Expresso:
conversão das Lajes em bomba de gasolina "não afeta capacidade dos EUA na
Europa"
O general Philip
Breedlove, comandante das forças norte-americanas na Europa, defende que a
conversão das Lajes em mera bomba de gasolina bem como o encerramento de outras
infraestruturas na Europa em nada compromete as capacidades militares dos EUA
no Velho Continente.
Carlos Abreu e
Luísa Meireles |
13:00 Sábado, 17
de janeiro de 2015 / EXPRESSO / http://expresso.sapo.pt/comandante-americano-ao-expresso-conversao-das-lajes-em-bomba-de-gasolina-nao-afeta-capacidade-dos-eua-na-europa=f906758
O comandante
supremo das forças armadas dos Estados Unidos na Europa assegura ao Expresso
que o processo de Avaliação da Consolidação das Infraestruturas Europeias (EIC
na sigla inglesa), que prevê a retirada de 985 militares e civis, portugueses e
norte-americanos, da Base das Lajes até ao outono, nada tem que ver com
capacidades militares mas, tão-somente, com infraestruturas.
"Ainda temos
infraestruturas na Europa que podemos dispensar, o que nos permitirá poupar
dinheiro para gastar nas capacidades militares", responde o porta-voz do
general Philip Breedlove, num pedido de esclarecimento que o Expresso remeteu
por correio eletrónico.
O Expresso
pretendia saber se os norte-americanos poderiam retirar totalmente da base
aérea localizada na ilha Terceira, Açores, e como iriam compensar o impacto da
grande debandada na economia local. A segunda questão não foi respondida e
sobre o caso específico das Lajes o general recusa fazer mais comentários,
remetendo para o seu comunicado de 8 de janeiro.
No dia em o
Departamento de Estado norte-americano anunciou o EIC, Philip Breedlove, que
também é supremo comandante aliado na Europa, justificou em comunicado o
processo de consolidação. "O contexto de segurança em mutação, o
desenvolvimento tecnológico e a difícil conjuntura económica" foram as
razões apontadas por este chefe militar para a devolução de instalações
militares também na Alemanha, Bélgica, Holanda, Itália e Reino Unido, e que
deverá permitir uma poupança anual de 500 milhões de dólares (423,8 milhões de
euros) ao Governo norte-americano.
Nesse comunicado,
sem fazer qualquer referência a casos concretos, o general Breedlove lembra
ainda os "grandes investimentos" realizados pelos EUA nas
infraestruturas europeias para garantir que seriam capazes de defender os seus
interesses e respeitar os compromissos assumidos com os aliados. Mas, na
difícil conjuntura económica, prossegue, "temos de procurar ganhos de
eficiência, respeitando a nossa presença na Europa e garantindo que estamos a
disponibilizar os recursos onde os ganhos sejam maiores".
"O EIC
permitirá ao Departamento de Defesa aplicar corretamente os recursos
financeiros de forma a garantir a manutenção das nossas capacidades
operacionais na Europa, respondendo às ameaças do presente e antecipando os
desafios do futuro", assegura este antigo piloto de F-16.
"Gas
station"
Em entrevista
concedida ao Expresso esta semana, o embaixador dos Estados Unidos em Portugal
reconhece que a Base das Lajes está reduzida a uma "gas station". "Nos
últimos quatro anos, houve menos de dois voos por dia nas Lajes, e ter cerca de
650 militares e mil civis a apoiá-los não faz sentido nenhum", disse
Robert Sherman.
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