quinta-feira, 22 de janeiro de 2015

“Da bazuca do BCE à Katiuska” /PÚBLICO


Mario Draghi já recorreu a todas as armas possíveis, mas sem apoios à retaguarda o sucesso é limitado.
( ...) Tanto o próximo TLTRO como a injecção de liquidez na economia vão começar já em Março. A partir daqui, espera o BCE, haverá mais dinheiro a circular entre os bancos e as empresas e consumidores, aumentando consumo e o investimento. Com isso, a inflação fica mais perto dos 2%, e haverá crescimento económico. O pior é passar da teoria à prática. Draghi mencionou parte do problema quando referiu que os países têm de fazer a sua parte para recuperar a economia, e, dentro da sua margem orçamental, avançar com as suas próprias políticas de estímulo. A mensagem tem como principais destinatários países como a Alemanha, que continua em registo de forte contenção.

A armadilha actual parece ser a da excessiva prudência, em que, depois do choque iniciado em 2008, famílias e empresas se mostram reticentes em pedir dinheiro emprestado, ao mesmo tempo que os bancos ainda estão a equilibrar os seus níveis de endividamento. Sem apoios na retaguarda, o BCE corre o risco de ficar isolado no campo de batalha e, um dia, verificar que já não tem armas nem munições para continuar a defender o euro. Esta quinta-feira foi histórica para a Europa, mas só os próximos meses dirão se foi eficaz.
DIRECÇÃO EDITORIAL 22/01/2015 - PÚBLICO

“Da bazuca do BCE à Katiuska”

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