Europa quer apertar vigilância à
propaganda terrorista na internet e registo das viagens aéreas
CATARINA FALCÃO / 12-1-2014 / OBSERVADOR
A reunião entre os ministros da Administração Interna da União Europeia na
sexta-feira vai debater o registo europeu de passageiros aéreos, o combate à
propaganda terrorista e o tráfico de armas.
Os ministros da
Administração Interna e Justiça dos 28 Estados-membros reúnem-se em Bruxelas
nos próximos dias para, em conjunto, encontrarem estratégias para melhorar as
ferramentas europeias para combater o terrorismo. Para além de quererem
recorrer à ajuda dos gigantes da internet para lidar de forma mais eficaz com a
propaganda terrorista que ajuda no recrutamento de jovens europeus para a jihad
no Médio Oriente, um dos maiores desafios dos líderes europeus será encontrar
um consenso sobre o Registo de Nome de Passageiros, que visa agregar os dados
sobre quem viaja no espaço aéreo europeu, e que neste momento está parado no
Parlamento Europeu.
Bernard
Cazeneuve, ministro do Interior francês, disse este domingo em Paris que as
ferramentas jurídicas europeias já não são suficientes para lutar contra o
terrorismo e que por isso, a União Europeia tem de “adaptar o sistema de
Schengen no que diz respeito aos controlos das fronteiras”. Apesar de muitos
líderes de partidos de extrema-direita terem vindo pedir a suspensão do Acordo
de Schengen, que aboliu as fronteiras internas num conjunto de países, a ideia
do francês parece ir no sentido de aprofundar a monitorização de quem circula
pela Europa, especialmente quem tem algum tipo de ligações que ponham em causa
a segurança destes países.
Para isto,
Cazeneuve disse que, na reunião de domingo em Paris que reuniu 11 ministros
europeus e um representante da Casa Branca e do Canadá, foi defendida a partilha
de mais informação sobre os jihadistas europeus que regressam ao continente
vindos da Síria e do Iraque, também maior cooperação com países vizinhos como a
Turquia e maior controlo das fronteiras externas. Washington está a preparar
uma cimeira contra o terrorismo no dia 18 de fevereiro que reunirá vários
líderes mundiais e onde será preparada uma ofensiva global contra o terrorismo.
A internet
tornou-se uma ferramenta comum para o recrutamento de jovens para a jihad em
todo o mundo, e Cazeneuve considera que é “essencial” cooperar com as grandes
empresas de internet para travar os esforços dos terroristas. O objetivo é
fazer com que os fornecedores de internet e grandes motores de busca denunciem
e removam os conteúdos ilegais, “particularmente os que defendam o terrorismo e
promovam a violência e o ódio”, disse o ministro francês.
Um ponto
essencial, segundo o ministro e que originou a reunião de “urgência” marcada
para esta sexta-feira em Bruxelas é encontrar uma maneira mais eficaz de trocar
informação sobre os passageiros que circulam no espaço aéreo europeu. A
informação que pode vir destes registos tem, segundo Cazeneuve, “um valor
insubstituível”. No entanto, o sistema que permitiria estas trocas de
informação, o Registo de Nomes de Passageiros (PNR) – que podia permitir aos
Estados-membros monitorizarem quem circula no espaço aéreo dos 28 de forma
concertada, cruzando-a com outros serviços de informação como os EUA ou o
Canadá – continua a ser travado pelo Parlamento Europeu.
Uma base de dados
de passageiros para Europa sem acordo
“É manifesto que
vivemos uma guerra contra o terrorismo, mas é um terrorismo atípico. Os
terroristas agora vivem em vários Estados e partilham uma causa extremada e
estas especificidades implicam por parte da União Europeia uma forma diferente
de abordar a questão da proteção de dados”, disse ao Observador o eurodeputado
do CDS, Nuno Melo, que no Parlamento Europeu é suplente da Comissão das
Liberdades Cívicas, da Justiça e dos Assuntos Internos, que está encarregue de
analisar a possibilidade de implementação do Registo de Nomes de Passageiros. A
discussão sobre este tema foi aberta novamente em novembro quando se tornou
público que 3500 europeus tinham partido para a Síria e para o Iraque para se
alistarem no auto proclamado Estado Islâmico.
