Portugal
Estudo. Pesticidas estão a destruir solos nacionais
Por Marta Cerqueira
publicado em 23 Jun 2014 in (jornal) i online
Alterações climáticas
diminuiram qualidade dos terrenos agrícolas
Uma equipa de investigadores da Universidade de Aveiro
concluiu que as misturas de pesticidas utilizadas na agricultura para combater
pragas estão a provocar efeitos colaterais nos organismos que regeneram o
ecossistema terrestre, colocando em causa a saúde dos solos. O estudo aponta,
por exemplo, o chamado "remédio dos caracóis" que, além do alvo principal,
também acaba por matar outros organismos como bichos--de-conta, minhocas e
outros invertebrados benéficos para o solo.
Esta é uma das muitas pesquisas que aponta para o facto de
os solos em Portugal enfrentarem problemas de sustentabilidade. Nos últimos dez
anos, a qualidade dos solos portugueses caiu e a aridez aumentou por causa das
alterações climáticas. Dados de 2001 mostram que 20,4% dos solos portugueses
encontram-se "muito degradados" e 11,8% estão "degradados".
Só 35,7% são considerados produtivos e 20,5% maduros. Feitas as contas, mais de
um terço do território nacional apresenta sinais de degradação. O Alentejo, as
regiões Centro e Norte, especialmente junto à linha de fronteira com Espanha,
são as zonas mais preocupantes. E mais de metade dos solos, 52%, apresentam
"grande ou elevada susceptibilidade de desertificação".
Tiago Domingos, director executivo da Terraprima refere a
falta de matéria orgânica dos solos em Portugal, principalmente nas zonas mais
a sul, como um grande impedimento à produção agrícola, mas garante que a
realidade nem sempre foi assim. "A verdade é que já fazemos agricultura há
4 mil anos. Precisamos de fazer uma espécie de restauro ecológico, para que
voltem a ter a riqueza da antiguidade", referiu
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