O objectivo
é a maioria absoluta, mas o secretário nacional do PS diz que sem ela o caminho
não pode ser o bloco central
É como
secretário nacional do PS que João Proença dá esta entrevista. Fala da guerra
interna, mas também do futuro próximo. Diz que neste momento nem um presidente
socialista poderia empossar um governo minoritário, afasta o bloco central e
sustenta que o PS deve dar prioridade a acordos à esquerda se não tiver maioria
absoluta. Também aponta os erros da era Sócrates e as consequências que que
isso trouxe para a liderança de Seguro: "Alguns sacralizaram o passado e não
reconheceram os erros." Exemplifica mesmo com o "sobreinvestimento em
PPP", ou a má negociação do Memorando. Acredita que "há um assalto ao
poder" no PS e receia que venha aí uma "luta fratricida".
Por Rita Tavares
publicado em 25
Jun 2014 in
(jornal ) i online
O PS vai aguentar
este estado de guerra interna até 28 de Setembro?
As eleições
primárias estão marcadas para 28 de Setembro. É utópico e enganoso o discurso
de alguns que dizem que é possível encurtar prazos. Acho que 28 de Setembro é
um prazo mínimo para que se possam discutir as questões com razoabilidade. Choca-me
que alguns digam que se pode actuar com ou sem estatutos, e choca-me mais num
momento em que estamos habituados a um governo que viola sistematicamente a
Constituição.
Põe os estatutos
ao nível da Constituição?
Não, o Estado
organiza-se e quando entra numa violação sistemática das leis já não é um
Estado de direito. Também num partido democrático, quando se diz que os
estatutos podem não ser respeitados, entramos em comportamentos claramente
antidemocráticos.
Um líder do
partido que pede eleições antecipadas não perde credibilidade quando recusa que
o seu próprio mandato seja encurtado?
Estamos num
momento excepcional, em que têm sido usadas muitas meias verdades e muitas
mentiras. Uma delas é que o líder é eleito por quatro anos. É mentira. E o
líder foi eleito há pouco mais de um ano. Quando Costa propôs ser candidato a
secretário-geral, Seguro antecipou o congresso para Abril e ele recuou. Em 2013
houve directas. De 2011 a
2013 houve um período de afirmação do PS, de um partido que saiu derrotado das
eleições com o pior resultado de sempre. Pouco depois apareceu com 22% nas
sondagens e chegámos ao fim de dois anos com 36%, 37%, 38% consolidados.
Nas sondagens,
mas nas urnas de voto foi muito diferente...
... depois
tivemos o congresso de 2013, eleições autárquicas e europeias. Nas autárquicas
foi a maior vitória de sempre e nas europeias tivemos uma boa vitória. Nada
justificava a interrupção do mandato e que juristas ilustres como o Jorge
Lacão, que apoia António Costa, cometam uma clara ilegalidade e se promovam
congressos das federações e uma campanha a pedir directas já, quando se sabe
que elas são ilegais porque só podem realizar-se quando o cargo está vago.
Mas pode
ignorar-se esse movimento político dentro do PS?
Mas acha lógico
que um secretário-geral que acaba de ganhar eleições se demita? Ou que se crie
um movimento para o forçar a demitir-se, dizendo-lhe "tu se não te demites
és um cobarde"? Eu lembro-lhe as palavras de Sócrates na noite das
eleições, como comentador: não é legítimo que se peça a demissão de quem acaba
de ganhar eleições.
Entretanto
Sócrates já mudou de opinião e apoia Costa.
Estou a citar as
palavras na noite eleitoral. Bem, é imoral pedir a um candidato que acaba de
ganhar as eleições que se demita. E é antiestatutário dizer que se quer
directas já.
No governo, o
cargo de primeiro- -ministro também não está vago e não é por isso que o PS se
tem coibido de pedir a demissão.
Percebo esse
paralelismo. Mas, se Passos Coelho se demitir, o PSD é convidado a indicar um
novo primeiro-ministro. Só há legislativas se o Presidente demitir o governo ou
se a maioria na Assembleia da República pedir eleições antecipadas. Respeite-se
a lei.
