segunda-feira, 23 de junho de 2014

Uma lei à medida do cidadão Juan Carlos EDITORIAL/PÚBLICO - PP prepara “reforma expresso” para garantir imunidade a Juan Carlos/ PÚBLICO - Juan Carlos mantém título, mas filhos ilegítimos alinham-se para comprovar paternidade / OBSERVADOR -You are our Dad: Spanish waiter and Belgian housewife attempt to prove King of Spain is their father / DAILY MAIL - Spain's King Juan Carlos is engulfed in scandal / GUARDIAN - Spanish courts reject paternity cases against King Juan Carlos / TELEGRAPH.

Alberto Sola Jimenez and Ingrid Sartiau want King Juan Carlos to take a paternity test

EDITORIAL
Uma lei à medida do cidadão Juan Carlos
DIRECÇÃO EDITORIAL 24/06/2014 - 02:25
É uma lei relâmpago que o PP quer aprovar e que impede o antigo rei de ser incomodado pela Justiça.

O Partido Popular, que tem maioria absoluta no Parlamento de Espanha, iniciou um processo legislativo para garantir ao antigo rei imunidade que o ponha a salvo de processos judiciais. A imunidade de que beneficiava enquanto rei já tinha levado a Justiça a rejeitar dois pedidos de reconhecimento de paternidade de Juan Carlos.

Agora que o rei deixou de ser rei já advinha o que aí vem. Não é inédita uma lei para proteger titulares de cargos políticos. O presidente do governo espanhol, por exemplo, só pode ser julgado pelo Tribunal Supremo quando estejam em causa questões relacionadas com o exercício do próprio cargo ou por questões penais. Mas, no caso de Juan Carlos, a nova lei não reconhece competências aos tribunais de mais pequena instância nem quanto a factos relacionados com o exercício do cargo, nem quanto a assuntos que se prendam com a vida privada.

Neste caso há uma questão de forma e outra de conteúdo e que é espelhada pelo modo como os partidos de esquerda estão a reagir a este novo diploma do PP. Em relação à forma, o Governo, em vez de fazer uma nova lei, preferiu o artifício jurídico de fazer uma proposta de emenda a uma reforma da lei orgânica do poder judicial já em curso, o que não só encurta os prazos, como  dispensa grandes debates sobre o tema no Parlamento. Por isso é que o PSOE não se compromete e diz que se abstém.

Mais à esquerda do PSOE partidos como a UPyD argumentam que em relação a questões que possam vir a surgir e que envolvam a vida privada “o cidadão Juan Carlos deve ser [tratado] como os outros”. E têm razão. Criar leis para supostamente proteger uma única pessoa de casos que nada têm a ver com o exercício das suas funções é adulterar o princípio da igualdade da Justiça.

PP prepara “reforma expresso” para garantir imunidade a Juan Carlos
JOÃO MANUEL ROCHA 23/06/2014 - PÚBLICO
Só o Tribunal Supremo poderá julgar antigo rei, tanto por questões de natureza pública como por assuntos da vida privada.

O Partido Popular, que tem maioria absoluta no Parlamento espanhol, deu início a um expedito procedimento legal para garantir ao antigo rei imunidade que o ponha a salvo de processos judiciais. Juan Carlos enfrenta pedidos de reconhecimento de paternidade que foram anteriormente rejeitados devido à sua condição de chefe de Estado.

A solução legal escolhida é, de entre as possíveis, a mais rápida, aquela que menos debate público implica, observou o jornal El País, que lhe chamou uma “reforma expresso”, a aprovar provavelmente em menos de um mês. A emenda proposta inclui uma disposição transitória única, que prevê a suspensão de qualquer procedimento judicial contra membros da família real no período que vai até à aprovação da reforma.

A protecção especial que está a ser preparada para Juan Carlos prevê que apenas o Tribunal Supremo o possa julgar quer por questões relacionadas com actividade pública quer pela sua vida privada. A imunidade abrangerá também a mulher, rainha Sofia, a nova rainha, Leticia, e Leonor, a princesa herdeira.

Em vez de preparar uma nova lei, logo após a abdicação de Juan Carlos, no final da semana passada, o Partido Popular apresentou uma proposta de emenda a uma reforma da lei orgânica do poder judicial, que está já em tramitação. Foi essa a solução para “resolver o mais depressa possível”, antes das férias parlamentares, a questão da protecção legal do antigo rei.

