Paula Teixeira da Cruz. “Temo o
controlo político da investigação criminal pelo PS”
Por Luís Rosa e
Pedro Rainho
publicado em 7
Fev 2015 - in (Jornal) i online
O “aviso” de Mário Soares ao juiz
Carlos Alexandre e as ideias do PS para a justiça inquietam a ministra
Paula Teixeira da
Cruz recebeu o i na passada quarta-feira para falar sobre os desafios que os
atentados de Paris trouxeram à Europa e a Portugal, da justiça à política. A
ministra defende “um combate sem tréguas” aos autores de actos de terrorismo,
mas sem nunca perder de vista a garantia dos direitos fundamentais. Em ano de
eleições, a corrida às legislativas não ficou fora da conversa, mas foi o
processo Sócrates a merecer as críticas mais duras ao PS.
Passaram 30 dias
sobre o atentado contra o “Charlie Hebdo”. O que mudou na Europa?
Não temos ainda
um quadro muito substantivo de alterações. Mas há alguns sinais a que temos de
estar muito atentos. Simbolizaria aquilo que aconteceu numa pessoa. É
muçulmano, estava ilegalizado [em França] e salvou um conjunto de pessoas no
supermercado judaico de Paris que também foi atacado. Quando olhamos para o
fenómeno do terrorismo e para a demanda da Europa por parte de alguns povos,
como também já demandámos outros, temos de fazê-lo de uma forma muito cuidadosa
e não ser precipitados.
Precipitados em
quê?
Não corrermos
para uma lógica de securitarismo. Assistimos a um empobrecimento da Europa e à
ausência de uma lógica de integração. É preciso fazer primeiro a radiografia da
Europa que temos para depois irmos às soluções. O combate ao terrorismo não
deve merecer tréguas num quadro de direitos, liberdades e garantias – e não de
securitarismo.
Rejeita
restrições de circulação no Espaço Schengen? Não podemos ceder na nossa
liberdade para combater o terrorismo?
É exactamente
isso. Se cedermos na nossa liberdade, estaremos a fazer aquilo que pretendem. Uma
sociedade com medo é uma sociedade prestes a ser aprisionada. É isso que
devemos evitar. Não quer dizer que não se seja temerário. Mas quando se tem
medo de alguma coisa já se perdeu metade da força.
Os atentados de
Madrid foram há quase 11 anos. A Europa não perdeu demasiado tempo a fazer a
sua radiografia?
Não penso que
tenhamos perdido muito tempo porque houve decisões da União Europeia. Precisam
de ser revisitadas mas não diria que precisam de ser profundamente alteradas. Temos
de nos preparar para um combate sem cedências à nossa bandeira dos direitos
humanos, liberdades e garantias. Não é apostar numa lógica securitária que leve
a julgamentos sem defesa ou a prisões que não sejam antecedidas do exercício de
direitos, liberdades e garantias como resultado do Patriot Act.
Que soluções
podemos adoptar para combater este fenómeno?
O ensino de um
conjunto de valores, que começa na própria educação, a prevenção de situações
de exclusão e, por outro lado, voltar a hastear bandeiras de valores que temos
como adquiridos mas que não estão, seria muito importante. Além de soluções
militares que, na minha óptica, se impõem em absoluto.
Em Portugal, os
serviços de informação não podem fazer escutas. Defende essa solução?
Não sou adepta da
proliferação de escutas. Por ora não parece justificar-se. Embora, num quadro
democrático, e pendendo de uma autorização jurisdicional, num agudizar de
cenário não me repudiaria veementemente.
Devem ser
agravadas as penas para actividades terroristas?
Aí estou de
acordo. Do alargamento da tipificação daquilo que são actos terroristas à
criminalização de actos que hoje não são considerados terroristas, mas que são
preparatórios. Contactos, ida a sites que promovem a difusão do jihadismo,
viagens, propaganda, apologia, tudo isso deve estar claramente enquadrado
criminalmente e sem margem para uma dúvida.
Em Espanha foi
aprovada a prisão perpétua reversível. Devemos equacionar esse cenário?
Não, não. Pode
parecer muito aliciante, mas não tenho essa opinião. Pense num rapaz ou numa
rapariga de 17 anos que aderiu à jihad islâmica e que cometeu um conjunto de
actos. Essa é a solução? Penso que não.
Portugal está
preparado para evitar situações graves?
Portugal está tão
preparado quanto é possível estar para o terrorismo. O terrorismo é um crime
profundamente cobarde. Sendo um crime cobarde e traiçoeiro, objectivamente há
uma desigualdade de armas. Tudo temos feito e temo-nos preparado para essa
luta.
Não há garantias
de que estamos seguros?
Contra um acto de
terrorismo, isso seria absolutamente inconsciente. Ninguém pode garantir em
lado nenhum do mundo que não se possa cometer um acto terrorista. O que se pode
garantir é que a prevenção esta lá e que a investigação está lá.