Mas o PS faz essa
pressão, mesmo não tendo esse poder directamente.
O PS tem pedido
eleições antecipadas e até já apresentou moções de censura. Respeita a
Constituição. No partido, o congresso extraordinário não é electivo e quando se
convoca tem de se dizer porque se quer marcar essa reunião e justificar. Não é
dizer que se quer um assalto ao poder.
Houve um assalto
ao poder?
É evidente que há
um assalto ao poder, e ilegítimo na maneira como está a ser feito. Nunca
aconteceu em Portugal e nem me lembro de em qualquer país da Europa um partido
ganhar eleições e acontecer isto.
Na noite
eleitoral, quando viu aquele resultado não ficou com um travo amargo?
Sim, evidente,
mas se a margem tivesse sido 30%, 35% toda a gente ficaria satisfeita. O
problema é que os resultados são baixos e convinha analisar porquê. Nas
europeias há o voto responsabilizador, as pessoas votam da maneira mais
descomprometida possível. Depois há um profundo descontentamento com a Europa.
E há um voto de análise nacional. Isso verificou-se em toda a Europa, bem como
uma grande dispersão de votos.
O conflito que
tem existido agora, muito centrado em questões processuais, não afasta ainda
mais as pessoas da política?
Essa questão é
fundamental. Os resultados em toda a Europa transmitiram o descontentamento com
os caminhos percorridos. As decisões da Europa estão cada vais mais longe dos
cidadãos, que cada vez estão mais contra as políticas europeias de austeridade.
Em Portugal, como nos outros países, também há uma mensagem clara: o forte
descontentamento. Tem de se credibilizar a política e os partidos.
E não cabia
também à direcção colocar esta luta mais no plano político?
Suponha que agora
alguém diz: "Senhor Presidente da República, demita-se, que agora eu quero
concorrer contra si." Alguém acharia isto normal? No meio de um mandato?
Isto não é normal, estamos perante uma anormalidade total em termos
democráticos. É uma anormalidade total! "Eu sou melhor que tu, logo, vamos
a directas." O que se está a passar não credibiliza os partidos porque, em
certa medida, mostra que nos partidos vale tudo. Que a conquista do poder
justifica todos os meios. É fundamental credibilizar a vida política e os
partidos e retirar um pouco desta questão da imoralidade.
É possível Seguro
ganhar as primárias?
É por isso que eu
não compreendo porque é que António Costa e os seus apoiantes não aceitaram com
entusiasmo o caminho das primárias.
Por isso, porquê?
Justamente por
achar que de facto António José Seguro aceitou ir a combate num terreno mais
favorável a António Costa. E deixando à partida que se perder as eleições se
demite e abre caminho a haver directas.
Tendo em conta o
que tem visto neste começo de batalha, teme que venha aí uma luta fratricida?
Evidente que sim.
O discurso de apresentação de Costa não trouxe uma ideia nova que justificasse
a candidatura, não há ali uma ruptura com a actual linha da direcção do
partido. Entra-se num processo de "eu sou melhor que tu", numa luta
um pouco fratricida que pode ter consequências negativas. Mas tenho esperança
que as pessoas considerem o partido e a credibilização da política fundamental
para a democracia.
Vai ser fácil
unir depois disto?
Não sei, depende
muito.
Depende de quê?
A unidade pode
construir-se na diversidade, é melhor que na falsa unidade.
Nestes três anos
nunca se conseguiu a unidade na diversidade.
Mas tentou-se
muito. A lista para o Parlamento Europeu foi de unidade, por exemplo. A
plataforma de unidade firmada em Coimbra também foi sempre respeitada pela
direcção. Quer haja unidade, quer haja diversidade, é importante que as
maiorias respeitem as minorias, e esse esforço foi feito dentro do partido
nestes três anos.
Houve unidade
forçada nos últimos anos, desde o documento de Coimbra?