A opção do partido do Governo não obriga a consulta ao Conselho Geral do Poder Judicial ou ao Conselho de Estado, nem a debates em comissões parlamentares, explica o diário espanhol, o que faz prever que o processo fique concluído em Julho.

Para esta segunda-feira estava prevista a admissão da emenda apresentada pelo PP – que pretende o apoio dos socialistas do PSOE. Terça-feira, o texto poderá ser aprovado em comissão parlamentar. Caso os grupos parlamentares aceitem alterar a ordem do dia, a maioria que apoia o governo de Mariano Rajoy poderá aprovar a protecção legal ao ex-rei na quinta-feira.

 “Estamos a falar de altos magistrados do Estado. Devemos ser coerentes” porque a Espanha tem já eleitos como deputados e senadores, e também parlamentares regionais que beneficiam do mesmo tipo de estatuto jurídico, disse a ministra Soraya de Sáenz de Sanatamaría, citada pela AFP.

Porém, como observou o El País, nenhum cargo goza actualmente em Espanha de uma protecção tão alargada. O chefe do Governo, por exemplo, só pode ser julgado pelo Tribunal Supremo quando estejam em causa questões relacionadas com o exercício do cargo ou por questões penais, não por assuntos da sua vida privada.

A iniciativa do PP foi criticada por partidos republicanos de esquerda. “O cidadão Juan Carlos deve ser [tratado] como os outros”, disse o secretário-geral da Izquierda Unida, Cayo Lara. A UPyD (União Progresso e Democracia, de centro-esquerda) insurgiu-se contra a “gigantesca improvisação”.


A imunidade de que beneficiava enquanto rei, levou a Justiça a rejeitar, em 2012, dois pedidos de reconhecimento de paternidade contra o antigo rei – um apresentado por Alberto Sola, nascido em 1956 em Barcelona e que afirma ser filho ilegítimo de Juan Carlos; outro de uma cidadã belga, Ingrid Jeanne Satiau. Mas esses casos podem agora estar de volta: Sola anunciou para esta semana a junção ao processo a lei de abdicação de Juan Carlos.

COROA ESPANHOLA
Juan Carlos mantém título, mas filhos ilegítimos alinham-se para comprovar paternidade
19/6/2014, 5:36 / OBSERVADOR
Juan Carlos deixou de ser rei, mas não no papel. Ele e Sofia serão reis de Espanha até morrer. A dúvida reside agora na inviolabilidade do monarca, com os filhos ilegítimos a quererem processá-lo.

Juan Carlos, que até pouco tempo dizia que “os reis não abdicam, os reis morrem”, tinha alguma razão. Apesar de ter assinado ontem a sua abdicação, o monarca e a sua mulher vão ser rei e rainha de Espanha até morrerem, mantendo o título com carácter honorífico e de forma vitalícia. Falta apenas saber se mantém também a inviolabilidade que o cargo lhe confere, já que há pelo menos um filho ilegítimo que avança ainda esta semana para tribunal de forma a descobrir se é ou não o filho primogénito de Juan Carlos.

Enquanto rei, Juan Carlos estava escudado de qualquer responsabilidade jurídica pois a Constituição espanhola determina que “a pessoa do rei é inviolável e não está sujeita a responsabilidade”, mas a sua abdicação e a demora dos decisores políticos em encontrarem um novo estatuto jurídico para os antigos monarcas está a causar uma lacuna que pode permitir aos alegados filhos ilegítimos do rei processá-lo. O governo de Rajoy está a trabalhar a todo o vapor para corrigir isto e a Comissão Permanente do Conselho Geral do Poder Judicial tem como prioridade assegurar a imunidade Juan Carlos. Ao jornal online Libertad Digital, fontes do processo asseguram que “o rei não vai ficar desprotegido em nenhum circunstância”.

Quem vai aproveitar o impasse é Albert Solà Jiménez que reclama há anos ser filho primogénito do rei de Espanha. Até agora todas as tentativas para reclamar a paternidade de Juan Carlos falharam devido a inviolabilidade do rei, mas caso a abdicação saia no Boletín Oficial del Estado – equivalente ao Diário da República em Portugal – sem haver uma lei que regule a personalidade jurídica do rei, Albert pode conseguir uma janela de tempo para apresentar novos argumentos legais ao processo que te a correr contra Juan Carlos. Um dos pedidos feitos por Albert nesta última tentativa em outubro passado foi a exumação corpo do conde de Barcelona, pai de Juan Carlos, dada a inviolabilidade do rei, para comparar o ADN.