Os tribunais
estão preparados para os métodos pró-activos de investigação que estes crimes
podem exigir?
Estamos todos
despertos para este fenómeno, o que não quer dizer que não possa ocorrer um
erro ou outro. Mas, em termos gerais, é evidente que, tanto quanto é possível,
estamos preparados.
As escutas
telefónicas podiam ter aqui um papel importante?
E têm, dentro de
um quadro de legalidade. A mim não me preocupam as escutas legais. É muito
fácil, hoje em dia, fazer uma escuta ilegal. O próprio terrorismo as utiliza
como nós sabemos. Temos cada vez mais que adoptar medidas preventivas e
perceber que se tecnologia nos ajuda também nos pode prejudicar. Há sempre que
olhar para as coisas no seu devido enquadramento. Não sou nem nunca fui uma
pessoa de extremos a não ser numa única questão: liberdade e responsabilidade. Aí,
sou absolutamente extremista e não vejo hipótese nenhuma de qualquer cedência.
Como se recebe um
jihadista que regresse da Síria e que tenha participado em acções terroristas ?
Julgando-a,
condenando-a, levando-a a cumprir a pena. Deve ser um processo de reabilitação.
Acredita na
reabilitação social dos jihadistas?
Há situações em
que isso muito dificilmente será possível. Mas não podemos desistir disso,
porque nesse dia estamos a semi-render-nos. Se desistirmos da lógica de
reabilitação para os vários tipos de crime, o que vai acontecer é a
impossibilidade de reparação e a persistência nesse tipo de actividade.
Estas pessoas
partiram com a convicção de que iam morrer por uma causa. Não ultrapassaram a
linha de não retorno?
Na vida só há uma
coisa irreversível. No resto, penso que temos meios para as combater.
Defende acções
militarizadas em zonas de recrutamento?
Em campos de
treino e acampamentos militares, claramente. Em locais onde exista população
civil, penso que se a tecnologia serve para tanta coisa e se existem armas tão
inteligentes há possibilidade de direccionar. Também não me parece que
massacrar populações civis em nome de um bem maior seja uma solução. Tudo isto
deve ser feito no enquadramento de grande persistência e determinação mas
também de valores. Não podemos, em circunstância alguma, aproximarmo-nos deles
nem parecermo-nos com eles.
É preciso uma
reeducação de valores dos terroristas?
A começar pela
nossa. A Europa engordou, acomodou-se durante muito tempo numa lógica de que
estavam adquiridos aqueles direitos e não havia retrocesso. Sempre escrevi que
a democracia e os valores nunca estavam garantidos, era uma luta diária. Não
acredito na reintegração dos jihadistas em geral, mas acredito na reintegração
de cada homem. Se isso não for possível haverá as sanções que o direito dita.
Falta
legitimidade democrática na integração europeia?
Claro que há
alguma falta de legitimidade democrática, que os cidadãos sentem. A União
Europeia tem que se reaproximar dos seus cidadãos através de processos de
escrutínio e de proximidade. Que é o que não tem acontecido. Temos vindo a
assistir à extensão de uma enorme burocracia, muitas vezes distante da
realidade dos próprios cidadãos.
A eleição da
Comissão Europeia permitiria aprofundar essa legitimidade?
Por exemplo.
Embora isso tenha de ser ponderado, sob pena de os Estados mais pequenos saírem
prejudicados.
Grécia e
Grã-Bretanha podem vir a sair da UE. Como é que se sai da UE?
Face aos tratados
que existem, diria que não se sai da UE. O problema é esse.
Isso não é
perigoso?
É.
Devia ser
rectificado?
Devia ser
revisitado. Não sendo desejável que nenhum país abandone a UE, sobretudo
estando nós a atravessar a fase que estamos, em que todos somos de menos, o meu
caminho nunca é o de coarctar liberdades.
O aprofundamento
do projecto federalista foi um logro, tendo em conta as expectativas criadas
pela classe política?
Não sou
propriamente a favor de um Estado federal. Todavia, uma das questões que há a
corrigir neste momento é alguma desigualdade entre Estados. Mas o projecto
europeu, em si, não é um logro. Permitiu o período mais duradouro de paz na
Europa. Incorreu em alguns erros, mas vamos muito a tempo de corrigi-los e as
alturas difíceis servem como janelas de oportunidade.
Fala-se num pacto
anti-terrorista entre o governo e o PS. É provável que ele aconteça?
Não só esse
acordo é desejável como é desejável um acordo mais alargado. Não me cingiria ao
PS e ao PSD. Seria desejável que todos os partidos com assento parlamentar se
unissem em torno dessas propostas de combate ao terrorismo.
Admite que os
serviços secretos possam fazer escutas?
Num cenário de
agravamento e de garantia de direitos e liberdades.
Esse cenário já
deve estar explícito na lei?
Por ora, na
altura em que estamos a conversar, a qualquer momento pode começar a fazer
sentido. Assistimos ao assassinato, de uma forma ignóbil, do piloto jordano e
assistimos subsequentemente a enforcamentos.
São tempos
especiais que exigem medidas especiais?
Não é isso que
quero. Temos, no quadro democrático, outras respostas a dar.
Quando é que essas
alterações à lei devem estar concluídas?
Há calendários
que não controlamos. As medidas que terão de ser amplamente debatidas no
parlamento. O quadro parlamentar ao Parlamento pertence.
E o calendário
eleitoral pode influir nessa discussão?
Espero que o bom
senso prevaleça e que se compreenda que esta questão não se compadece com
calendários eleitorais.
O PS tem sido
responsável na forma como tem lidado com o caso de José Sócrates?
Não falarei no
processo em concreto. Porque nunca falo no processo em concreto e porque todos
os processos devem ser tratados de forma igual. Nós somos, face à nossa
Constituição, iguais perante a lei.
A pergunta é
sobre a forma como o partido está a lidar com um processo envolve um seu
ex-alto dirigente.
Não me vou
referir à forma como o PS gere a questão do ex-primeiro-ministro. Vou
referir-me às ideias que o partido tem apresentado e que tocam à Justiça. Confesso
que custa profundamente ver um partido com as responsabilidades do PS dizer que
fará a polícia única, que juntará o ministério da Justiça e o ministério da
Administração Interna, que questiona sistematicamente actuações concretas de
magistrados. E, por outro lado, ver o seu pai fundador dizer a um juiz que
tenha cuidado.
Tendo em conta o
que aconteceu com o caso Casa Pia, em que houve alterações do Processo Penal
que tiveram inspiração nalgumas das situações que ocorreram, nomeadamente em
termos de escutas telefónicas, receia que o PS possa utilizar este caso para,
por exemplo, recuperar o foro especial para políticos?
Não vou
referir-me ao caso Casa Pia, mas vou dizer que temo profundamente, neste
momento, por aquelas que são as ideias relativamente ao sistema judicial. Os
comentários de alguns responsáveis do PS que têm vindo a público são num sentido
preocupante. Os comentários de que devem existir determinados tratamentos…
Privilégios.
Se quiser.
Parece que, na
perspectiva de algumas pessoas do PS, há cidadãos de primeira e cidadãos de
segunda. Teme pela separação de poderes?
Face àquilo que
tenho ouvido, temo, naturalmente, se o PS ganhar as eleições. Quando se permite
fazer aquilo a que vou chamar, a benefício de muita contenção, um aviso a um
juiz, quando se fala na policia única, na junção de ministérios, é óbvio que
temo porque essas declarações revelam que não se interiorizou a separação de
poderes
Teme o controlo
político da investigação criminal?
Naturalmente.
Alguns
socialistas fazem essa acusação ao governo quando falam em processo é político.
Nunca houve um
empenho tão grande de um governo em reforçar a independência da magistratura
judicial, a autonomia do Ministério Público e tanto respeito para com as
respectivas estruturas. Estamos a rever os estatutos no sentido de reforçar a
autonomia e a independência. Processos políticos em Portugal não existem com
este governo. E espero que não existam com mais nenhum governo porque se foi
criando uma cultura de não retrocesso. Da mesma forma que não gosto da conversa
da politização da Justiça, também não gosto da conversa da judicialização da
política que vem sempre ao de cima quando alguém tem determinada projecção. E
não estou a referir-me a nenhum caso em concreto.
A revisão dos
estatutos está em curso, entre os quais o dos Advogados. A Ordem diz que não
teve tempo para se pronunciar.
Estamos a
discutir o estatuto da Ordem dos Advogados desde 11 de Fevereiro de 2013. O
diálogo começou nesse dia com o envio de um novo estatuto para a Ordem. Em 23
de Abril de 2014, a
senhora bastonária, que dizia desconhecer os estatutos e não ter sido consultada,
até envia sugestões de redacção da Ordem. Realizaram-se reuniões aqui nos dias
16 e 24 de Abril do ano passado. Não estamos obviamente a falar num prazo de
dez dias. Houve uma altura em que houve que pôr termo, senão não concluíamos
processo nenhum. Não há a menor veracidade naquilo que foi dito.
Na proposta,
acrescentou-se a incompatibilidade com a função de vereador municipal.
Há dois regimes:
incompatibilidades e impedimentos. O que é absolutamente incompatível? A
titularidade de cargos executivos a tempo integral. Os vereadores a tempo
integral não podem exercer.
Mas essa nuance
não consta da proposta.
Não é exactamente
assim. Admito que possam ter existido várias leituras. Agora, as propostas são
evolutivas. Mesmo esta proposta vai passar pelo Parlamento, não sairá como
está.
Esta não seria
uma boa oportunidade para que o exercício da advocacia fosse incompatível com o
mandato de deputado?
Penso que isso
seria um empobrecimento. O que não quer dizer, e é o que está na proposta, que
os deputados não tenham impedimentos. O deputado não tem poder executivo, mas
faz leis. Por exemplo: eu defendo empresas transportadoras, estou a fazer uma
lei sobre transportes. Faço parte da comissão de Obras Públicas, vou votar ou
até sou relatora do projecto. Aí, deve existir um impedimento e a nossa
proposta vai nesse sentido. Coisa que não existe agora. Não é incompatibilidade
da advocacia com a função de deputado. Sou muito mais defensora do sistema de
impedimentos.
Isso obriga a
Ordem a uma grande fiscalização.
Naturalmente. De
um ponto de vista do exercício de profissões, é transversal, devia reforçar-se
os impedimentos, não empobrecer as instituições.
Qual foi o
momento mais difícil deste mandato?
Foi, talvez, o
mais gratificante, também. Foi quando conseguimos que o memorando fosse
adaptado a uma visão sistémica do regime e quando transformámos as nossas
reuniões com a troika, que foram inicialmente muito complicadas, em reuniões de
equipas de trabalho. Com envolvência e reconhecimento final da própria comissão
de acompanhamento da troika. _Mas compreendo onde quer chegar...
A relatora da ONU
disse no parlamento que o colapso do Citius foi reflexo da “excessiva pressa”
em fazer a reforma judicial. Não houve pressa?
Não, esta reforma
foi discutida durante dois anos com a envolvência de todos os parceiros
judiciários à volta desta mesa. Aliás, houve alterações em função dos
contributos desses parceiros, incluindo a Ordem dos Advogados. Esteve em
discussão nove meses no Parlamento. Em Portugal, houve muitas pessoas contra a
reforma e até ao fim muitos acreditaram que conseguiriam travar a reforma.
Ponderou a
demissão?
Por causa do
Citius? Não. Se tivesse falhado algum dos objectivos estruturais daquilo a que
me propus, com certeza. Uma plataforma electrónica não está sob
responsabilidade de um membro do governo e todos os indicadores fornecidos ao
grupo de trabalho iam em sentido contrário. Foi garantido nesta sala que estava
tudo pronto para avançar.
Durante o
mandato, em algum momento ponderou a saída?
Estive aqui
reunida esta semana com todos os embaixadores da União Europeia mais Turquia e
Sérvia sob presidência da Letónia. Foi-nos pedido que expuséssemos as nossas
reformas. Já a comissária europeia tinha dito que as reformas em Portugal eram
referenciais e eram para seguir. O “Finantial Times” elogiou um procedimento
que criámos e que permite a um credor apurar se deve ou não intentar uma acção,
através de consultas de bases, que é absolutamente inovador. É isso que, quando
me for embora daqui, levarei: a sensação de um trabalho feito.
O que lhe falta
fazer?
Concluir o
estatuto dos tribunais administrativos e fiscais, o código processo dos
tribunais administrativos, a lista dos pedófilos e crimes sexuais contra
crianças, o estatuto das magistraturas, o estatuto da vítima. Saio daqui de
consciência muito, muito, muito leve. E com a plena noção de que foram três
anos e meio de clausura permanente para atingir os objectivos. Penso que cumpri
o meu dever. Reformar, em Portugal, é terrível. A lógica é a inércia, há
demasiados interesses que o inibem.
Acredita na
renovação da maioria em Outubro?
A maioria merece
essa renovação. Quando iniciei funções, a primeira notícia foi a de que não
havia dinheiro para pagar salários. A nossa situação é muito diferente. Já não
somos lixo para algumas agências.
O desgaste da
maioria permite a renovação?
Acredito que
merece. É muito mais fácil ser eleitoralista.
O PS continua a
defender que o investimento público é a solução para a crise.
Tal como o meu
receio no sistema judicial, receio que, do ponto de vista económico, a
consolidarem-se as teses do PS, dentro de algum tempo teríamos novamente uma
situação económica muito difícil. Não sei até que ponto teríamos a capacidade
de sacrifício extraordinário que toda a população portuguesa demonstrou. Com
revolta, naturalmente.
A Europa não está
a mudar, permitindo o acesso a investimento para fomentar o crescimento?
O senhor Mário
Draghi anunciou uma política, mas também disse que é para quem cumprir as suas
obrigações. Foi um anúncio muito impressivo.
Defende um
governo de Bloco Central?
Defendo um bloco
transversal – mais que um bloco central. Se, no âmbito dos acordos a que
chegarem, alguém sentir que há uma violentação de consciência tem toda a
liberdade de sair. Mas há obrigação de fazer esse
esforço.
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