Continente de plástico no
Atlântico tem o dobro da superfície da França
Por Agência Lusa
publicado em 5 Jun
2014 in
(jornal) i online
Mancha gigantesca
de plásticos parece mais uma sopa e já é designada o "7.º continente"
Pequenos pedaços
de plástico em quantidades tais que "podiam ser recolhidas à mão" e
uma superfície de poluição com até "duas vezes a da França" foram as
descobertas da expedição científica francesa ao continente de plástico no
Atlântico Norte.
"Estivemos
em zonas com fortes concentrações de micropartículas de plástico", afirmou
à AFP o promotor do projecto, Patrick Deixonne, depois do regresso da missão.
Este já tinha
dirigido uma expedição similar em 2013 ao Pacífico.
Desta vez, a
missão de três semanas no Atlântico Norte, começada no início de Maio, a partir
da ilha francesa da Martinica, num catamarã de 18 metros, beneficiou dos
contributos do centro francês de análises e previsões oceânicas Mercator Océan.
"Isto
permitiu-nos irmos dirigidos de forma muito precisa às zonas com fortes
concentrações de plástico, impressionantes pela quantidade de microplástico que
encontrámos no local", disse Patrick Deixonne.
"Há dois
tipos de resíduos", disse, desde logo os volumosos, como garrafas e
bidões, que flutuam. "Se tivéssemos tempo de os recolher, enchíamos o
barco num dia", acrescentou.
Depois há "a
parte imersa do icebergue", as micropartículas, cuja dimensão pode ir da
de uma unha à de minipartículas apenas visíveis no microscópio. Por norma, são
recolhidas com a ajuda de uma rede especial para medir a sua concentração na
água.
"Apanhei
amostras de plástico, de água do mar, de algas, que vou analisar agora",
disse, por seu lado, Alexandra Ter Halle, química no Centro Nacional de
Investigação Científica (CNRS, na sigla em Francês), que integrou a equipa de
nove pessoas a bordo do catamarã.
Milhões de
toneladas de resíduos provenientes das costas e dos rios flutuam em todos os
oceanos, nos cinco principais giros (sistema de rotação de correntes
oceânicas), a força centrípeta que aspira, de forma lenta, os detritos para o
centro.
Para realçar a
sua importância, mesmo que estas zonas se assemelhem mais a uma sopa que a uma
superfície tangível, têm sido designadas como "7.o continente". Lusa
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