Maioria dos britânicos apoia
saída da União Europeia
ANA FONSECA
PEREIRA 22/06/2014 - PÚBLICO
Isolado, Cameron quer submeter
escolha de Juncker a uma inédita votação durante a cimeira europeia.
A maioria dos
britânicos querem a saída do país da União Europeia, revela uma sondagem
divulgada pelo jornal Observer, adiantando que a vaga eurocéptica pode ser
contrariada no caso de David Cameron conseguir renegociar os termos da presença
do Reino Unido na união. Dados que surgem quando o primeiro-ministro britânico
se prepara para uma derradeira tentativa para bloquear a escolha de Jean Claude
Juncker para presidente da Comissão.
Não é a primeira
sondagem a prever que, no caso de se realizar um referendo à permanência do
país na UE, o “não” sairia vencedor, mas a vantagem apresentada pelo estudo do
centro de sondagens Opinium é significativa: 48% dos inquiridos defendem a
saída, contra apenas 37% favoráveis a manter a ligação iniciada em 1973. Os
restantes 15% não respondem ou dizem estar indecisos. Dados que coincidem com
os resultados das eleições europeias, ganhas no Reino Unido pelo partido
antieuropeu UKIP, que conseguiu ir buscar votos aos três grandes partidos,
remetendo os conservadores de Cameron para o terceiro lugar.
Mas a sondagem
mostra que os britânicos estão dispostos a dar espaço de manobra ao
primeiro-ministro, que pretende renegociar os termos da participação do Reino
Unido na UE, repatriando alguns poderes transferidos para Bruxelas. Uma
negociação que quer ter concluída a tempo do referendo à UE que prometeu
organizar até 2017, caso seja reeleito nas legislativas do próximo ano.
A sondagem indica
que 42% dos inquiridos apoiariam a permanência na UE caso o Governo conseguisse
uma renegociação favorável ao país, contra 36% que votariam “não”. No entanto,
apenas 18% acredita que, nas actuais circunstâncias, Cameron conseguirá obter
dos parceiros europeus as mudanças que consideram necessárias.
Um cepticismo a
que não serão alheias as notícias sobre a frustrada ofensiva do
primeiro-ministro para travar a escolha de Juncker, o candidato do Partido
Popular Europeu, vencedor das europeias, como sucessor de Durão Barroso. Cameron,
que vê no antigo primeiro-ministro do Luxemburgo um federalista e opositor das
mudanças que deseja, insiste que a escolha cabe aos chefes de Estado e de
Governo, mesmo que o Tratado de Lisboa tenha determinado que o Parlamento
Europeu tem o poder de aceitar ou rejeitar o novo presidente.
Mas as tentativas
para angariar aliados saíram frustradas depois de a chanceler alemã, Angela
Merkel, ter reafirmado o seu apoio a Juncker, sob pressão do seu partido e
irritada com o ultimato de Cameron, que disse que a escolha do luxemburguês
iria aproximar o Reino Unido da porta de saída da UE. Sábado, nove dirigentes
socialistas e sociais-democratas europeus, entre eles o Presidente francês,
François Hollande, e o primeiro-ministro italiano, Matteo Renzi, confirmaram
também o seu apoio a Juncker.
Cameron, no entanto,
planeia uma derradeira batalha. Segundo a imprensa britânica, exigirá uma
votação ao nome de Juncker na cimeira europeia da próxima quinta e sexta-feira
em Bruxelas. A escolha do presidente da Comissão foi sempre feita por consenso,
e nunca através de votação, mas o primeiro-ministro britânico quer que cada um
dos seus parceiros europeus explique por que apoia o candidato do PPE,
recusando discutir alternativas. Segundo o jornal Guardian, o líder conservador
vai lembrar que, em 2004, o Reino Unido retirou a candidatura do ex-comissário
europeu Chris Patten por causa da oposição de França e quer saber por que é
negado agora a Londres o mesmo direito.
A AFP adianta que
o Governo britânico tentará adiar uma decisão definitiva, mas deverá contar
tanto com a oposição da Alemanha, que quer resolver a questão o quanto antes, e
de Itália, que inicia a presidência da EU em Julho e não quer herdar o
espinhoso dossier. “As nossas hipóteses de barrar Juncker são as mesmas de ver
Inglaterra vencer o Mundial de futebol”, admitiu ao Sunday Times um assessor de
Cameron, referindo-se à eliminação antecipada da selecção da competição a
decorrer no Brasil.
British people favour leaving the European Union,
according to poll
Nearly half would vote to leave while only 37% would
vote to stay, though the picture changes if membership is renegotiated
Toby Helm
theguardian.com,
Saturday 21 June 2014 / http://www.theguardian.com/politics/2014/jun/21/eu-referendum-majority-leave-opinium-observer-poll
British
people would vote to leave the European Union by a large margin under the current
terms of membership, according to a new Opinium/Observer poll.
But David
Cameron could turn public opinion round and keep the UK in the EU if he is able to
negotiate new and improved terms of membership, the survey suggests.
Opinium
found a total of 48% would definitely or probably vote to leave under present
rules, while 37% said they would definitely or probably vote to stay in.
However the
poll suggests the tide could be turned if David Cameron, who has promised to
hold an in/out referendum by the end of 2017 if the Conservatives win the next
election, does manage to secure a favourable renegotiation of terms.
In that
event, 42% say they would either definitely or probably vote to stay in,
against 36% who would probably or definitely vote to leave. There is widespread
scepticism, however, over Cameron's ability to achieve a satisfactory
renegotiation. Only 18% (including 34% of Conservatives) think he will win the
necessary concessions.
The
findings underline the risk that Cameron faces. If he puts a vote to the
British people having gained only minimal concessions , voters may oppose his
party's policy of remaining in the EU and vote to leave. In this scenario his
authority would be damaged to the point where many would question his ability
to remain prime minister.
With
Cameron facing an EU summit this week, at which his attempts to block
federalist Jean-Claude Juncker from becoming the next president of the European
Commision are likely to fail, voters were also asked if the appoinment of the
former Luxembourg prime minister to the top Brussels job would affect their
decision in the planned 2017 referendum.
Some 27%
said it would have some sort of effect, while 43% said it would not and 28% did
not know.
After a
difficult week for Labour leader Ed Miliband, there is some relief as Labour's
poll lead holds steady over the Tories at four percentage points. Labour is
unchanged on 35%, the Conservatives are also unchanged on 31%, Ukip is down two
points to 17% and the Lib Dems are up one point on 7%.
But
Miliband's personal ratings remain poor with only 23% approving of the way he
is leading Labour and 49% disapproving. David Cameron fares better with 37%
approving and 47% disapproving
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