Ui Ui … O Professor Boaventura vai afirmar que até o Público
já “fabrica” Fake News
OVOODOCORVO
Maduro quis votar, mas o sistema
respondeu que ele não existe
Presidente venezuelano passou pela
vergonha de ver o seu Cartão da Pátria recusado quando tentava votar, em
directo na televisão, às seis da manhã.
PÚBLICO 30 de Julho de 2017, 22:03
"A pessoa não existe ou o cartão foi anulado." Foi
com esta mensagem que o sistema de voto electrónico venezuelano respondeu ao
Presidente, Nicolás Maduro, quando este se tentava identificar para votar, ao
lado da mulher, Cilia Flores, este domingo, noticiam os jornais espanhóis El País
e El Mundo.
Maduro, que tinha convocado a imprensa para assistir à sua
votação ao meio-dia, quis ser o “primeiro a dar o voto para a paz, a soberania
e a independência da Venezuela” e apareceu às seis da manhã na sua mesa de voto
em Catia, uma zona a oeste de Caracas, contou o jornal espanhol El Mundo. Fez
questão de votar diante de alguns convidados internacionais do Conselho
Nacional de Eleições para observar o sufrágio. “Oxalá o mundo ponha os olhos na
nossa amada Venezuela e desista da campanha imperial que tem feito”, apelou o
Presidente.
Mas o que se viu pelo ecrã da televisão estatal venezuelana
VTV não foi assim tão espectacular como Nicolás Maduro desejaria. O Presidente
fez finca-pé em usar, para se identificar perante a mesa de voto, o seu Cartão
da Pátria, um instrumento de controlo social lançado este ano através do qual
se venda a comida racionada ou se registam os benefícios sociais de cada
cidadão.
“Vamos verificar o meu Cartão da Pátria para que fique
registado para sempre que eu vim votar no dia histórico da Constituinte, o 30
de Julho”, enfatizou, orgulhoso, citado também pelo diário espanhol El País.
Uma assistente passou o código do documento presidencial por
uma espécie de smathphone, e em poucos segundos apareceu uma mensagem
surpreendente no ecrã: “A pessoa não existe ou o cartão foi anulado”. O momento
foi registado em directo pela televisão nacional e imediatamente alvo de
chacota pela oposição, que apontou o caso como a prova de que as eleições serão
uma fraude.
A imagem do ecrã do dispositivo que a assistente da mesa de
voto estava a usar foi tirada do ar e Maduro disfarçou como pôde, falando com a
mulher, Cilia Flores, que é também candidata à Assembleia Nacional Constituinte,
continuou a sessão de fotografias perante a imprensa e depois dirigiu-se a uma
pequena mesa, encoberta por uma caixa de papelão desmontada, onde votou usando
o boletim, que depois depositou numa pequena urna.
“Eles querem que acreditemos que o cartão funciona para nos
controlar, mas o sistema não funciona nem com Maduro. Que ninguém se
intimide!”, escreveu Julio Borges, presidente do Parlamento, na rede social
Twitter, ao publicar o vídeo da tentativa de Maduro votar.
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