Em Atenas diz-se que Portugal e
Espanha foram os que mais dificultaram o acordo
SÉRGIO ANÍBAL
21/02/2015 - PÚBLICO
Ministro das Finanças grego diz que colegas têm as suas “prioridades
políticas”. “Eu respeito isso”.
Foi uma das
informações veiculada pelos meios de comunicação social gregos na descrição
daquilo que se passou na reunião do Eurogrupo desta sexta-feira: os ministros
das Finanças de Portugal e Espanha foram os que mais objecções levantaram à
proposta de acordo que foi apresentada logo no início do encontro.
O texto colocado
em discussão tinha sido o resultado de negociações prévias envolvendo
principalmente o presidente do Eurogrupo, Jeroen Dijsselbloem, e os ministros
das Finanças grego e alemão. De acordo com os relatos feitos por representantes
do Governo grego a meios de comunicação social do seu país, mas também a
estrangeiros como o The Guardian, quando o documento foi apresentado à
totalidade dos ministros das Finanças, a oposição aos termos acordados veio
principalmente de Maria Luís Albuquerque e do seu homólogo espanhol, Luis de
Guindos.
Nas conferências
de imprensa que se seguiram ao Eurogrupo, quando interrogados sobre quais as
objecções que os países ibéricos levantaram, nem Dijsselbloem nem Varoufakis
quiseram dar muitas informações.
Ainda assim,
Varoufakis disse que, embora tivesse prometido "dizer a verdade",
sobre este assunto tinha de esquivar-se por uma questão de "boas
maneiras". "Os ministros das Finanças português e espanhol são meus
colegas, e eu percebo que têm as suas próprias prioridades políticas. Foram
motivados por essas prioridades políticas e eu respeito isso", declarou.
Também disse
estar consciente que esses dois países emprestaram uma quantidade "significativa"
de dinheiro à Grécia. “A Espanha emprestou um valor muito grande, Portugal nem
tanto, mas em percentagem do produto, o valor não foi nada
insignificante", afirmou.
Yanis Varoufakis
aproveitou então para dizer que sempre foi contra esses empréstimos, “porque as
condições que lhes estavam associadas puseram a Grécia numa espiral recessiva
que tornou-os muito difíceis de pagar”.
E deixou uma nova
mensagem a Portugal: “O que temos de fazer agora é transformar este tipo de
acordos para ajudar países como a Grécia, e também como Portugal. E para fazer
isso, tenho de manter uma excelente relação com estes meus colegas”.
Nas declarações
que fez aos jornalistas à saída do Eurogrupo, o ministro espanhol, Luis de
Guindos, negou que a Espanha tivesse tentado bloquear o acordo. Disse que a sua
atitude foi “construtiva”, mas que ao mesmo tempo tinha que “defender os
interesses de Espanha”. “As regras são para respeitar e foram respeitadas
totalmente neste acordo”, disse.
A ministra das
Finanças portuguesa não fez declarações aos jornalistas após a realização do
Eurogrupo.
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