Ai ... as
“mãozinhas” sempre submissas de Passos Coelho ...
Afinal tal
Subserviência não serviu de nada ...
OVOODOCORVO
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Governo
acusa Bruxelas de "hipocrisia institucional"
Técnicos de Bruxelas criticam em relatório a ausência de medidas de
resposta ao desemprego e ao aumento da pobreza. Governo lamenta a “hipocrisia”
da Comissão Europeia nas apreciações sobre a fraca cobertura do subsídio de
desemprego.
Depois de colocar Portugal sob vigilância por
causa de excessivos desequilíbrios macroeconómicos, a Comissão Europeia veio
esta quinta-feira advertir o país para o risco de uma estabilização do
desemprego em níveis elevados e estimar que o sistema de proteção social não
tem sido capaz de responder à pobreza.
Embora Portugal
registe desde a primavera de 2013 “sinais de melhorias” no mercado de trabalho,
“o declínio do desemprego atingiu um ponto de paragem”. E a taxa apresenta-se
estável desde outubro do ano passado, com uma evidente “redução do emprego”. É
o que conclui o último relatório de Bruxelas sobre Portugal, conhecido na
sequência do mecanismo de alerta para desequilíbrios macroeconómicos.
A Comissão
Europeia decidiu colocar cinco países-membros, entre os quais Portugal, debaixo
de “monitorização específica”, na sequência de um primeiro relatório do
mecanismo de alerta divulgado em novembro de 2014.
“Concluímos que
cinco países, França, Itália, Croácia, Bulgária e Portugal apresentam
desequilíbrios excessivos que exigem ação política decidida e monitorização
específica”, anunciava na quarta-feira o comissário dos Assuntos Económicos.
"Em Portugal, apesar de progressos consideráveis durante a implementação
do programa, subsistem riscos importantes ligados aos níveis elevados de
dívida, tanto interna como externamente, e alto desemprego”, explicou Pierre
Moscovici.
Ao longo do
último ano, sinalizam os relatores, a pulverização de postos de trabalho
regrediu a um ritmo mais elevado do que o crescimento da economia: “A queda da
taxa de desemprego foi muito mais pronunciada do que o expectável, tendo em
conta a relação histórica entre desemprego e PIB”.
A Comissão
entende que há “fatores específicos” na raiz deste comportamento. Desde logo a
quebra da população ativa e o impacto das medidas implementadas no mercado
laboral. Nomeadamente “substanciais ajustamentos nos salários reais” e “o
avanço nas políticas ativas de emprego”.
A perspetivar o
futuro imediato, porém, os autores do relatório preveem que a criação de postos
de trabalho desacelere. Ou seja, que “o crescimento do emprego deverá ficar
mais alinhado com o crescimento” do Produto Interno Bruto.
“A taxa de
emprego está muito abaixo do pico de 2008 e há um risco de o desemprego
estabilizar em níveis elevados”, adverte assim Bruxelas, tomando por base a
débil recuperação da economia portuguesa e o que considera ser o alargamento do
fosso entre as competências dos trabalhadores e aquelas que os empregadores
procuram.
A Comissão
Juncker lembra, no mesmo relatório, que o emprego total sofreu uma queda de
aproximadamente 14,5 por cento – o equivalente a 730 mil postos de trabalho –
do segundo trimestre de 2008 para o primeiro de 2013, com mais 525 mil pessoas
a serem atiradas para o desemprego.
É neste ponto que
o Executivo comunitário situa um dos desafios de maior peso para a recuperação
da economia: “Absorver o amplo conjunto de desempregados”.
“Sistema não foi
capaz de lidar com a pobreza”
Outra das
conclusões dos técnicos de Bruxelas é a de que, nos anos da troika, o sistema
de proteção social do país revelou incapacidade para responder ao agravamento
dos índices de pobreza.
“O impacto das
transferências sociais (excluindo as pensões) na redução da pobreza diminuiu de
29,2 por cento em 2012 para 26,7 por cento em 2013, o que sugere que o sistema
de proteção social não foi capaz de lidar com o aumento repentino do desemprego
e com o consequente aumento da pobreza”, censura a Comissão.As recomendações da
Comissão deverão ser submetidas em março ao Ecofin – o grupo de ministros das
Finanças da União Europeia. Bruxelas apresentará em maio novo pacote de
recomendações.
As críticas do
relatório recaem sobre medidas do Governo de PSD e CDS-PP como os cortes em
apoios sociais, que “tiveram um impacto negativo no rendimento disponível” e
atingiram “desproporcionalmente os mais pobres” e “crianças com menos de dez
anos”.
Há dois anos,
recorda Bruxelas, o risco de exclusão social eram particularmente agudo para as
crianças - 31,6 por cento contra 27,4 por cento da restante população do país.
Neste contexto, entre outubro de 2010 e agosto de 2014, foram quase 592 mil os
beneficiários que ficaram sem apoios sociais à infância.
“O aumento dos
níveis de pobreza e de exclusão social foram afetados pelo aumento do
desemprego até 2013. A
forte subida do desemprego e do desemprego de longo prazo traduziu-se no
deteriorar dos indicadores de pobreza”, avalia o relatório.
Ainda que tenham
sido adotadas medidas destinadas aos mais desfavorecidos, a Comissão Europeia
nota que ficaram por decidir “medidas-chave para garantir uma cobertura
adequada da assistência social”.
c/ Lusa
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