigação das entidades europeias ao grupo financeiro português, mas também aos supervisores em Portugal, o Banco de Portugal e a CMVM, que "não declararam quaisquer interdições (...) contra os executivos de topo do ESFG/GES/BES"

  LINK / VIDEO / RTP Notícias : 

Ana Gomes: "Ninguém, chame-se Salgado ou Espírito Santo, pode ser demasiado santo para não ir preso"
Sandra Henriques
17 Jun, 2014, 09:30 / atualizado em 17 Jun, 2014, in RTP Notícias

No Conselho Superior da Antena 1 desta manhã, Ana Gomes diz compreender “o esforço de tantos comentadores, sabichões e economistas em tentar isolar e salvar do lamaçal o BES, o maior e um dos mais antigos bancos portugueses, que emprega muita gente e ninguém quer ver falido e nacionalizado, mas a verdade é que o GES está para o BES como a SLN para o BPN”.
Segundo a eurodeputada socialista, o “banco foi e é instrumento da atividade criminosa do grupo”. “Se o BES é demasiado grande para falir, ninguém, chame-se Salgado ou Espírito Santo, pode ser demasiado santo para não ir preso”, sublinha.

“Nem os empregados do BES, nem as Donas Inércias, nem os Cristianos Ronaldos se safam se o Banco de Portugal, a CMVM, a PGR e o Governo continuarem a meter a cabeça na areia, não agindo contra o banqueiro Ricardo Salgado e seus acólitos, continuando a garantir impunidade à grande criminalidade financeira, e não só, à solta no Grupo Espírito Santo”, alerta.

Ouvida pelo jornalista Luís Soares, Ana Gomes recorda como começaram a ser investigadas as contas do grupo e afirma que o líder do BES, Ricardo Salgado, dizia não querer financiamento do resgate “para não ter que abrir as contas do grupo à supervisão do Estado, esse Estado na mão de governantes tão atreitos a recorrer ao GES/BES para contratos ruinosos contra o próprio Estado”.

Para além de acusar Ricardo Salgado de tentar “paralisar as tentativas de investigação judicial” em vários casos – como o dos submarinos, Furacão ou Monte Branco –, Ana Gomes argumenta que a mudança das regras da supervisão bancária a nível europeu “obrigou o Banco de Portugal a analisar as contas do GES/BES a contragosto e com muito jeitinho”.


A eurodeputada socialista critica a escolha da consultora PMG – “uma empresa farta de ser condenada e multada nos Estados Unidos, no Reino Unido e noutros países por violação dos deveres de auditoria e outros crimes financeiros” e que “foi contratada pelo BES desde 2004, pelo menos, para lhe fazer auditoria” –, só que “a borrasca era tão grossa que nem a PMG se podia dar ao luxo de a encobrir”.

Sem comentários: