quarta-feira, 4 de junho de 2014

Continente de plástico no Atlântico tem o dobro da superfície da França.


Continente de plástico no Atlântico tem o dobro da superfície da França
Por Agência Lusa
publicado em 5 Jun 2014 in (jornal) i online

Mancha gigantesca de plásticos parece mais uma sopa e já é designada o "7.º continente"
Pequenos pedaços de plástico em quantidades tais que "podiam ser recolhidas à mão" e uma superfície de poluição com até "duas vezes a da França" foram as descobertas da expedição científica francesa ao continente de plástico no Atlântico Norte.

"Estivemos em zonas com fortes concentrações de micropartículas de plástico", afirmou à AFP o promotor do projecto, Patrick Deixonne, depois do regresso da missão.

Este já tinha dirigido uma expedição similar em 2013 ao Pacífico.

Desta vez, a missão de três semanas no Atlântico Norte, começada no início de Maio, a partir da ilha francesa da Martinica, num catamarã de 18 metros, beneficiou dos contributos do centro francês de análises e previsões oceânicas Mercator Océan.

"Isto permitiu-nos irmos dirigidos de forma muito precisa às zonas com fortes concentrações de plástico, impressionantes pela quantidade de microplástico que encontrámos no local", disse Patrick Deixonne.

"Há dois tipos de resíduos", disse, desde logo os volumosos, como garrafas e bidões, que flutuam. "Se tivéssemos tempo de os recolher, enchíamos o barco num dia", acrescentou.

Depois há "a parte imersa do icebergue", as micropartículas, cuja dimensão pode ir da de uma unha à de minipartículas apenas visíveis no microscópio. Por norma, são recolhidas com a ajuda de uma rede especial para medir a sua concentração na água.

"Apanhei amostras de plástico, de água do mar, de algas, que vou analisar agora", disse, por seu lado, Alexandra Ter Halle, química no Centro Nacional de Investigação Científica (CNRS, na sigla em Francês), que integrou a equipa de nove pessoas a bordo do catamarã.

Milhões de toneladas de resíduos provenientes das costas e dos rios flutuam em todos os oceanos, nos cinco principais giros (sistema de rotação de correntes oceânicas), a força centrípeta que aspira, de forma lenta, os detritos para o centro.


Para realçar a sua importância, mesmo que estas zonas se assemelhem mais a uma sopa que a uma superfície tangível, têm sido designadas como "7.o continente". Lusa

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