Sociedade investe 2,8 milhões na
recuperação do palácio e jardins de Queluz
LUSA/ PÚBLICO
22/01/2015 -
Os trabalhos vão incidir sobre o património edificado e nos jardins
históricos.
A recuperação dos
jardins e do palácio nacional de Queluz teve início na segunda semana de
Janeiro, com um investimento global de 2,8 milhões de euros, anunciou nesta
quinta-feira a sociedade Parques de Sintra-Monte da Lua (PSML).
Uma fonte oficial
da sociedade de capitais públicos que gere os monumentos do concelho de Sintra
explicou que o palácio e os jardins de Queluz beneficiaram de um profundo
"diagnóstico das patologias e agora começaram as intervenções" para
recuperar o monumento nacional.
A sociedade
informou, em comunicado, que os trabalhos vão incidir sobre o património
edificado e nos jardins históricos de um dos mais importantes exemplares da
arquitectura palaciana dos séculos XVIII e XIX (período marcado pelo barroco, o
rococó e o neoclassicismo).
As intervenções
incluem a reabilitação de fachadas, cantarias, vãos e coberturas, a revisão das
infra-estruturas de energia e comunicações, a ligação do sistema de saneamento
à rede pública e o sistema de videovigilância.
No piso térreo,
inacabado desde a reconstrução após um incêndio que afectou o monumento em
1934, será instalada uma cafetaria, um auditório e um espaço de apoio para
eventos.
Segundo a PSML,
criada em 2000 para gerir os monumentos na Paisagem Cultural de Sintra, o
diagnóstico efetuado após assumir a gestão do palácios e jardins de Queluz, em
2012, confirmou "o elevado estado geral de degradação do conjunto, devido
à carência quase total de investimentos".
Especialistas da
Direcção-Geral do Património Cultural (DGPC) e do Instituto Superior Técnico
participaram na análise das prioridades de intervenção, com conclusão prevista
no património edificado até ao verão.
Os trabalhos vão
permitir manter os percursos de visita do monumento, no prosseguimento da
política de "aberto para obras" da PSML, para que os visitantes
acompanhem o progresso das intervenções, adiantou a sociedade.
Apesar do início
dos trabalhos na parte arquitectónica, a recuperação dos jardins "estão
ainda sujeitas a apreciação por parte da DGPC", nomeadamente em relação
aos projectos de reabilitação do jardim de Malta e a reconstituição do jardim
botânico.
O restauro da
cascata, bosquetes e caminhos, a revisão e melhoria do sistema de águas - de
fontes, tanques e lagos - e novas plantações para proteger as vistas de quem se
encontra no interior do jardim também fazem parte dos projectos.
A empreitada
inclui "a recuperação das coberturas da sala de jantar e do pavilhão
Robillion/sala dos embaixadores (quarto D. Quixote e da princesa Carlota
Joaquina, salas das merendas, do toucador, das açafatas e dos despachos e sala
dos embaixadores)".
A substituição da
estrutura das coberturas permitirá travar infiltrações e melhorar a ventilação
do monumento, que beneficiará ainda da limpeza e do tratamento dos tetos em
madeira.
O sistema de
protecção contra descargas atmosféricas contará com a instalação de dois novos
pára-raios, protegendo todo o palácio, em vez de apenas uma parte, e nas
fachadas serão recuperadas tonalidades originais, em azul.
O sistema de
videovigilância, que integrará o sistema geral da PSML, incluirá neste local
cerca de 50 câmaras digitais de alta resolução, cobrindo todo o perímetro do palácio
e jardins, para segurança de bens e de visitantes.
As fachadas e os
jardins vão passar a ter iluminação, com tecnologia LED, para beneficiar o
usufruto do palácio e dos jardins em actividades fora do horário normal de
abertura, salienta a sociedade.
O investimento de
2,8 milhões de euros é realizado com capitais próprios da PSML, detida pelo
Estado (Direcção-Geral do Tesouro e Finanças), pelo Instituto da Conservação da
Natureza e Florestas, pelo Turismo de Portugal e pela Câmara de Sintra.
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