Tem havido
algumas coisas irreais, veja o que se está a passar no grupo parlamentar. É
evidente que o secretário-geral teve nestes três anos dificuldades permanentes
com o grupo parlamentar, em que não teve influência na construção, que levantou
dificuldades até em aceitar orientações da Comissão Política. De facto, não há
uma verdadeira unidade, as pessoas mantêm o espírito de guerrilha.
Os deputados que
assinaram um apelo a directas e congresso deviam tirar consequências disso?
Se fizesse um
apelo daquele tipo no grupo parlamentar pelo menos punha o meu cargo à
disposição enquanto membro da direcção do grupo parlamentar. Era o mínimo que
faria.
A direcção tem
dito que há poucas coisas que separam Seguro e Costa. Que diferenças vê?
Têm-se usado
slogans e chavões, nomeadamente aquilo do "queremos uma alternativa e não
uma alternância". Até agora não foi posta em causa a orientação do partido
tomada nas convenções, nos órgãos do partido. Isto não quer dizer que a linha
esteja consolidada em termos de programa de governo, que precisa de ser
densificado. Essa era a grande tarefa a partir das eleições europeias. O PS também
começa a ter linhas claras na reforma da administração pública e já vinha de
anteriores governos socialistas, mas no governo de José Sócrates foi reforçada
uma verdadeira política de reforma, bem como com o aprofundamento do Estado
social. Há aqui desafios que criaram grande consenso no PS que têm de ser
aprofundados.
Qual a diferença
que encontra para apoiar Seguro?
Estou a 100% com
ele por dois motivos: considero que é o candidato mais bem posicionado em
termos de princípios e valores que enformam o PS e também porque há que
reconhecer que o seu posicionamento durante o governo de Sócrates facilitou
muito que o PS, dois anos depois de 2011, tenha recuperado nas sondagens. Não
tinha recuperado tão facilmente com qualquer outro líder. O PS conseguiu durante
este período defender a sua história e pensar o futuro.
O que há de tão
errado com o passado recente do PS para a direcção querer cortar com ele?
Quando andava na
campanha e me perguntavam pelo aparecimento de José Sócrates, eu dizia que ele
é um militante ilustre do partido e é bem-vindo em qualquer altura. Mas alguns
também lembravam que o seu aparecimento podia levar o partido a perder votos.
E ajudou?
Não sei, mas
ajudou pelo menos a que nesta campanha a direita tentasse fazer um ajuste de
contas com o passado. Em certa medida, com António José Seguro essa é uma
questão resolvida para o futuro. Poderia ter havido uma defesa muito mais forte
do passado se o partido se tivesse unido em reconhecer o muito bom que fizemos,
mas também alguns erros que cometemos. Mas alguns sacralizaram o passado e não
reconheceram os erros. E sobretudo não reconheceram uma questão central: em
política os eleitores têm sempre razão e julgaram-nos em 2011. E perdemos. Não
devemos dizer aos eleitores que cometeram um erro profundo ao penalizar o PS.
Que erros deviam
ser reconhecidos?
É evidente que
houve uma crise financeira internacional que afectou todos os países, é
evidente que houve orientações europeias para uma política expansionista que
contrariasse o impacto negativo da crise. E o governo foi derrotado por uma
coligação negativa da direita com o PCP e o BE.
Mas esses erros
não são imputáveis ao governo.
Sim, mas houve
uma área em que o PS não foi suficientemente a tempo. Por um lado não antecipou
a coligação negativa e negociou à pressa o Memorando, que tinha muitas
fragilidades. E não antecipou a gravidade da crise financeira suficientemente
para evitar alguns sobreinvestimentos, nomeadamente em PPP e outros. Também aí
não foi feita uma travagem a tempo. Fomos vítimas da política expansionista da
União Europeia entre 2008 e 2010, mas continuámos nessa política quando os
outros países já estavam em travagem ultra-expansionista noutras áreas. Eu não
tinha noção de que a situação de ruptura financeira era tão grave.
Entre os
apoiantes de Costa há acusações sobre a vontade de a direcção se juntar à
direita. É assim?
