Juiz Carlos Alexandre aceitou
pedido do movimento para coadjuvar o MP na acusação contra o antigo primeiro-ministro
O Movimento Revolução Branca (
MRB) anunciou ontem que foi admitido pelo juiz Carlos Alexandre como assistente
no processo da Operação Marquês, que levou à prisão preventiva do
ex-primeiroministro José Sócrates.
“O MRB tinha
apresentado o pedido de constituição de assistente no dia a seguir à detenção
de José Sócrates. Neste momento, fomos aceites e vamos aguardar pelo desenrolar
do processo para agir”, disse à agência Lusa o responsável do movimento Pedro
Pereira Pinto.
O responsável
explicou que o movimento decidiu avançar com o pedido de constituição de
assistente devido “à gravidade do processo que envolve o antigo
primeiro-ministro”.
“O MRB tem
alertado os cidadãos portugueses para o facto de uma rede de interesses
obscuros, utilizando os partidos políticos com acesso ao poder, se ter apoderado
das estruturas do Estado e organizado o país de forma a extorquir os cidadãos”,
salientou.
Pedro Pereira
Pinto explicou que o movimento decidiu participar activamente no processo de
forma e ajudar a combater a corrupção.
“O combate à
corrupção é um dos elementos essenciais do Movimento Revolução Branca, assim
como a moralização do Estado, a moralização dos serventes do Estado [...]. Na
altura, quando fizemos o pedido, fizemo-lo porque achamos que a Operação
Marquês é socialmente grave”, disse.
Assistente nos
vistos gold
O responsável
adiantou ainda que, “oportunamente”, o MRB vai agir tendo em atenção a
legalidade e a posição de coadjuvante do Ministério Público. “No entanto, quero
adiantar já que vamos avançar em breve com um pedido de constituição de
assistente relativo aos vistos gold”, concluiu.
José Sócrates
está preso preventivamente no Estabelecimento Prisional de Évora por suspeita
de corrupção, branqueamento de capitais e fraude fiscal qualificada, num caso
relacionado com alegada ocultação ilícita de património e transacções
financeiras no valor de vários milhões de euros.
O
ex-primeiro-ministro foi detido a 21 de Novembro, no Aeroporto de Lisboa,
depois de uma viagem desde Paris, e está em prisão preventiva, na cadeia de
Évora, desde a madrugada de 25 de Novembro de 2014.
No âmbito do
mesmo processo, Carlos Santos Silva, ex-administrador do Grupo Lena, está
igualmente preso e indiciado por fraude fiscal, branqueamento de capitais e
corrupção.
O advogado
Gonçalo Ferreira, proibido de contactos com os restantes arguidos, de se
ausentar para o estrangeiro e com apresentações periódicas junto do Ministério
Público, é suspeito de ter cometido os crimes de fraude fiscal e branqueamento
de capitais.
In PÚBLICO /
12-2-2015.
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