O centrista
considera que “em alguma Europa exacerbada” há uma interpretação “estrita” da
proteção de dados e que acontecimentos como os ataques terroristas em França e
vitimaram 17 pessoas “deviam motivar uma alteração” à posição de alguns
eurodeputados que têm bloqueado o avanço da medida. Segundo o Financial Times,
países como o Reino Unido, a Suécia e a Alemanha já tinha alertado os seus
eurodeputados para deixarem de travar este sistema e aprovar a sua
implementação. Nuno Melo diz que se por tratar de um matéria sensível no que
diz respeito aos direitos civis, esta medida tende a “dividir” os eleitos,
independentemente de partido ou nacionalidade.
A oposição a esta
medida vem também da possível troca de informações dos passageiros europeus com
os serviços secretos norte-americanos. O registo agregaria não só o nome e o
trajeto da viagem, mas também os números de cartões de crédito usados para
comprar bilhetes e números de identificação pessoal, algo que pode ir contra as
leis de privacidade em vigor nos 28. Jan Philipp Albrecht, eurodeputado alemão
e um dos principais opositores a esta medida disse ao Financial Times que os
ministros europeus “estão a ficar parecidos com os terroristas” ao quererem
criar “um big brother de recolha de dados”.
Nuno Melo
acredita que o tema será discutido esta semana em Estrasburgo, quando
Parlamento Europeu se reúne mensalmente para discutir temas da atualidade e
aprovar legislação. Ainda ao Financial Times, a eurodeputada britânica Claude
Moraes, considera que se a medida obedecer à legislação em vigor de modo a
proteger a privacidade de cada um, haverá um avanço “rápido, mas cauteloso”.
France is home to Europe ’s largest Muslim
population, with nearly five million people practicing Islam out of a
population of roughly 65 million.
Marine Le Pen to
Hollande: Suspend visa-free zone, strip terror suspects of French citizenship
Published time: January 09, 2015 / http://rt.com/news/221167-le-pen-france-attacks/
The leader of France ’s
rightwing Front National (FN), Marine Le Pen, has asked French President
Francois Hollande to suspend the visa-free Schengen Area in Europe
and strip dual nationals of their French citizenship if they carry out
“barbaric crimes.”
“I expressed to the president the absolute
necessity…to immediately suspend Schengen to be able to control our borders as
an essential element in the fight against terrorism, and also the fight against
arms trafficking,” Le Pen told reporters following a meeting with Hollande on
Friday.
The Schengen Area consists of 26 European
countries that have abolished passport and any other type of border controls.
The agreement allows for both freedom of movement for both European citizens,
Schengen visa holders and those who can travel in the area visa-free. Freedom
of movement is considered “a fundamental right” guaranteed by the EU to its
citizens.
Four EU states however – Bulgaria , Croatia ,
Cyprus and Romania – are yet to join the area
despite being obliged to do so, sometimes due to resistance from other EU
states.
Le Pen also turned her eye to the issue of
dual-nationals who have been suspected of engaging in terror-related activities
at home or abroad, saying such individuals should be stripped of their French
citizenship.
“I also expressed the necessity – in
another inevitable way – of measures for the removal or the forfeiture of
citizenship for all of those who have dual citizenship who have left to train
or fight in a foreign country, and then come back to our territory, to commit
barbaric crimes, which seems to be the case with these two murderers who are
currently in the process of being chased,” she said.
The measure would put France in line with the United Kingdom ,
where Home Secretary Theresa May currently has the power to strip foreign born
terror suspects of their British citizenship if they possess another citizenship.
Hollande has yet to react to Le Pen’s
proposals.
Le Pen made waves on Thursday by expressing
her support for the death penalty, saying she would organize a referendum to
reintroduce it if elected president in 2017.
Following Wednesday's deadly attack on the
office of satirical weekly Charlie Hebdo in Paris , Le Pen made a passionate speech
against Islamic fundamentalism, which she called an "odious
ideology."
While Hollande has called for national
unity following the tragedy, Le Pen has openly pinned the attack on “radical
Islam.”
“Time is up for denial and hypocrisy,” she
said. “The absolute rejection of Islamic fundamentalism must be proclaimed
loudly and clearly.”
Critics have accused Le Pen of ratcheting
up anti-immigrant and anti-Muslim sentiments for political purposes.
As the president of FN, Le Pen has vowed to
drastically curb immigration if elected president.
According to the latest opinion polls, if France were to
hold its presidential election today, Le Pen would lead in the first round.
The French presidential election is set to
be held in April and May 2017.
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