. “A ideia
original é uma filosofia comunicacional, não uma filosofia de arquitectura”
Pois é ... mas os
efeitos desvastadores na Unidade Arquitectónica e Patrimonial deste MONUMENTO
NACIONAL e importante Monumento Lisboeta, são bem vísiveis, apesar do argumento
de que são reversíveis ...
O que isto
ilustra, independentemente dos argumentos funcionalistas/ técnicos, é a
conhecida e permanente vontade de deixar "assinatura criativa" e afirmativa por parte da”Kultura”
e da classe Arquitecta, com a maior impunidade e consentimento/conivência oficiais
das Autoridades Patrimoniais.
Ao escândalo da “intervenção”
vandalizadora no Portal da Sé, nunca corrigido, vem agora juntar-se este ... http://ovoodocorvo.blogspot.nl/2014/01/portugal-eleito-para-o-comite-do.html
António Sérgio
Rosa de Carvalho
OVOODOCORVO
Vereadora da
Cultura diz que Museu de Santo António não perturbará moradores
POR SAMUEL ALEMÃO
Texto: Isabel
Braga / Fotografias:
Fernando Faria / 28 JUNHO, 2014 / Blog “OCORVO” / http://ocorvo.pt/2014/06/28/vereadora-da-cultura-diz-que-museu-de-santo-antonio-nao-perturbara-moradores/
Catarina Vaz
Pinto, vereadora da Cultura da Câmara Municipal de Lisboa (CML), encontrou-se
na quinta-feira com moradores do Largo de Santo António, tentando acalmar as
preocupações geradas pelas obras de renovação do Museu Antoniano, dedicado ao
santo casamenteiro, que se irá chamar Museu de Santo António e estenderá à
antiga Sala do Risco, no prédio contíguo.
Na fachada do
museu foram instalados dois aparelhos de ar condicionado, escondidos por uma
grade metálica perfurada que oculta praticamente toda a fachada, incluindo o
frontão que encima o pórtico. A contestação pública tem sido liderada pelo
actor Filipe Vargas, através das redes sociais, que, apoiado por alguns
moradores, manifestou à vereadora da Cultura os receios de que os aparelhos de
ar condicionado façam muito barulho e, principalmente, de que a grade metálica
que os esconde proporcione um fácil acesso aos andares superiores do prédio contíguo
ao museu.
A arquitecta Ana
Silva Dias, responsável camarária pela obra – da autoria do atelier de
arquitectura Site Specific, em parceria com o P-06 Atelier -, explicou que a
solução encontrada para o ar condicionado não era a ideal, mas a “mais adequada
do ponto de vista técnico”. Disse que era preciso resolver o problema da
deficiente circulação de ar nas duas salas onde irá ficar instalado o museu –
aquela onde funcionou o Museu Antoniano e a que lhe fica contígua, a Sala do
Risco, cedida à CML quando era presidida por João Soares. E que a alternativa
era colocar os aparelhos no interior do museu, o que iria causar uma trepidação
indesejável. Garantiu ainda que os aparelhos de ar condicionado não emitem
qualquer ruído, sendo prova disso o facto de estarem ligados enquanto decorria
a conversa.
“Ouvem alguma
coisa?”, perguntou. “Agora estamos a meio da tarde, há imenso trânsito na rua.
Como será durante a noite, quando houver silêncio em volta?”, contrapôs Filipe
Vargas.
Catarina Vaz
Pinto prometeu resolver qualquer dos problemas levantados. “Tudo” o que está
instalado até agora no novo Museu de Santo António “é reversível”, garantiu. A
justificar as opções tomadas, uma razão de fundo: “preservar o edificado
existente, repôr e pôr à vista o edificado original”.
O novo Museu de
Santo António dividir-se-á, depois da intervenção – da responsabilidade da CML
-, em duas partes, uma mais erudita, dedicada à vida do santo, e a outra mais
popular, reunindo peças que falam do culto popular. A antiga entrada do Museu
Antoniano será fechada e o acesso principal ao novo Museu de Santo António
far-se-á pelas antiga Sala do Risco.
“Tínhamos aqui um
problema de comunicação, o museu está num canto, não se dava por ele, queremos
torná-lo mais visível, capitalizar a popularidade de que goza Santo António
para criar uma nova dinâmica de turismo religioso. A ideia original é uma
filosofia comunicacional, não uma filosofia de arquitectura”, sublinhou ainda
Ana Silva Dias. Daí a opção pelas enormes letras vermelhas que irão ser
colocadas num painel na fachada a identificar o museu.
Alguma coisa terá
mesmo que mudar naquela que é uma das praças mais antigas de Lisboa, onde Santo
António marca presença através de uma estátua cercada por diversas peças de
mobiliário urbano. A identificar a igreja, no sopé da pequena escadaria que lhe
dá acesso, está um painel sistematicamente escondido por um conjunto de caixotes
do lixo. “Devem ser os caixotes do lixo mais fotografados do mundo”, comentava
um dos moradores, no encontro com a vereadora da Cultura, que teve oportunidade
de observar uma enorme ratazana morta junto à entrada do museu.
* Texto corrigido
às 13h40 de 28 de Junho
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