Albert Solà Jiménez reinvindica há anos ser o filho primogénito de Juan Carlos depois de ter descoberto ser alegadamente o fruto de uma paixão fugaz do rei com María Bach Ramón, quando este viajou da Academia Miliar de Saragoça onde estudava, até Barcelona. Aí terá conhecido María, filha de banqueiros. A rapariga viria a dar à luz Albert em 1956 em Ibiza, deixando aí o menino até 1961 e três anos depois, Albert foi adotado. Foi quando começou a investigar o seu passado que Albert terá descoberto documentos em que era identificado como “chupeta verde” – designação que muitos atribuem à descendência real. Em 2012 encontrou-se com Ingrid Sartiau, que também afirma ser filha do rei, e ambos fizeram um teste de ADN. O resultado mostrou que a probabilidade de os dois partilharem um dos progenitores é de 91%.

UM REI ATÉ MORRER QUE NÃO QUER SER “UM ESTORVO” PARA FELIPE VI

Fora estas polémicas, Juan Carlos vai manter-se longe dos olhares públicos nos próximos tempos. Desde logo, não estará hoje presente na entronização do filho – assim como a infanta Cristina, separada da atividade da Casa Real desde o escândalo do caso Nóos -, dizendo mesmo que quer que “todo o protagonismo” seja para o novo rei. Está no entanto previsto que apareça à varanda para saudar, juntamente com a restante família real, quem acorrer ao Palacio Real para celebrar esta nova fase da monarquia espanhola.

Com a abdicação, Juan Carlos e Sofia, para além de manterem o título honorífico de rei e rainha, ainda que sem funções constitucionais, vão ficar com as mesmas honras de Estado da nova princesa das Astúrias, Leonor, filha mais velha de Felipe e Letizia e herdeira do trono de Espanha. Assim, em cerimónias de Estado, os avós vão ficar de igual para igual com a neta de oito anos. O casal real vai continuar a residir no palácio da Zarzuela, enquanto Letizia e Felipe continuam também no Pavilhão do Príncipe a poucos metros de distância. No entanto, Juan Carlos vai deixar o rés do chão, onde atualmente despacha os afazeres reais para usufruto do filho e da sua equipa.

É possível que após este período de transição, Juan Carlos opte por fazer uma viagem prolongada, permitindo a Felipe instalar-se como rei já que este afirmou não querer ser “um estorvo” para o novo monarca. A situação em Espanha poderá ser similar ao que se passa no Vaticano, com o Papa Francisco a desempenhar as funções que lhe competem e o Papa Emérito Bento XVI a levar uma existência tranquila e recatada. No entanto, é pouco provável que Juan Carlos aceite pura e simplesmente deixar de desempenhar qualquer função. Ao La Razón, fontes oficiais afirmam que o antigo monarca “estará às ordens do novo rei para assumir qualquer papel que lhe seja dado”.


You are our Dad: Spanish waiter and Belgian housewife attempt to prove King of Spain is their father
PUBLISHED: 23:22 GMT, 18 June 2012 | UPDATED: 08:10 GMT, 19 June 2012


A Spanish waiter and a Belgian housewife have joined forces in an attempt to prove they are the illegitimate children of the King of Spain.
Albert Sola, 55, has already had DNA tests done which show there is a 91 per probability he is the half-brother of a woman whose mother pointed at Juan Carlos on the television and told her: 'He’s your dad.'
Belgian Ingrid Sartiau met Albert for the first time 10 days ago in a hotel in north east Spain after contacting him over the Internet.
The pair are now said to be considering legal action to force Juan Carlos to accept they were born to mistresses and recognise them as his children.
Dad-of-two Albert, who used to run a successful metal firm in Mexico, has already sent several faxes addressed ‘Dear Father’ to the 17th century La Zarzuela palace near Madrid where the King lives with his long-suffering wife Sofia and their family.
He said: 'I’m convinced I’m King Juan Carlos’ son. Ingrid and I are going to send a fax to La Zarzuela to inform them of the results of the DNA tests and see where we go from there.'
Albert, who lives and works in a small village outside Girona, was adopted as a child and grew up in Ibiza before moving to Barcelona.
He claims the Spanish King, said to have bedded more than 1,500 women in a ‘Don Juan-style’ romantic career, met his birth mum during a trip to the Catalan capital in the fifties from a military academy in Zaragoza where he was studying.

