Mario
Draghi já recorreu a todas as armas possíveis, mas sem apoios à retaguarda o
sucesso é limitado.
( ...) Tanto o
próximo TLTRO como a injecção de liquidez na economia vão começar já em Março.
A partir daqui, espera o BCE, haverá mais dinheiro a circular entre os bancos e
as empresas e consumidores, aumentando consumo e o investimento. Com isso, a
inflação fica mais perto dos 2%, e haverá crescimento económico. O pior é
passar da teoria à prática. Draghi mencionou parte do problema quando referiu
que os países têm de fazer a sua parte para recuperar a economia, e, dentro da
sua margem orçamental, avançar com as suas próprias políticas de estímulo. A
mensagem tem como principais destinatários países como a Alemanha, que continua
em registo de forte contenção.
A armadilha
actual parece ser a da excessiva prudência, em que, depois do choque iniciado
em 2008, famílias e empresas se mostram reticentes em pedir dinheiro
emprestado, ao mesmo tempo que os bancos ainda estão a equilibrar os seus
níveis de endividamento. Sem apoios na retaguarda, o BCE corre o risco de ficar
isolado no campo de batalha e, um dia, verificar que já não tem armas nem
munições para continuar a defender o euro. Esta quinta-feira foi histórica para
a Europa, mas só os próximos meses dirão se foi eficaz.
DIRECÇÃO
EDITORIAL 22/01/2015 - PÚBLICO
“Da bazuca do BCE
à Katiuska”
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