Caught on tape: In four-letter
words, what senior EU politicians think of David Cameron
David Cameron’s strategy on Europe was in disarray tonight as a leading
politician in Poland , an
ally of Britain ,
was secretly taped during an expletive-laden outburst accusing him of
“incompetence” and appeasing Eurosceptics with “stupid propaganda”.
ANDREW
GRICE Monday 23 June 2014 / http://www.independent.co.uk/news/world/europe/caught-on-tape-in-fourletter-words-what-senior-eu-politicians-think-of-david-cameron-9558020.html
The
astonishing attack emerged as Mr Cameron faced an embarrassing defeat in his
lonely attempt to stop the veteran federalist Jean-Claude Juncker being chosen
as the next president of the European Commission at a summit of EU leaders on
Friday. The Prime Minister will warn them that Mr Juncker’s appointment would
increase the chances of Britain
voting to leave the EU in the 2017 in/out referendum he has promised.
Amid dismay
in European capitals at Mr Cameron’s negotiating tactics, the Prime Minister
looks set to be deserted by Germany, Italy, Sweden and the Netherlands, with
which he hoped to gather enough votes to block Mr Juncker, the former Prime
Minister of Luxembourg.
Mr Cameron
can be sure of the backing of only one country – Hungary .
“He has lost
a lot of friends and goodwill by being so bullish,” one Brussels insider said.
Mr Cameron
told Mr Van Rompuy he would go down fighting by forcing a vote at the summit,
breaking with the tradition that the top Brussels
job is decided by consensus.
A vote
would force other leaders to say why they believe Mr Juncker is the right man
for the job, flushing out what Britain
claims are their private doubts about Mr Juncker.
Explosive
leaks of what Polish politicians really think about Mr Cameron emerged when
secretly taped recordings of their conversations this spring were passed to the
Polish magazine Wprost.
Radoslaw
Sikorski, the current Polish Foreign Minister, replied: “It’s either a very
badly thought through move, or, not for the first time a kind of incompetence
in European affairs. Remember? He f****d up the fiscal pact [which Mr Cameron
vetoed in 2011 but failed to stop]. He f****d it up. Simple as that.
“He is not
interested, he does not get it, he believes in the stupid propaganda, he
stupidly tries to play the system... his whole strategy of feeding [his
Eurosceptic critics] scraps in order to satisfy them is just as I predicted,
turning against him; he should have said, ‘f*** off’, tried to convince people
and isolate [the sceptics]. But he ceded the field to those that are now
embarrassing him.”
Mr
Sikorski, a contemporary of Mr Cameron at Oxford University and member of the
hell-raising Bullingdon Club at the same time as Boris Johnson, added: “They’ve
f****d up Eastern Europe and a few other things. ‘If Europe
doesn’t reform, it’ll end badly!’ Let them worry about their economy. If they
don’t reorganise themselves, they’ll have as bad an economy as Germany .”
Mr
Rostowski, another Anglophile, said the impact of Britain
leaving the EU “will generally be bad for us, because we would like for Great Britain
to stay. I think it’ll be the case that [Mr Cameron] will lose the elections. Great Britain
will leave. Once they do, they’ll keep open borders. Not for [gypsy] beggars.”
Mr
Cameron’s clampdown on “benefit tourism” by EU migrants in Britain played badly in Poland .
Pawel Gras,
then media spokesman for Donald Tusk, the Prime Minister, said this was
“thoughtless, probably suggested by [some spin doctor], probably came from some
focus group, he didn’t think through the consequences, the whole thing was
stupid, Donald [Tusk] called him at once to discuss it, he had such a go at him
[Mr Cameron], I mean, f***, it’s a shame we didn’t record it, he had a such a
proper f****** go at him”.
Responding
to the leaks, Downing Street said: “The Prime Minister has been very clear that
support for the EU in the UK
is wafer thin. There is real disillusionment amongst British voters about the
EU.
“Clearly
abuse of the right to free movement is one of those issues where people have
concerns and where we think it is absolutely right to have a discussion and
look at what can be done.”
David Cameron agrava isolamento
na UE no processo de nomeação de Juncker
ISABEL ARRIAGA E
CUNHA (Bruxelas) 25/06/2014 - PÚBLICO
O primeiro-ministro britânico, a par de Viktor Orban, é o único dos 28 que
continua a recusar o nome do luxemburguês para a Comissão Europeia.
