BES. José Luis Arnaut envolvido
no empréstimo do Goldman Sachs
Por Jornal i
publicado em 19
Jan 2015
Notícia é do Wall
Street Journal
O ex-ministro
José Luís Arnaut e o ‘partner’ do Goldman Sachs António Esteves estiveram
envolvidos no empréstimo superior a 706 milhões de euros do banco
norte-americano ao BES, noticia hoje o Wall Street Journal (WSJ).
Segundo uma
notícia publicada hoje na edição on-line do jornal norte-americano que cita
fontes ligadas ao processo, o empréstimo de cerca de 706,5 milhões de euros do
Goldman Sachs ao BES (a um mês do colapso do banco) “resultou de um esforço
concertado” e de “vários meses” envolvendo vários dos mais altos membros da
instituição financeira, entre eles José Luís Arnaut e António Esteves.
O empréstimo que
está agora sob análise do Banco de Portugal, que está a tentar desbravar a rede
de acordos e ligações do BES na altura do seu colapso, foi aprovado por pelo
menos três comités do Goldman Sachs, “compostos por altos executivos do banco”
e que foram “designados para avaliar rigorosamente as transacções e o potencial
para prejudicar a reputação do banco”.
O jornal
norte-americano escreve que José Luís Arnaut, antigo ministro de Durão Barroso
e de Santana Lopes (PSD), e que desde janeiro de 2014 faz parte do conselho
consultivo internacional do banco norte-americano, “manteve contactos com o
presidente executivo do BES, Ricardo Salgado, oferecendo a ajuda do Goldman
Sachs para angariar dinheiro” para o banco português.
Por outro lado,
acrescenta o WSJ, António Esteves, na Goldman Sachs em Londres, “ajudou a
montar uma equipa nos departamentos de instrumentos financeiros para criar uma
estrutura complicada para arranjar o empréstimo”. Segundo o WSJ, António
Esteves era conhecido dentro do banco norte-americano “como o vendedor com as
ligações mais fortes aos bancos e às empresas públicas na Península Ibérica”.
O jornal junta
ainda os nomes de Michael Sherwood e de Richard Gnodde, responsáveis do Goldman
Sachs em Londres, ao caso, afirmando que conheciam o negócio entre os dois
bancos.
Segundo o Wall
Street Journal, o financiamento foi concedido através de um veículo financeiro
do Luxemburgo, criado para financiar a construção de uma refinaria chinesa na
Venezuela: a Oak Finance.
Na semana
passada, o BES anunciou que foi notificado da decisão tomada pelo Banco de
Portugal (a 22 de dezembro) de não transferir para o Novo Banco o empréstimo
superior a 706 milhões de euros, contraído junto do banco Goldman Sachs através
de uma sociedade luxemburguesa.
De acordo com a
deliberação do Banco de Portugal, “a responsabilidade do BES perante a Oak
Finance emergente do referido contrato de financiamento não foi transferida
para o Novo Banco, com fundamento na convicção por parte do Banco de Portugal
de que a Oak Finance atuou, na concessão do financiamento, por conta do Goldman
Sachs International”.
No passado dia 26
de dezembro, o Goldman Sachs contestou a decisão tomada nessa semana pelo Banco
de Portugal acerca da não transferência da responsabilidade contraída pelo BES
perante a Oak Finance Luxembourg e ameaçou recorrer aos tribunais para
contrariá-la.
Em causa está a
deliberação da entidade liderada por Carlos Costa de não transferir "a
responsabilidade contraída pelo BES perante a Oak Finance Luxembourg",
anunciada a 23 de dezembro que tem um impacto positivo em reservas no Novo
Banco de 548,3 milhões de euros.
Com Lusa
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