The woman Albert says is his biological mum has been named in the Spanish press as the daughter of a well-known Barcelona banking family.
He has claimed to have unearthed documents during a probe into his background with the Spanish expression ‘chupete verde’ or ‘green dummy’ on them which historians have told him were only used for blue-blooded babies.
He met mum-of-two Ingrid Sartiau, 46, from Ghent, for the first time in a restaurant in Girona near Barcelona earlier this month after she heard an interview he gave to a Dutch TV station and tracked him down over the Internet.
Ingrid says her mum Liliane Sartiau first met King Juan Carlos in 1956 in France and again in 1966 in Luxembourg where she was conceived.
She said: 'My mum told me who my father was while we were watching the TV together.

'An image of him flashed up on the television and she said, ‘That man’s your father. I found out a few weeks ago and am still in a state of shock.'
DNA tests carried out by Belgian researcher Jean-Jacques Cassiman show a 91 per cent sibling match.
Mr Cassiman, commissioned in 2004 by the French authorities to do DNA tests on Napoleon Bonaparte’s remains in Paris, told a Spanish newspaper: 'The probability that they share the same parent is very high. The results are clear but they don’t specify if it’s a mother of father. I don’t know who the father is but they say it’s King Juan Carlos.'
Barcelona-based author Pilar Eyre, made the explosive claim King Juan Carlos, 71, had an affair with Princess Diana in a book she published earlier this year.
Another royal biographer, Lady Colin Campbell, has long insisted that the Princess and the King embarked on an affair while on a cruise with their spouses in August 1986.
According to Eyre, who has already written six volumes about the Spanish royal family, King Juan Carlos has not shared a bed with Greek-born wife Queen Sofia for 35 years.
Prince Albert was forced to recognise two illegitimate children after DNA tests confirmed he was the father. One was born in 2003 to an air hostess.
The Spanish royal family has made no comment on the claims about King Juan Carlos.
A spokesman said yesterday: 'There is no comment.'

Spain's King Juan Carlos is engulfed in scandal
The once-popular king is losing public support even as he lies in a hospital bed. Some are talking of abdication
Giles Tremlett

The elderly man who sold me my apartment was clear about Spain's King Juan Carlos. "He is a traitor," he said.

That was more than a decade ago, and it was a shocking – almost blasphemous – thing to say. Only diehard republicans and even harder-headed former Francoists criticised the monarch. Heliodoro was one of the latter, an unreconstructed extremist who never forgave Juan Carlos for using the powers he received from General Francisco Franco in 1975 to usher in democracy. Few would have agreed.

These days, however, Madrid seethes with discontented talk about the monarchy. The upset is proportional to the awed respect once accorded by almost everyone, including journalists who decided Juan Carlos was untouchable after he stopped a coup when civil guardsmen stormed the parliament in 1981.

As the 75-year-old monarch lies in a hospital bed this week, recovering from his fourth operation in 10 months, there is talk of both abdication and of controlling his use of taxpayers' money. The king is not as weak in mind or body as Pope Benedict, but in Madrid there is also a feeling that an old institution needs shaking up – possibly with a new face.

How did it get to this? The hard-working king with the common touch was once Europe's most popular monarch – a virtuous contrast to Britain's distant and dysfunctional royals. I recall once getting lost and driving freely through the deer park surrounding his modest Madrid palace. The royal guards were completely unconcerned when I eventually reappeared in the wrong place.

Yet, as Spaniards endure double-dip recession, government austerity and 26% unemployment, royal privileges suddenly seem less understated. The king's luxuries are beginning to grate.

Reminders of the royal lifestyle were plastered all over newspapers again this week. Corinna zu Sayn-Wittgenstein, a stylish 48-year-old who uses a German ex-husband's title to call herself "princess", gave several interviews about her relationship with the monarch. This, she assured doubting Spaniards, was purely professional. She complained, indeed, that his family scandals were now damaging her business as a go-between in deals involving companies and governments – including in the oil-rich Middle East. "This is doing a lot of damage to my professional reputation," she said.

Sayn-Wittgenstein's name first became public knowledge after she appeared as the mystery woman who travelled to Botswana when King Juan Carlos – then honorary president of the Spanish branch of the World Wildlife Fund (WWF) – secretly joined a free elephant hunt. His wife, Queen Sofia, was left behind. Sayn-Wittgenstein said she had travelled with another former husband, Briton Philip Atkins. She and the king were no more than "close friends", she told El Mundo , who had met nine years ago at the Duke of Westminster's Spanish hunting estate.

