CARTAS
Ana Gomes denuncia
"irregularidades" no Espírito Santo
por Miguel
Marujo19 junho 2014 in
(jornal) i online
Eurodeputada do
PS escreveu carta ao presidente do BCE, Mario Draghi, onde pede que sejam
fiscalizadas as "irregularidades" no Espírito Santo Financial Group.
A deputada
socialista no Parlamento Europeu, Ana Gomes, escreveu esta quinta-feira duas
cartas dirigidas a Mario Draghi, presidente do Banco Central Europeu (BCE), e a
Andrea Enria, presidente da Autoridade Bancária Europeia, onde denuncia
"irregularidades" no Espírito Santo Financial Group (ESFG).
Nas cartas,
divulgadas no seu site de eurodeputada, Ana Gomes recorda que
"recentemente foram reportadas 'sérias irregularidades' em contas" da
Espírito Santo Internacional, que passaram por "omissões na contabilidade
de passivos" ("segundo a imprensa", no valor de 1,2 mil milhões
de euros, explica a eurodeputada) e "sobrevalorização de ativos".
Outra
irregularidade apontada relaciona-se com o Banco Espírito Santo Angola (BESA),
que terá perdido o rasto a 5,7 mil milhões de dólares (cewrca de 4,2 mil
milhões de euros).
Avisando que
estas "irregularidades" colocam "em risco" os sistemas
bancários europeu e português, Ana Gomes insiste numa investigação das
entidades europeias ao grupo financeiro português, mas também aos supervisores
em Portugal, o Banco de Portugal e a CMVM, que "não declararam quaisquer interdições
(...) contra os executivos de topo do ESFG/GES/BES"
LINK / VIDEO / RTP Notícias :
Ana Gomes: "Ninguém,
chame-se Salgado ou Espírito Santo, pode ser demasiado santo para não ir
preso"
Sandra Henriques
17 Jun, 2014,
09:30 / atualizado em 17 Jun, 2014,
in RTP Notícias
No Conselho
Superior da Antena 1 desta manhã, Ana Gomes diz compreender “o esforço de
tantos comentadores, sabichões e economistas em tentar isolar e salvar do
lamaçal o BES, o maior e um dos mais antigos bancos portugueses, que emprega
muita gente e ninguém quer ver falido e nacionalizado, mas a verdade é que o
GES está para o BES como a SLN para o BPN”.
Segundo a
eurodeputada socialista, o “banco foi e é instrumento da atividade criminosa do
grupo”. “Se o BES é demasiado grande para falir, ninguém, chame-se Salgado ou
Espírito Santo, pode ser demasiado santo para não ir preso”, sublinha.
“Nem os
empregados do BES, nem as Donas Inércias, nem os Cristianos Ronaldos se safam
se o Banco de Portugal, a CMVM, a PGR e o Governo continuarem a meter a cabeça
na areia, não agindo contra o banqueiro Ricardo Salgado e seus acólitos,
continuando a garantir impunidade à grande criminalidade financeira, e não só,
à solta no Grupo Espírito Santo”, alerta.
Ouvida pelo
jornalista Luís Soares, Ana Gomes recorda como começaram a ser investigadas as
contas do grupo e afirma que o líder do BES, Ricardo Salgado, dizia não querer
financiamento do resgate “para não ter que abrir as contas do grupo à
supervisão do Estado, esse Estado na mão de governantes tão atreitos a recorrer
ao GES/BES para contratos ruinosos contra o próprio Estado”.
Para além de
acusar Ricardo Salgado de tentar “paralisar as tentativas de investigação
judicial” em vários casos – como o dos submarinos, Furacão ou Monte Branco –,
Ana Gomes argumenta que a mudança das regras da supervisão bancária a nível
europeu “obrigou o Banco de Portugal a analisar as contas do GES/BES a
contragosto e com muito jeitinho”.
A eurodeputada
socialista critica a escolha da consultora PMG – “uma empresa farta de ser
condenada e multada nos Estados Unidos, no Reino Unido e noutros países por
violação dos deveres de auditoria e outros crimes financeiros” e que “foi
contratada pelo BES desde 2004, pelo menos, para lhe fazer auditoria” –, só que
“a borrasca era tão grossa que nem a PMG se podia dar ao luxo de a encobrir”.
Sem comentários:
Enviar um comentário