É um argumento
totalmente falso. A direcção do partido está apostada na maioria absoluta e tem
bem presente que para defender as suas políticas relativamente ao Estado
social, ao emprego e à administração pública, as alianças preferenciais estão à
esquerda.
Dá ideia que esse
é sempre um argumento de campanha interna e depois desaparece. Porque é que não
se fala nisso antes?
O grande problema
no actual quadro parlamentar é que o PCP elegeu o PS como principal inimigo. Há
uma questão que se colocava há quatro anos e não se colocará no futuro próximo:
não é possível um governo minoritário com acordos parlamentares pontuais que
assegurem governabilidade. Tem de haver um governo de maioria e, continuando o
PCP a fazer do PS o seu principal inimigo, só se afasta completamente da
hipótese de governo.
Mas pode ser com
quem, com o BE?
O Bloco de
Esquerda tem um grande problema, está sempre subordinado ao PCP sem o dizer,
porque põe sempre como condição para fazer qualquer aliança com o PS que o PCP
também lá esteja. O BE vai mudar ou não? No quadro das próximas legislativas
vai aparecer alguma força que possa, se o PS não tiver a desejada maioria
absoluta, assegurar a governabilidade?
Perante essas
suas dúvidas, parece restar o bloco central.
Não, o bloco
central envolve muitos perigos, só em condições ultra-excepcionais. E é de todo
impensável que tenha como líderes ou António Costa e Pedro Passos Coelho ou
António José Seguro e Pedro Passos Coelho.
Com outro líder
no PSD seria possível?
O Bloco Central
tem problemas sérios neste momento. E numa altura em que os partidos políticos
aparecem fragilizados, um bloco central pode reforçar as minorias à esquerda e
à direita. É uma solução-limite, que nunca será uma prioridade. Mas o PS
debate-se por uma maioria absoluta, o próximo governo terá de ser suportado por
uma maioria absoluta no parlamento. Se o PS não tiver maioria absoluta, deve
tentar alianças preferencialmente à esquerda.
Pode repetir-se o
que aconteceu em 2009, depois de negociações não haver aliança para governar. E
nesse caso?
Não, não é
possível porque não há condições neste momento para um governo minoritário. Nem
o actual Presidente empossaria um governo minoritário. Estou convencido que
mesmo um presidente socialista teria algumas dificuldades em empossar um
governo minoritário. Um país que vive uma situação difícil e tem de fazer
reformas estruturais, não pode estar subordinado a maiorias flutuantes no
parlamento.
O governo chega
até ao fim?
Penso que não vai
haver eleições antecipadas.
Nem em meses?
Marcelo Rebelo de Sousa tem falado na necessidade de antecipar legislativas
para Junho.
Defendo eleições
em Junho, mas só por um motivo claro: se não tivermos eleições em Junho, só
vamos ter governo lá para Fevereiro, Março.
Porquê?
Ou se tem um
governo de maioria absoluta, saído das eleições de Outubro, e o actual
Presidente ainda tem condições para lhe dar posse, ou, se não tiver um governo
de maioria absoluta, um Presidente a meses de sair que condições é que tem para
fomentar a criação de uma maioria na Assembleia da República? Há que afastar um
bocadinho as legislativas das presidenciais.
Porque já não
acredita em eleições antecipadas?
Porque
implicariam vontade do Presidente ou do primeiro-ministro. Dentro da actual
maioria, a decisão está toda na mão do primeiro-ministro e não o vejo a
antecipar eleições. E não vejo o Presidente a dissolver o parlamento.
O Presidente
insiste na necessidade de um consenso político nos próximos meses. É possível?
Usa-se muito a
palavra "consenso" mas não existe uma proposta concreta. Estou
habituado a negociar na base de propostas. Há alguma proposta do governo para
abertura de negociação política?
Mas já houve, há
um ano, sem efeito.
O Presidente da
República lançou o desafio dizendo aos partidos "entendam-se que eu marco
eleições para Junho". Mas houve uma reacção imediata do PSD, que estava
contra a antecipação das eleições. Inviabilizaram qualquer tipo de acordo.