Spaniards only found out about the king's freebie after he tripped and broke his hip. The man who claimed he went to bed every night worrying about youth unemployment (currently at 55% among the under-25s) had to be flown home in a special aircraft and hospitalised. A chastened monarch gave an unprecedented apology. "I am very sorry," he said. "I made a mistake. It will not happen again." WWF members were not impressed. A few weeks later they sacked him.

Sayn-Wittgenstein's help did not stop at joining him on safari. She also tried, at the king's beckoning, to find his embattled son-in-law, Iñaki Urdangarin, a job. Urdangarin, a former Olympic handball star who gained the title of Duke of Palma when he married Princess Cristina, is formally suspected of fraud, tax cheating and embezzlement. A court has told him and his business partner to post €8m (£6.9m) bail – though charges have not yet been presented. Now emails between Sayn-Wittgenstein and the royal son-in-law have begun to surface. "I was just trying to find him a suitable job," she said, claiming that she had also done secret, unpaid work for the Spanish government.

Urdangarin has become a toxic royal asset – as damaging to Juan Carlos as the hundreds of thousands of unsold new homes left behind by a burst construction bubble are to the economy. He allegedly hid behind supposedly not-for-profit organisations as he sweated the royal brand for money. This mostly came from rightwing politicians who paid generous sums of taxpayers' cash in return for proximity – and photo opportunities – with the royal son-in-law. Money was then allegedly siphoned to offshore accounts. Court documents leaked to the Cadena Ser radio station purport to show only 1.5% of the money passing through one foundation actually going to help disabled children.

Urdangarin denies wrongdoing and has tried to keep his wife – who sat on the board of one foundation – out of the picture, along with his father-in-law. "The king's household neither opined on, advised, authorised or backed my activities," he said in a statement. Many Spaniards do not believe him. A recent poll saw half say they thought Juan Carlos had helped his son-in-law land business deals. The vast majority said his wife must also have known.

Politicians have caught the popular mood. "From now on either the monarchy is transparent, or it may stop existing," said Carme Chacón, a potential future socialist candidate for prime minister.

And what about the king's reputation as a playboy? Attempts by two people claiming to be his illegitimate offspring to prove his paternity have stumbled across his status as a man who is, literally, above the law. A court threw out their writ on the basis of the king's legal "inviolability".

Juan Carlos's son and heir, Prince Felipe, has stepped up temporarily to represent his father. With the king, who has disc problems, out of action for up to six months, some think the change should be permanent. Pere Navarro, head of the Catalan socialist party, said: "We need a new head of state."

The palace recently took the unusual step of denying the abdication rumours. As the king lies in hospital, however, he may think there are more peaceful ways to see out his old age.

Spanish courts reject paternity cases against King Juan Carlos
A Spanish waiter and a Belgian housewife who both claim to be illegitimate children of Spain's King Juan Carlos have lost a legal bid to prove his paternity.

Two Spanish courts have rejected demands from the two claimants to make the 74-year old King take a paternity test declaring that under Spain's constitution "the monarch cannot be held accountable".
Alberto Sola Jimenez, 56, from Catalonia and Ingrid Sartiau, 46 from Belgium, joined forces earlier this year in after learning of each others' claims.
Mr Sola was adopted as a young child but claims to have unearthed evidence that suggests his birth mother, a daughter of a well-known banking family, may have had an affair with the King.
Mrs Sartiau, from Ghent, claims her mother first met King Juan Carlos in 1956 in Paris and then again in 1966 in Luxembourg where she was conceived.
In an interview earlier this year she said: "My mother told me who my father was while we were watching television. An image of King Juan Carlos flashed up and she said: 'That man's your father.'
The pair met for the first time in June when they underwent DNA tests that show there is a 91 per cent chance that they have one parent in common.
They sent a joint letter to Zarzuela Palace, the home King Juan Carlos shares with Queen Sofia informing the monarch of their claims and asking for official recognition.
But they received no response and the Royal Household has declined to comment on the matter.
They filed a joint request for a paternity test to two Madrid courts on October 9. Both were rejected out of hand by judges because of "special protection" awarded to the monarch under Spain's constitution.
Article 56.3 states that "The person of the King is inviolable, and not subject to responsibility."

If Mr Sola were to be recognised as the king's illegitimate offspring, he would replace Crown Prince Felipe, 44, as the oldest son. However, as an illegitimate child he would not have a claim to the throne.

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