Câmara de Lisboa prepara-se para
dar luz verde a torre de 17 pisos em Picoas
INÊS BOAVENTURA
13/01/2015 - PÚBLICO
Durante o período de participação pública, 12 pessoas pronunciaram-se sobre
o projecto para o gaveto das avenidas Fontes Pereira de Melo e 5 de Outubro.
A Câmara de
Lisboa prepara-se para aprovar a “homologação favorável condicionada” do pedido
de informação prévia relativo à construção de uma torre com 17 andares no
gaveto da Avenida Fontes Pereira de Melo com a Avenida 5 de Outubro. O
projecto, contra o qual circula uma petição na Internet, esteve sujeito a um
período de participação pública, no qual participaram 12 pessoas.
Da autoria do
atelier Barbas Lopes Arquitectos, o projecto contempla “a construção de um
edifício destinado a comércio e serviços com 17 pisos acima da cota de soleira
e seis pisos em cave destinados a 194 lugares de estacionamento”.
De acordo com a
proposta que deverá ser votada na reunião camarária desta quarta-feira, e que
está assinada pelo vereador Manuel Salgado, prevê-se também “a alteração das
vias (interrupção da circulação automóvel na Avenida 5 de Outubro e na Rua
Viriato em frente ao quarteirão da Maternidade Alfredo da costa), criando um
novo espaço público (praça) na envolvente”.
Atendendo a que
este projecto “se reveste de excepcional importância para a cidade de Lisboa”,
o autarca com o pelouro do Urbanismo determinou que ele fosse sujeito a um
“período de publicitação”, que teve lugar entre os dias 27 de Novembro e 19 de
Dezembro. Durante esse período realizaram-se dois “debates públicos” e deram
entrada no município 12 participações.
De acordo com uma
informação técnica da Divisão de Projectos Estruturantes, em dez dos
contributos recebidos preconizava-se a recuperação dos imóveis hoje existentes
no local, dada a sua qualidade estética e arquitectónica. Uma possibilidade que
o município rejeita com base numa informação anterior do vereador Manuel
Salgado, segundo a qual o conjunto edificado referido “está devoluto há várias
décadas e dos edifícios pré-existentes restam apenas parte das fachadas em tal
estado de degradação que já não é viável uma operação de reabilitação”.
Em três das
participações recebidas defendia-se que a torre de 17 pisos punha em causa a
zona de usufruto e a integração com a vizinha Casa-Museu Dr. Anastásio
Gonçalves, tendo também havido três pessoas a dizer que o projecto de
arquitectura que se pretende concretizar não tem interesse para a cidade. Sobre
estes contributos, técnicos da Divisão de Projectos Estruturantes limitam-se a
dizer que estes “constituem críticas de carácter subjectivo às soluções de
integração arquitectónica propostas pelo projectista”.
Na Internet
circula, desde o início de Dezembro, uma petição na qual se pede a “anulação”
do projecto do atelier Barbas Lopes Arquitectos, que se considera que “irá
contrariar a orientação de uma cidade melhor para os peões e com um menor grau
de poluição automóvel, como tem sido defendido pela actual direcção da Camara
Municipal de Lisboa”. Ao fim da tarde desta segunda-feira, 497 pessoas já a
tinham assinado.
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