Um confronto
sobre diferentes visões da construção europeia e sobre as políticas de
austeridade impostas durante a crise do euro está a ser travado no contexto da
nomeação de Jean-Claude Juncker para suceder a Durão Barroso, o que promete
tornar uma cimeira de líderes da União Europeia (UE) na quinta e sexta-feira
numa dura batalha de sérias consequências.
David Cameron,
primeiro-ministro britânico, é o único dos 28 chefes de Estado ou de governo da
UE – porventura com o apoio do seu homólogo húngaro,Viktor Orban – que se opõe
terminantemente à nomeação do ex-primeiro-ministro luxemburguês enquanto novo
presidente da Comissão Europeia a partir de 1 de Novembro.
Embora em
minoria, e sem qualquer capacidade de vetar a nomeação – a decisão pode ser
tomada por maioria qualificada –, Cameron tem recusado todas as tentativas
desenvolvidas pelos parceiros para construir um compromisso capaz de lhe salvar
a face.
Uma destas
tentativas consistiu na incorporação de algumas das ideias britânicas de
reforma das políticas europeias nas linhas de orientação para o próximo mandato
de cinco anos da Comissão, que deverão ser igualmente aprovadas pelos líderes
na sexta-feira.
Cameron, cuja
oposição é determinada sobretudo pela convicção de que Juncker é excessivamente
federalista, tem sido duramente criticado pela imprensa britânica eurocéptica,
que troça do seu isolamento e mais que previsível derrota em Bruxelas.
O chefe do
Governo britânico tem mesmo ameaçado exigir uma votação dos líderes, uma
situação totalmente inédita nas cimeiras europeias – onde as decisões são
sempre tomadas por consenso –, de modo a poder apontar responsabilidades pelo
que considera uma escolha desastrosa de um “homem do passado”.
Segundo vários
analistas, Cameron esperará aparecer à sua opinião pública em posição de força
enquanto homem de convicções, mas poderá, acima de tudo, provocar um
agravamento do eurocepticismo nacional e precipitar, em consequência, a saída
do país da UE. O líder britânico prometeu, aliás, um referendo sobre a questão
o mais tardar em 2017, altura em que espera ter renegociado os termos da
participação do país na UE. Nenhum dos parceiros está aberto a esta
renegociação, uma posição que tenderá a ser agravada com a postura de Cameron
face a Juncker.
O seu isolamento
entre os 28 tornou-se, aliás, patente com a recente revelação de escutas
ilegais do ministro dos Negócios Estrangeiros da Polónia, Radoslaw Sikorski –
um dos principais aliados de Londres –, pouco lisonjeiras para o chefe do
Governo britânico, que é acusado de incompetência e de agravar o eurocepticismo
britânico por se recusar a combatê-lo.
Além do “problema
Cameron”, a nomeação de Juncker tem em pano de fundo outra batalha, desta vez
iniciada pelos líderes socialistas, que querem condicionar o seu apoio ao
luxemburguês a uma flexibilização da interpretação das regras europeias de
disciplina orçamental (expressas no pacto de estabilidade e crescimento do
euro, ou PEC). Nesta frente, a batalha é conduzida pelo primeiro- ministro
italiano, Matteo Renzi, com o apoio do Presidente francês, François Hollande, e
para grande irritação da Alemanha, que recusa terminantemente qualquer
alteração das regras.
A posição dos
socialistas é mais táctica do que ideológica, já que Juncker – oficialmente o
candidato do centro-direita (PPE), que ganhou as eleições europeias de Maio – é
considerado “o mais social-democrata dos democratas-cristãos” e não gera
anticorpos à esquerda. Ontem, no Parlamento italiano, Renzi garantiu que não
quer alterar qualquer regra, mas simplesmente a sua aplicação de forma
flexível, de modo a permitir que os governos disponham de mais tempo para
reduzir os défices orçamentais em troca da assunção de programas firmes de
reformas estruturais das respectivas economias.
Esta
flexibilização impõe-se porque “o tratado [da UE] obriga-nos a olhar para o
crescimento [económico] e para a estabilidade [orçamental] como elementos que
devem andar a par e passo. Não há estabilidade possível, se não houver
crescimento na Europa, e as políticas [de austeridade] dos últimos anos têm
falhado por causa disso”, vincou.
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