Controlo do SEF continua a causar
longas filas à chegada ao aeroporto de Lisboa
Falta de funcionários gera longas
filas no controlo de passaportes para passageiros provenientes de países
exteriores ao espaço Schengen.
PÚBLICO 8 de Julho de 2017, 19:36
Chegar a Lisboa depois de uma longa viagem de avião e ainda
ter de esperar duas horas numa fila não está nos planos de nenhum passageiros.
Mas é o que tem acontecido com frequência no aeroporto Humberto Delgado. O
Diário de Notícias escreve neste sábado que existem filas de espera de duas a
três horas, segundo testemunhos ouvidos no aeroporto Humberto Delgado, para o
controlo documental feito pelo Serviço de Estrangeiros e Fronteiras (SEF) a
passageiros provenientes de países exteriores ao espaço Schengen. O PÚBLICO
também ouviu de relatos de longas filas de espera por parte de passageiros que
chegam a Lisboa de voos intercontinentais, nomeadamente da América do Norte e
do Sul, bem como de África.
Este tempo de espera ultrapassa em muito o limite estabelecido
em Janeiro por Constança Urbano de Sousa. A ministra da Administração Interna
(que tutela o SEF) tinha definido que uma das metas operacionais para este ano
era “fixar em menos de 40 minutos o tempo máximo de espera de processamento no
controlo de fronteiras”.
A direcção do SEF garante que estas longas filas de espera
são situações pontuais, mas este tipo de situações pode ocorrer com mais
frequência devido ao aumento de passageiros e ao reduzido número de
funcionários. À espera da autorização do Ministério das Finanças está um
concurso que permitirá a entrada de 200 novos inspectores.
As reclamações sobre a falta de recursos do SEF já chegavam
em Maio. Na altura, dirigindo-se a Constança Urbano de Sousa, o presidente do
Sindicato da Carreira de Investigação e Fiscalização (SCIF) do SEF, Acácio
Pereira, afirmava que a falta de recursos humanos no SEF era “insustentável
para todos”, sobretudo para os passageiros dos aeroportos – especialmente o de
Lisboa – e para as companhias aéreas, empresas aeroportuárias e para os
próprios inspectores, que se encontram sobrecarregados.
“A situação a que
chegaram as listas de espera de passageiros nos portos e aeroportos
portugueses, em especial no maior de todos, o aeroporto de Lisboa, são um
atentado à imagem do país e constituem-se hoje num dos maiores entraves ao
desenvolvimento de alguns dos mais dinâmicos sectores de actividade económica
em Portugal”, referiu na altura, acrescentando que o SEF não admitiu “um único
inspector” em 14 anos.
Agora, ao Diário de Notícias, Acácio Pereira diz que “a
situação está muito pior”, explicando que os recursos são poucos e “o fluxo de
chegadas fora do espaço Schengen está a aumentar” e que os turistas não gostam
de esperar horas depois de uma viagem já por si cansativa. “É preciso não
esquecer que o turismo vive de experiências e esta não é seguramente a melhor
para quem nos visita”, conclui.
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