Mais, as negociações foram secretas, o que foi errado. O Presidente lança este
apelo agora, mas não diz para quê. Consensualizar o quê?
O que é que do
seu ponto de vista devia ser consensualizado?
Nesta altura é
extremamente difícil, antes de legislativas, haver condições para um
compromisso político. A menos que haja uma situação de ruptura financeira, o
que nada faz prever.
O regresso aos
cortes aplicados por José Sócrates em 2011 é aceitável?
Acho mal, é até
uma medida provocatória. Pretendeu dizer "seus malandros, estes cortes já
vêm de trás".
E passam no
Tribunal Constitucional?
Não sei, é bom
lembrar que os cortes eram transitórios... E agora o governo tenta torná-los
definitivos e o Tribunal Constitucional vai aceitar? Mais um episódio do
conflito institucional. Somos um Estado de direito, que exige separação de
poderes. Há que respeitar as decisões dos tribunais e sobretudo a Constituição.
O governo não pode alimentar este conflito. Mas mais importante do que isto é
onde estamos nós hoje em Portugal. Sai a troika e as políticas de austeridade
mantêm-se como estavam? É impensável. Podemos estar sujeitos a alguns
constrangimentos com o Tratado Orçamental, como todos os outros países, mas
esses também adaptam o tratado às suas necessidades e às necessidades do país. Aquilo
não é uma Bíblia.
Mas deve ser
violado?
Pode ser
interpretado. Nós somos o país que mais respeita, em termos de défice, o
Tratado Orçamental. Porque é que havemos de ser maximalistas pondo em causa o
emprego, o crescimento e aumentando o empobrecimento? O défice é um
constrangimento, não é um objectivo. Este governo faz dele o objectivo único. Não
mudou nada o discurso depois da saída da troika. Mostra-se incapaz de promover
uma verdadeira política de combate ao défice. Não promoveu uma reforma do
Estado, mas uma sistemática destruição do Estado e contra os trabalhadores do
Estado e os pensionistas.
Não dá o
benefício da dúvida quando o governo concorda com a necessidade de aumentar já
o salário mínimo?
Nada impedia o
primeiro-ministro de aumentar o salário mínimo nacional no dia 1 de Julho. Está
interessado em aumentar no dia 1? Ou está com manobras dilatórias para
eventualmente o aumentar no dia 1 de Janeiro do ano que vem? Eventualmente com
contrapartidas, forçando os trabalhadores a uma maior regulação laboral, maior
precarização. Mas considero fundamental aumentá-lo.
Saiu da UGT há um
ano. Sente saudades dessa dinâmica?
É evidente. Em
princípios e valores, serei sempre sindicalista. Mas como dirigente sindical
afastei-me completamente, não intervenho na vida da central.
A guerra CGTP/UGT
subiu nos últimos dias. Compreende-se nesta altura?
Não me quero
pronunciar, mas é importante que as duas centrais valorizem o diálogo. Sei que
há dificuldades e que a CGTP tem uma posição ideologicamente contra a
concertação social. Ambas defendem a negociação colectiva e nalguns casos até
ajudam concertadamente para conseguir acordos. Mas era fundamental que houvesse
maior nível de entendimento.
Sente algum apelo
para regressar?
Não.
É uma porta
fechada?
Completamente.
Podia ter saído quatro anos antes, só não o fiz porque na altura as coisas não
correram bem. Agora a UGT e os seus sindicatos estão num processo grande de
renovação ao nível de presidentes e executivos. Mas tenhamos noção que é
preciso unidade na acção, está totalmente posta de lado a unidade orgânica
entre as duas centrais. Alguns ainda sonham destruir a outra central para impor
a unicidade e não é possível. Só em quatro países europeus existe uma única
central. Mas na Europa avançou-se muito na unidade na acção e em Portugal
dificilmente se tem avançado, reflexo do clima de divisão política e da tal
impossibilidade de entendimento na esquerda.
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